domingo, 19 de abril de 2020

MENTIRAS DO C. GOVERNANTE (2) - Não sou inspirado!(I)®

Análise de Mt. 24:45-47 e
Lucas 12:42-44
Neste artigo trato de revelar mais uma mentira do Corpo Governante (CG) das Testemunhas de Jeová (TJ): A afirmação de que não é inspirado (como eram os escritores bíblicos).
Quanto a isto, minhas observações permitem identificar três realidades, quais sejam:
- Realidade Histórica: Quem conhece o histórico de mudanças de entendimento que o CG teve e continua tendo ao longo dos (mais de 100) anos de existência, sabe que o CG não é inspirado (isto é um fato).
- Realidade Teórica: Já no plano do teórico, a partir das reivindicações que faz, a partir da posição que diz ocupar e dos textos bíblicos que afirma, se aplicam única e exclusivamente a ele, a única conclusão possível é:
o CG é INSPIRADO
(não há uma 3ª possibilidade lógica)
mas, não obstante, há uma 3ª realidade que a observação (por mais ilógico que isto possa parecer) revela (e isto também é um fato) a:
- Realidade entre as TJ: Entre elas algo incrível ocorre:
Embora saibam e confessem que o CG não é inspi-
 rado, aceitam todas suas afirmações como
 tendo a autoridade de inspiradas!
Em outras palavras: quando uma TJ afirma que o CG não é inspirado, isso se dá só “da boca para fora”, na prática, elas aceitam todos os escritos do CG como sendo inspirados ou, pelo menos, como tendo a mesma autoridade da Bíblia e é exatamente nisso que se revela a genialidade do CG! Consegue fazer que pessoas racionais e coerentes aceitem e vivam uma mentira quando se considera o que  falam e o que vivem sobre este tema!
          Entre as duas realidades (fática e teórica) aquela que o CG escolheu para endossar EXPRESSAMENTE (o que faz raramente) foi a Realidade Fática, isto é, afirma que:
NÃO É INSPIRADO.
           Por outro lado, a fim de criar e manter a autoridade sobre as TJ o CG tem uma “enxurrada” de publicações (fazendo parte destas, todas as inúmeras vezes que Mt. 24:45 é citado)  nas quais, em outra palavras, mas de forma claríssima, afirma ser absolutamente inspirado!
          O que nos interessará “trabalhar” neste o no próximo artigo serão as Realidades Teórica e Fática apontadas no início, pois, tal analise irá revelar mais esta útil mentira usada pelo CG:
– faz afirmações que, claramente, indicam que tem  INSPIRAÇÃO DIVINA, porém, nas poucas vezes que se manifesta expressamente sobre o tema – nega que seja inspirado!
Um  bom indicativo de que o CG não faz questão de ficar repetindo, o tempo todo, que não é inspirado está em uma Revista Despertai de 1993, revista que faz um apanhado das citações anteriores (em mais de 100 anos de publicações) no qual se negou a inspiração. Veja abaixo:

As Testemunhas de Jeová, devido ao seu anseio pela segunda vinda de Jesus, sugeriram datas que se mostraram incorretas. Por isso, há quem as chame de falsos profetas. No entanto, nunca nesses casos presumiram que suas predições eram feitas ‘no nome de Jeová’. Nunca disseram: ‘Estas são as palavras de Jeová.’
Obs - Como comentei em outro artigo deste Blog (Dialogando - Não São Falsos Profetas? I ®), no qual também trato desta mesma Despertai (artigo pelo qual iniciei a resposta a um[a] leitor[a] que me escreveu e enviou um texto que defende que o CG não é falso profeta), é muito sintomático o uso da expressão “nunca nesses casos” que se vê em destaque acima!
Tal expressão indica que o CG só não fala “em nome de Jeová” quando faz alguma profecia que vem a  falhar mas, quando apregoa coisa diversa de profecia ou quando a profecia feita – alegadamente - se cumpriu (como teria ocorrido com a profecia feita para o ano de 1914) aí não há qualquer receio de afirmar que Jeová fala por intermédio do CG!
