sexta-feira, 20 de março de 2020

A Sentinela acusa um pastor de ser falso profeta! Por quê?®

É muito comum encontrar, nas publicações da Sociedade Torre de Vigia (STV), a afirmação de que líderes religiosos (obviamente, que não sejam Testemunhas de Jeová – TJ) são falsos profetas. Tais acusações, porém (pelo menos até onde saiba e pude pesquisar) são sempre despersonalizadas, isso é, não se dá “nome ao boi” ou “aos bois”.
Só conheço uma publicação na qual o Corpo Governante (CG) nominou e “agraciou” uma pessoa (o Pastor de uma igreja) com o título (direto e certeiro) de “falso profeta”. 
Como veremos mais abaixo, na Sentinela em que assim o fez, o CG se limitou a informar o nome, reproduzir as (poucas) palavras usadas na formulação da profecia (que se referia a um intervalo entre duas datas, na qual ocorreria o Armagedon, o que, obviamente, não ocorreu), a fonte  de onde retirou as palavras transcritas e, apenas com base nisso, “cravou” que o Pastor é um - falso profeta.
As informações que consegui encontrar na internet sobre tal Pastor são poucas e repetidas logo, não há elementos extras ao que consta da Sentinela que permitam entender melhor em que contexto se deu a “profetada”, mas, estou certo que todas as TJ irão concordar que isso seria irrelevante aqui, pois, apenas aquilo que consta da Sentinela na qual o “título foi concedido” já era mais que suficiente a permitir ao CG fazer o “diagnóstico” (certeiro) que fez.
 Antes de tratar, especificamente, de tal falso profeta e de sua falhada profecia, vou citar duas outras afirmações do CG relacionada ao tema:
A - Revista Despertai de 22/4/1969, p. 23: Embora sem citar nomes, esta revista reafirmou que o referido Pastor foi um falso profeta, nos seguintes termos:
“É verdade, houve aqueles que, em tempos passados, predisseram um “fim do mundo”, até mesmo anunciando uma data específica”. O fim não veio. Eram culpados de profetizar falsamente. (...)”
BLivro “Raciocínios à Base das Escrituras” (p. 160): Não obstante estar abaixo do Título “Falsos Profetas”, um dos subtítulos afirma:
O que os profetas verdadeiros
 predizem acontece, mas podem
 não entender exatamente
 quando e como sucederá.
Obs – Abaixo deste subtítulo o livro fornece uma sequência de versos bíblicos que visam dar base à afirmação.
- Discordo, tanto da afirmação (no sentido pretendido no livro – servir, em alguma medida, de “desculpa” ao profeta caso a profecia não se dê, tal e qual, profetizada) e dos textos citados para comprová-la, porém, como é possível usá-la (em uma interpretação a “contrario sensu”) para identificar um falso profeta, resolvi a utilizar, até porque, estou certo que ninguém que ler este artigo irá concluir que, aplicando a afirmação do Lv. Raciocínios ao referido Pastor
 fica claro que, na verdade, a
Sentinela errou ao taxá-lo
de “falso profeta”, 
afinal, à contrario sensu do subtítulo que destaquei, pouco importa se o falso profeta sabe (ou pelo menos acha que sabe) como se dará  o evento que profetizou e se sabe exatamente quando ele ocorrerá, afinal, basta que o evento profetizado não aconteça para que tenhamos um falso profeta (conclusão que tem total apoio bíblico no texto de Dt. 18:21-22).
         Dito isso, vejamos o único exemplo que conheço no qual a Sentinela nominou aquele a quem atribuiu o título de falso profeta.
"EM CERTO momento, entre 15 e 23 de abril de 1957, o Armagedon arrasará o mundo! Milhões de pessoas perecerão nas suas chamas e a terra ficará devastada.” Assim profetizou certo pastor da Califórnia, Mihran Ask, em janeiro de 1957.1
 
