Com esta nova publicação crio uma novidade para a série “Cartas Abertas” na qual vou escrever como se fosse uma outra pessoa e vou buscar reproduzir aquilo que, muito provavelmente, seriam (ou até foram) os raciocínios e argumentos que tal pessoa utilizaria dentro do tema tratado.
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01/01/1975
Gilroy - CA
A
todas as Testemunhas de Jeová (TJ) e
à
sua Liderança.
Sou Mihran Ask, pastor da Igreja “Igreja
Remanescente em Gilroy” e escrevo esta carta a todas as TJ e para sua liderança,
em razão dos fatos que passo a narrar.
Recentemente tomei conhecimento que
no ano de 1958 meu nome foi citado na Revista A Sentinela, em sua edição 15/10,
p.613 (edição em Inglês) e em várias outras partes do mundo (como no Brasil, na
edição de 1/3/59, p.133) e ali fui acusado de ser um “falso profeta”!
Ao escrever esta carta meu objetivo é
demonstrar (a exemplo do que fiz, com os membros de minha igreja) que não sou,
em hipótese alguma, um falso profeta e minha expectativa é que após ter feito
tal demonstração, este minha carta venha a ser publicada na Sentinela, juntamente
com uma nota de retratação desta religião pela a injusta, difamatória e
antibíblica afirmação feita contra minha pessoa.
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Transcrevo o trecho da referida publicação (destaques acrescidos) no qual sou
citado e, sumariamente, acusado:
“EM CERTO momento,
entre 15 e 23 de abril de 1957, o Armagedon arrasará o mundo! Milhões de pessoas
perecerão nas suas chamas e a terra ficará devastada.” Assim profetizou certo
pastor da Califórnia, Mihran Ask, em janeiro de 1957.
Tais falsos
profetas tendem lançar descrédito sobre o assunto do Armagedon. Seria
um sério engano, porém, rejeitar levianamente o Armagedon por causa deles.
Não posso negar que, realmente, após muito estudo e
oração eu estava muito convicto de que o Armagedon iria ocorrer entre as datas
em que indiquei, tão convicto que, com tranquilidade, passei a pregar e a
divulgar minha convicção, inclusive, no jornal do qual a revista transcreveu as
aspas acima.
Ainda não consegui entender a razão pela qual o
Armagedon não ocorreu no intervalo que indiquei e, embora ainda não tenha
encontrado, certamente, cometi algum involuntário erro de cálculo.
Não obstante, como já afirmei, não posso, de forma
alguma ser taxado de “falso profeta” e passo a expor 7 (talvez 8 ou mais) razões
que provam, cabalmente, que tal acusação é absurda e por isso, requer retratação.
1 – A Bíblia, entre outros,
fala sobre falsos profetas em Dt.18:20 a 22 que assim afirma:
Com
base neste texto é possível entender um “falso profeta” como sendo:
um indivíduo ou uma organização que proclama uma ou
mais mensagens que atribuem a uma fonte sobre-humana, mas que, não se originam
do verdadeiro Deus e não estão em harmonia com a sua vontade revelada.
Pela
definição já fica claro que não sou um falso profeta, pois, eu nunca me
reivindiquei um profeta de Deus, ao pregar que o Armagedon ocorreria entre as
datas que indiquei, nunca afirmei que minhas palavras eram, na verdade,
palavras do próprio Deus e que eu apenas as estava reproduzindo e, a maior
prova disso, é que Deus sabe, exatamente, o ano, o mês, o dia, a hora, o minuto
e os segundos em que iniciará o Armagedon, logo, se estivesse falando as
palavras do próprio Deus, certamente, eu teria sido muito mais preciso do que
indicar um intervalo de tempo entre duas datas.
2 - Um mero erro de cálculo
ao falar sobre um evento bíblico não transforma ninguém em falso profeta,
afinal, olhando para a Bíblia e possível perceber que:
verdadeiros profetas predizem algo que irá ocorrer, mas
podem não entender exatamente quando e como sucederá.
Notem:
- Dan. 12:9: “Vai, Daniel,
porque as palavras são guardadas em segredo e seladas até o tempo do fim.”
- 1 Ped. 1:10, 11:
“Os profetas . . . investigaram que época específica ou que sorte de
época o espírito neles indicava a respeito de Cristo, quando de antemão dava
testemunho dos sofrimentos por Cristo e das glórias que os seguiriam.”
- 1 Cor. 13:9, 10:
“Temos conhecimento parcial e profetizamos parcialmente; mas, quando chegar o
que é completo, será eliminado o que é parcial.”
- Pro. 4:18: “A vereda dos
justos é como a luz clara que clareia mais e mais até o dia estar firmemente
estabelecido.”
O Armagedon irá ocorrer, isso é
certo, é uma realidade bíblica, logo, a mera incompreensão de quando se dará
este fato, não transforma alguém em falso profeta, como se vê pelos textos
citados.
3 – A Bíblia
também revela que Apóstolos e Discípulos de Cristo tinham expectativas erradas,
mas a Bíblia não os classifica como “falsos profetas” em razão disso. Notem:
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Lucas 19:11 – Os discípulos pensavam que o Reino de Deus iria aparecer instantaneamente.
-
João 21:22 e 23 – Com base em uma fala de Jesus as pessoas
passaram a pensar que um discípulo não iria morrer.
Ter falsas expectativas é natural do
ser humano e isso não lhe confere um certificado de “falso profeta”.