Como afirmei naquele artigo, assim fica fácil se dizer verdadeiro profeta de Jeová, afinal: se “der ruim” naquilo que afirmou este alegará que aquelas não foram palavras de Jeová mas, se “der bom” no que disser aí irá defender que Jeová fala por intermédio dele (em outras palavras: se der “cara” o CG ganha e se der “coroa” o CG vence)!
Continuando a citação da Despertai:
 The Watchtower (A Sentinela), publicação oficial das Testemunhas de Jeová, já disse: “Não temos o dom da profecia.” (Janeiro de 1883, página 425) “Nem desejamos que os nossos escritos sejam reverenciados ou considerados infalíveis.” (15 de dezembro de 1896, página 306) A Sentinela disse também que terem alguns o espírito de Jeová “não significa que os que servem agora como testemunhas de Jeová são inspirados. Não significa que os escritos nesta revista A Sentinela são inspirados e infalíveis e sem erros”. (Setembro de 1947, página 135) “A Sentinela não se diz inspirada em suas pronunciações nem é dogmática.” (15 de agosto de 1950, página 263) “Os irmãos que preparam essas publicações não são infalíveis. Seus escritos não são inspirados assim como eram os de Paulo e dos outros escritores bíblicos. (2 Tim. 3:16) E assim, às vezes, tornou-se necessário corrigir conceitos, conforme o entendimento se tornou mais claro. (Pro. 4:18)” — 15 de agosto de 1981, página 19.
22/3/93 p.4
A Despertai citada fez um apanhado de citações que negam a inspiração, iniciando em 1883 e até 1993 listou apenas 5 exemplos de publicações nas quais se afirmou, expressamente, que suas palavras não são inspiradas.
Podem existir outras publicações nas quais se nega a inspiração (eu, após 1993, só conheço mais uma) e mesmo que ainda existiam mais algumas, quando as comparamos com o número de publicações que reclamam, claramente, a inspiração divina, vemos que a negativa é raríssima enquanto afirmativa é por demais abundante (como irei comprovar na segunda parte deste artigo).
- REALIDADE TEÓRICA: Quem faz as alegações e reivindicações que o CG faz, na verdade, não se pode dar ao luxo de negar que seja inspirado, a não ser que seja para mentir com muita gana de determinação e como é exatamente assim o que o CG faz, para quem não é TJ e, portanto, não tem o CG por dono da própria fé:
A MENTIRA “SALTA, VIOLEN-,
 TAMENTE, AOS OHOS”!
Neste primeiro artigo vou citar a mais forte e constante reivindicação de inspiração divina que o CG faz  e dificilmente uma Sentinela, Despertai ou qualquer outra publicação do CG não conterá, pelo menos uma vez, a citação de – Mt. 24:45 -  e todas as vezes que aparece esta citação o CG está reivindicando ser ABSOLUTAMENTE inspirado (talvez muitas TJ não tenham se dado conta disto ainda, mas, aquelas que lerem a integra deste artigo, não poderão mais negar esta realidade - e se ainda tiverem como negá-la, espero que me escrevam explicando como)!
Inicio analisando o contexto a fim de comprovar, “logo de cara” que a interpretação do CG, que toma a passagem por profecia e não por aquilo que ela é – uma parábola – já constituiu um 1º absurdo.
CONTEXTO - Entre Mat. 24:1 a 36 Jesus prediz os sinais de sua vinda e alerta, no v. 36, que sobre o dia e hora em que virá, somente Jeová sabe, logo, sendo um fato de suma importância, seria necessário viver atento, aguardando o retorno de Jesus, em resumo, era necessário – estar vigilante.
O verso 37 deixa isto muito claro ao comparar seu retorno à chegada do dilúvio: pelo fato da imensa maioria ter descuidado daquele trágico evento, para o qual foram alertados por Noé, acabaram sendo “varridos” pelo dilúvio (v.39) e com base na analogia feita Jesus alerta (v.42) “mantenham-se vigilantes”. A partir do verso 43 Jesus passa a contar algumas parábolas que visam, todas elas, demonstrar os riscos de não estar vigilante:
-v. 43-44: Se o proprietário do imóvel souber quando se dará um assalto em sua residência se prepararia para este momento, mas como não sabe quando será precisa estar (como afirma o v. 44)  vigilante pois o assalto se dará em dia e hora desconhecida.