Tais falsos profetas tendem lançar descrédito sobre o assunto do Armagedon".
S.1/3/59, p.133
Obs - De extra sobre o referido Pastor, o que conseguir encontrar na internet foi: a informação de que ele nasceu em 20/3/1886 em um local chamado Shabin Karahisar (segundo o google maps, isso fica na Turquia); que foi pastor de uma igreja evangélica chamada “Igreja Remanescente em Gilroy” (uma cidade da Califórnia); que foi candidato a presidente dos EUA em 1964, que teria recebido "fantásticos” 10 votos e, por fim, que morreu em 6/2/79 (vivendo, portanto, cerca de 93 anos), na cidade de Morgan Hill, também na Califórnia. 
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Agora vamos as razões pelas quais o pastor foi tachado de “falso profeta”: Das poucas informações que temos, creio que os elementos que permitiram ao CG a atribuição do desagradável (e verdadeiro) título foram (em ordem crescente de importância):
- O fato de ser (ou pelo menos se dizer ser) um Pastor (Pastores reivindicam que têm um chamado especial de Deus, chamado mencionado pelo Ap. Paulo em Ef. 4:11), portanto, alguém que se diz um “representante autorizado” de Jeová na terra.
- O fato de ter, na qualidade de Pastor, fixado uma data para um evento mencionado na Bíblia.
- E, o ponto mais importante que, sozinho, já é suficiente a justificar a atribuição do título de falso profeta - o fato do evento bíblico não ter ocorrido na data ou período marcado.
Pelo menos o último ponto acima têm total apoio  da Despertai citada, pois, o CG identifica aos que chama de falsos profeta, não em razão de alguma reivindicação que faziam quanto a serem “porta vozes de Jeová” mas apenas pelo fato de terem marcado datas nas quais não se cumpriu o que profetizaram (...houve aqueles que, em tempos passados, predisseram um “fim do mundo”, até mesmo anunciando uma data específica”...), assim, segundo a Despertai citada, a indicação de uma data específica é mais que suficiente para que o CG acertasse ao afirmar que eram:  ...culpados de profetizar falsamente. (...)”
         Em relação à afirmação do Lv. Raciocínios ela, no fundo (e a contrario sensu), também confirma que o CG acertou em sua conclusão sobre o Mihran Ask e todos os demais que marcaram datas para o fim, são falsos profetas, afinal, as poucas palavras que o CG transcreveu para concluir que seu escritor foi um falso profeta, revelam que:
O que os profetas (não)verdadeiros predizem
 (não) acontece, mas podem sendo irrelevante
se  não entender[em] exatamente
 quando e como sucederá.
Embora não tenha sido relevante para o CG, a fim de classificar Mihran Ask como falso profeta, observo que naquilo que conhecemos de sua profecia, foram dados apenas alguns poucos detalhes de como se daria aquilo que profetizou e ele não sabia, exatamente, quando se daria o evento (propôs não uma data, mas sim, um intervalo de tempo entre duas datas) mas, repito, tudo isso é irrelevante, pois, o que profetizou, não aconteceu.
Obs – Obviamente, não podemos deixar de concluir que Mihran Ask foi um falso profeta em razão de:
- ter profetizado sobre um evento que a Bíblia, realmente, prevê (se assim fosse, haveria um meio muito fácil para qualquer falso profetas burlar Dt. 18:21-22, fugindo do título de falso profeta – bastaria profetizar sempre tendo em vista um evento bíblico futuro) e, muito menos
- entender que, como o Armagedon vai, realmente, ocorrer algum dia, então, quem fixa uma data  que vem a se mostrar falsa, não é um falso profeta mas apenas alguém que errou os cálculos (se assim fosse, mais uma vez, se faria “letra morta” os dois versos bíblicos do Antigo Testamento acima citados)!
Além disso, o Novo Testamento, nos traz uma verdade bíblica absoluta sobre este tema:
       Um profeta, se verdadeiro for, nunca marcará datas para eventos que Jeová reservou só para si, afinal, não é possível que um verdadeiro profeta de Jeová, na era pós apostólica, desconheça que:
“Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição... (At. 1:7)
Ora! Para tais “tempos e épocas” Jeová não comissiona profeta algum, logo, se alguém que se afirma profeta, profetizar sobre tais “tempos e épocas” anunciando “até mesmo uma data específica” – nada mais precisa ser avaliado, tal profeta será tão verdadeiro quanto uma cédula de três reais e cinquenta centavos!
         Tal realidade, por si só, deixa evidente que esteve absolutamente certo o CG quando afirmou (em 1963):
“É verdade, houve aqueles que, em tempos passados, predisseram um “fim do mundo”, até mesmo anunciando uma data específica”. O fim não veio. Eram culpados de profetizar falsamente.
Assim sempre foi e assim sempre será, em especial, para Mihram Ask e qualquer outro falsário que anunciou ou vier a anunciar “data ou datas para o fim” – serão todos culpados de profetizar falsamente!
Embora sem ter obtido muitas informações sobre Miharam Ask, posso presumir, considerando a natureza humana, que o mais provável é que ele tenha tentado justificar seu fracasso profético, de tal forma a não parecer que fosse um falso profeta e, com base nesta presunção, pergunto:
- Mihran Ask (ou qualquer outro profeta atual, que marcou uma ou mais datas para eventos bíblicos) teria alguma justificativa a dar capaz de fazer você, leitor deste artigo, concluir, sem desprezar Dt. 18:20-21 e At. 7:1, que ele não foi um (legítimo) FALSO PROFETA?
Pense nisto e me escreva respondendo à pergunta acima.
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