4 – Um verdadeiro profeta
pode profetizar algo incorreto e pode se corrigir (como tenho feito) e, ao assim
fazer, prova que não se é um falso profeta!
A
Bíblia tem um exemplo notável disso:
Ninguém duvida que Natã era um
verdadeiro profeta de Deus, não obstante, ele incentivou a intenção do Rei Davi
de construir um templo para Deus, porém, esta não era a vontade de Deus, assim,
Deus determinou a Natã que informasse a Davi que ele não faria tal construção.
Notem! Deus não rejeitou a Natã por ter profetizado, incentivando
Davi a construir um templo que Deus não queria que fosse construído por ele, pelo
contrário, continuou usando Natã porque ele se corrigiu com humildade (ver. 1 Cro.
17:1-4, 15), como também fiz na igreja em que sou pastor.
5 – Minha
pregação, que chama a atenção e deseja por ver o cumprimento daquilo que irá
se cumprir, revela apenas que
esperei para mais cedo aquilo que consta no cronograma de Deus, e isso revela alguém
que crê e prega tudo o que a Bíblia diz e não só as bençãos que ela contêm
(como muitos fazem) mas, também, os eventos trágicos que ela descreve.
Isso revela uma pessoa de fé que trata publicamente de
temas difíceis e impopulares e não um falso profeta!
6 – No que minha
previsão prejudicou a vigilância para o Armagedon?
Será que a partir de minhas palavras as pessoas vão se
esquecer completamente ou vão se lembrar ainda mais do Armagedon?
Será que alguém irá deixar de acreditar que estamos
vivendo “nos últimos dias” por causa de minhas palavras ou passarão a acreditar
que Deus não vai mais permitir uma “grande tribulação”?
Obviamente que não!
Minhas palavras, ainda que equivocadas em um pequeno detalhe,
trazem o tema Armagedon à atenção e Deus quer que as pessoas não se esqueçam
deste futuro e muito próximo evento, assim, não fiz nenhum desfavor ao reino de
Deus, pelo contrário, trouxe à atenção algo que Deus quer que esteja na atenção
de todos os que o seguem.
7 - A
necessidade de revisar um detalhe no entendimento sobre um evento que irá
ocorrer não me torna um falso profeta, nem muda o fato de que estamos
vivendo “nos últimos dias”, não impede que presenciemos em breve a “grande
tribulação”, pelo contrário, como já afirmei, só a destaca esta realidade!
(8) – Conhecem a expressão:
“quem tem teto de vidro não deve atirar pedras no teto
do outros”?
Eu tinha muito pouco conhecimento sobre a religião de
vocês e por isso não posso falar muito sobre ela, não obstante ter ouvido
alguns rumores, mas, pela revista Sentinela na qual fui citado, noto que as TJ
também falam sobre o Armagedon, sendo assim, será que se procurar na história
desta religião não irie encontrar alguma data que foi indicada para ocorrência
do Armagedon ou de algum outro evento descrito na Bíblia?
Se encontrar vou voltar a lhes escrever, não para
acusar, mas sim, para questionar como foram capazes de “atirar pedra” mesmo tendo
“teto de vidro” e, principalmente, para saber as razões que os eximem de serem
aquilo que me acusaram.
Assim, esta oitava (ou mais) razões, se existirem, será usar em meu favor
todos os argumentos que vierem a utilizar em favor de vocês.
Para encerrar, estou certo que vocês conhecem o texto
de Mateus 7:1, que assim afirma:
“Parem de julgar, para
que não sejam julgados”
Ninguém desta religião me procurou para saber o que eu
tinha a dizer depois e, muito menos, antes de espalharem para todo este país e para
vários países do mundo que eu sou um falso profeta, não tive nenhuma chance de
defesa, vocês me julgaram, me condenaram e expuseram a sentença em público!
- Quão cristão é isso?
- É assim que devemos agir em relação a outras pessoas?
- É assim que vocês agem em relação a todos que não são TJ?
Não se esqueçam do verso 2 de Mateus 7, não se esqueçam
que o julgamento ali mencionado não será humano, mas sim, de Deus, é Ele que os
irá julgar com a mesma medida que usaram para me julgar!
Independentemente de vir a lhes escrever novamente, peço
que esta minha carta seja publicada na Sentinela, juntamente com uma nota pedindo
perdão pela difamação que promoveram contra minha pessoa.
Pior que “errar feio”, é ter a chance
de se retratar
e não fazê-lo.
Era
isso que tinha a expor e requerer.
Neste
momento, bastante descontente:
Pr. Mihran Ask.
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Leitor
TJ, você concorda com os argumentos do Pastor, no todo ou em parte? Te convido
a dizer no que concorda e no que discorda. Te convido também a responder às
questões que estão ao meio ao texto, em especial, àquelas que estão em azul acima. Você continua concordando em 100% com
aquilo que afirmou A Sentinela, mesmo após ler a carta acima? Conte-me por quê.
Você acha que ao CG deve pedir perdão (ainda que póstumo) ao Pastor e aos
familiares dele? Por quê? Você concorda que sua religião será julgada por Jeová
com a mesma medida que usaram para julgar o Pastor? Encontrou algum erro de
escrita que requerer correção? Diga-me onde está que eu corrijo. Para responder
um, alguns ou todos os itens acima, deixe uma mensagem no e-mail 1tessalonicenses5:21@gmail.com
ou no próprio Blog. Desde já, agradeço.
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