- v. 45 – 51: nestes temos a parábola do “escravo fiel” e do “escravo mal”, no qual o tema permanece o mesmo (necessidade de vigilância), como deixa claro o v. 46 (em relação ao escravo fiel) – que só se tornaria feliz se na desconhecida data do retorno do amo fosse encontrado fazendo aquilo que o amo mandou fazer e no v. 50 (em relação ao “escravo mau”) quando afirma que o amo “virá num dia que não espera e numa hora que não sabe e o punirá”.
Continuando a ilustrar situações que requererem vigilância, há nova parábola no capítulo 25:
- Mat. 25:1 a 13 – Jesus conta a parábola das 10 virgens e revela que aquelas que não se prepararam adequadamente ficaram de fora. Concluindo Jesus, no verso 13 afirma: “estejam vigilantes pois desconhecem tanto o dia quanto a hora”. E não para por aí!
- Mat. 25: 14 a 28 – Jesus conta a famosa parábola dos “talentos”, no qual o senhor dos escravos, antes de viajar, distribui entre eles seus “talentos” (segundo pesquisei e está o próprio texto os “talentos” eram medidas  de peso em prata - 5 talentos correspondiam a 150 quilos de prata) e, embora o texto não afirme, certamente, o senhor dos escravos afirmou que eles deveriam investir as quantias recebidas a fim de fazê-las multiplicar pois acertaria as contas com cada um quando retornasse). Não sabiam os escravos quando retornaria o senhor mas sabiam que teriam que prestar contas quando esse voltasse, portanto, deveriam estar – vigilantes.
Como se vê, Mat. 24:45 faz parte de uma série de parábolas que incentivam estar vigilante para a volta de Jesus. 
Mas o CG resolveu fazer algo fantástico: “pinçou” (parte) da parábola que se encontra nos versos 45 a 47, a transformou-a (somente ela) em uma profecia (contrariando todas as regras de hermenêutica que existem) e a aplicou a si mesmo, o que deixa claro que o importante para as TJ não é aquilo que a Bíblia afirma mas sim aquilo que o CG afirma que a Bíblia afirma!
No referido texto (na Trd. do Novo Mundo com Referências) lemos:
“Quem é realmente o escravo fiel e discreto a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos, para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado? Feliz aquele escravo, se o seu amo, ao chegar, o achar fazendo assim! Deveras, eu vos digo: Ele o designará sobre todos os seus bens.
Segundo tal “profecia” uma classe de pessoas (cujo coletivo recebe o nome de “escravo fiel e discreto”), classe iniciada com os Apóstolos identificados na Bíblia e... (aqui há duas possibilidades que a literatura do CG permite concluir): tal classe teria...
1 - ... passado por uma sucessão ao longo dos séculos (conforme os Apóstolos foram morrendo, outras pessoas foram tomando os respectivos lugares, mantendo a classe do “escravo fiel e prudente” sempre viva) ou teria...
2 - ... desaparecido completamente (com a morte do último dos apóstolos, ainda no 1º século) e só teria ressurgido em 1870, quando surgiram os chamados “Estudantes da Bíblia”, movimento iniciado por Charles Taze Russell e que originou as atuais TJ.
O que é “certo” nesta interpretação da passagem de Mateus é que Jesus, quando retornou em 1914(!?), procurou entre todas as religiões da terra (dentre aqueles grupos que se diziam cristãos) seu “escravo” e foi rejeitando um a um até que encontrou e avaliou os “Estudantes da Bíblia”, reconheceu neles seu “escravo” correspondente ao da era apostólica, os manteve sob observação até 1919, para ver se estavam fazendo o que havia ordenado  (distribuir seu alimento no tempo apropriado) e com a confirmação, elegeu tal escravo sobre todos os seus bens!
Pois bem! Esta é a interpretação que o CG (em um outro artigo deste Blog vou apresentar passagens de literatura do CG que revelam que é exatamente assim que eles entendem que ocorreu entre 1014 e 1919)!
É muito óbvio que tal interpretação (que, repito, pinça uma parábola que está em meio a outras parábolas que tratam do mesmo tema e a transforma, apenas a ela, em profecia e se auto aplica) esta absolutamente incorreta, porém, quando admitimos tal interpretação por verdadeira (apenas para efeito de análise) e notamos suas implicações é que vemos que qualquer grupo religioso que interpretar o texto de Mt. 24:45-47 da forma como faz o CG e auto aplica-lo. estará:
REIVINDICANDO
 SER INSPIRADO     
Neste 1º artigo a ideia será investigar a fundo esta passagem de Mateus (e seu correspondente em Lucas) fim de comprovar que não pode o CG reivindicar ser o “escravo” mencionado no texto e, ao mesmo tempo, se dizer não inspirado.
Neste sentido nada melhor que iniciar por observar tais textos bíblicos no original grego e para tanto busquei ajuda de um irmão na fé (Ricardo X.Vidal),  que tem excelente conhecimento de grego bíblico, e pedi para que analisasse o texto de Mt. 24:45 (bem como o de Lc. 12:42 que traz a mesma parábola) a fim de determinar:
- A quem o texto, em si, indica pertencer o alimento (espiritual) que o “escravo” distribui (ao próprio escravo ou a Jesus).
É este o ponto chave que define a questão, pois, admitindo a interpretação do CG por correta, temos que:
 se o alimento ali referido pertence ao próprio “escravo”, então,
o CG não é inspirado, porém, se a propriedade do
alimento que distribui for de Jesus, o CG só pode
 pode ser - INSPIRADO – a não que
se admita que alimento fornecido
pelo próprio Jesus possa ser,
 em alguma medida,
imperfeito!
 - E aquilo que define a questão (de forma expressa ou ao menos implícita) se concentra na existência ou não do pronome possessivo “seu” (em Mateus) ou “sua” (em Lucas) identificando a propriedade do alimento a ser distribuído. Se tais textos contêm ou, ao menos, devem ser lidos com tais pronomes, então o CG é sim Inspirado. 
Obs- Em um outro artigo mais antigo deste Blog (O “Atravessador” Exclusivo de Alimento Espiritual e a “Rescisão DoContrato de Fornecimento”®), baseado naquilo que li na TNM com Referências, defendi que a propriedade do alimento distribuído pelo “escravo” é de Jesus, assim, a análise aqui também ajuda a confirmar o que afirmei naquele artigo.
Para que se entenda bem a ligação entre a existência (ainda que implícita) ou à inexistência (absoluta) do pronome possessivo “seu” ou “sua”, relacionado ao alimento a ser distribuído, vou reproduzir abaixo os versos de Mateus e de Lucas na TNM com Referências (que é de 1986 e que serviu de base para a escrita do artigo acima indicado) e na TNM editada em 2015 (que só vim a ler recentemente e que retira, exatamente, o pronome possessivo "seu" relacionado ao "alimento" – apenas no texto de Mateus):
Mateus 24 – TMN de 1986 e 2015, respectivamente:
45Quem é realmente o escravo fiel e discreto a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos, para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado? 46 Feliz aquele escravo, se o seu amo, ao chegar, o achar fazendo assim! 47Deveras, eu vos digo: Ele o designará sobre todos os seus bens.
45Quem é realmente o escravo fiel e prudente, a quem o seu senhor encarregou dos seus domésticos, para lhes dar o alimento no tempo apropriado? 46Feliz aquele escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso! 47Digo a verdade a vocês: Ele o encarregará de todos os seus bens.
Lucas 12 – TMN de 1986 e 2015, respectivamente:
42E o Senhor disse: “Quem é realmente o administrador fiel, o prudente, a quem o seu senhor encarregará do grupo de assistentes para sempre dar a eles a sua medida de mantimentos no tempo apropriado? 43Feliz aquele escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso! 44Eu vos digo verazmente: Ele o designará sobre todos os seus bens.”
42E o Senhor disse: “Quem é realmente o administrador fiel, o prudente, a quem o seu senhor encarregará do grupo de assistentes para sempre dar a eles a sua medida de mantimentos no tempo apropriado? 43Feliz aquele escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso! 44 Digo a verdade a vocês: Ele o encarregará de todos os seus bens.
Como se vê, a leitura dos versos 45 (em Mateus) e 42 (em Lucas) indica que: se o pronome possessivo estiver presente (explicita ou implicitamente) nos versos, a propriedade do alimento distribuído é de Jesus, porém, se for omitido o pronome (o que ocorre semente no texto de Mateus, na tradução de 2015) o texto deixa de indicar (expressamente) a quem pertence o alimento distribuído (e neste caso poderá pertencer a Jesus ou ao “escravo”).
Sendo assim, passo a analisar a questão a partir da gramática grega e depois de acordo com o contexto no qual os versos estão inseridos.
Em ambas as análises a conclusão é a mesma – o alimento pertence a Jesus, logo, o CG (se verdadeira sua interpretação e reivindicação sobre o texto) tem que ser inspirado como eram os escritores bíblicos, não há outra opção (a não ser que, insisto, admitamos que Jesus alimenta seus “domésticos”, via CG, com alimento espiritual que pode ser, aleatoriamente: verdadeiro, falso ou semifalso, mas que, não obstante, deverá ser defendido pelas TJ como a verdade - como aquilo que a Bíblia realmente ensina!
MATEUS 24:45 e LUCAS 12:42 NO ORIGINAL GREGO:
Analisadas as passagens no grego, me foi informado que: dentre as palavras presentes nos versos analisados, não consta, expressamente, a palavra grega que, uma vez traduzida, resulta nos pronomes “seu” ou “sua” relacionados ao alimento, porém, que tal pronome está implicitamente presente no texto, logo, deve ser incluído na tradução.
- Esta informação fica muito clara quando analisamos tais passagens na Tradução Interlinear das Escrituras Gregas (em Inglês), publicada pelo CG.
Tal publicação contêm o texto grego e duas traduções dele para o inglês: uma feita abaixo de cada palavra grega (razão da tradução se chamar “interlinear”) e outra na margem direta do texto, traduções que divergem entre si (a tradução abaixo de cada palavra não é, simplesmente, repetida na margem, há diferenças). Isso pode ser visto nas imagens abaixo, na qual se nota que tanto no texto de Mateus como no de Lucas, na tradução “entre linhas” não aparece (entre outras) a palavra “their” (“seu[s]” ou “sua[s]”  em português - relacionada ao alimento que deve ser distribuído pelo escravo), mas aparecem na tradução que está na margem direita. Veja abaixo:

O fato da tradução interlinear não conter o pronome possessivo (entre outras palavras que estão na tradução encontrada na margem) se dá em razão do tradutor se preocupar apenas em traduzir, palavra a palavra, o texto grego, sem se preocupar com o significado do texto que o conjunto de palavras traduzidas, uma a uma, irá formar, isso fica para a tradução marginal e é por isso que ali vemos os pronomes possessivos "THEIR“seu” (alimento) em Mateus e “sua” (medida de alimento) em Lucas, a fim de revelar o sentido do texto em seu conjunto, isso porque, tais pronomes estão implícitos no texto e portanto podem ser explicitados na tradução marginal sem que isso configure uma tradução indevida ou uma violação do texto sagrado.

Não incluir o pronome possessivo, que identifica o proprietário do alimento que o escravo distribui, também não implica em uma violação do texto bíblico, pois, com isto o único “prejuízo” é que o texto, em si, deixa de indicar, expressamente, quem é proprietário do alimento que deve ser distribuído (Jesus ou do próprio “escravo”), porém, o contexto continua indicando que o alimento só pode ser da propriedade de Jesus. É que demonstro abaixo:
O CONTEXTO DE MATEUS 24:45:
          Vou reproduzir novamente o texto de Mateus na única versão da TNM (pelo menos que eu conheça) que não traz o pronome possessivo “seu” (relacionado ao alimento) no verso 45 para demonstrar que, “no final das contas”, o contexto imediato da passagem continua indicando que o alimento a ser distribuído pertence a Jesus.
Obs – Na realidade, esta parábola termina no verso 51 mas apenas até o verso 47 já suficiente para definir, na verdade, a três questões, sendo que aqui só tratarei de uma delas – de quem é a propriedade do alimento que o escravo deve distribuir:
45Quem é realmente o escravo fiel e prudente, a quem o seu senhor encarregou dos seus domésticos, para lhes dar o alimento no tempo apropriado? 46Feliz aquele escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso! 47Digo a verdade a vocês: Ele o encarregará de todos os seus bens.
Notem o SE (no início do verso 46), o escravo só se tornaria feliz e seria encarregado sobre todos os bens do amo SE, ao retornar o Amo o encontrasse fazendo aquilo que lhe ordenou que fizesse, ou seja: “...lhes dar o alimento no tempo apropriado?
          A inexistência do pronome “seu” no trecho entre aspas acima deixar de identificar, de forma direta, a propriedade do alimento distribuído, porém, o trecho sublinhado continua fazendo tal identificação. Pensemos:
Se o alimento distribuído for uma produção do próprio “escravo”, um “escravo” não inspirado, então, é certo que o alimento distribuído estará repleto de deficiências, refletindo as deficiências humanas dos humanos autores de tal alimento espiritual e é exatamente isso que a Despertai citada afirma que ocorre. Relembre uma das citações:
Não significa que os escritos nesta revista A Sentinela são inspirados e infalíveis e sem erros”. (Setembro de 1947, página 135)
Sendo esta a realidade cabe perguntar:
 EXISTE MOMENTO APROPRIADO PARA QUE OS
“DOMÉSTICOS” DE JESUS CONSUMAM
 ALIMENTO ESPIRITUAL FALÍVEL e COM ERROS”?
JESUS O PERMITIRIA?
Outro detalhe que “salta aos olhos” no contexto dos versos 24:45 de Mateus e 12:42 de Lucas e que todos seus elementos pertencem ao Jesus, logo, o alimento também pertence a Ele. Notem:
Mateus:
Lucas
              O “escravo” ou “administrador” pertence a Jesus, os “domésticos” ou os “assistentes” também pertencem a Jesus, assim, não haveria porque apenas o alimento a ser distribuído não ser de Jesus e se o alimento é de Jesus, certamente, ele reflete a pessoa de Jesus, que segundo a Bíblia:
- É o caminha a verdade e a vida (Jo. 16:6) é o pão da vida (Jo. 6:48), a água da vida (Jo. 14:4), a verdadeira comida e bebida (Jo.6:55),  a videira verdadeira (Jo. 15:1), luz do mundo (Jo.8:12), o verbo (Jo.1:1), a palavra da vida (IJo.1:1), o autor e consumidor da nossa fé (Hb. 12:2), o Bom Pastor (Jo. 10:11 e 14), o único mediador entre Deus e os homens (1Tm. 2:5).
Devemos acreditar que alguém que tem tais qualificações fornece alimento espiritual estragado para ser distribuído ou permite que seu o escravo assim o faça, em prejuízo de seus "domésticos"?
Como a resposta, evidentemente, é NÃO, então, como poderia o próprio Jesus aprovar um “escravo” que distribui, continuamente, a seus “domésticos” alimento espiritual estragado?
Como se vê, “há para onde ocorrer”, mesmo sem o pronome possessivo “seu” expressamente presente no texto de Mateus (o que só ocorre na TMN de 2015), o alimento que o escravo distribui só pode pertencer a Jesus e creio que você, assim como eu, está certo(a) que nenhum alimento espiritual fornecido por Jesus  pode conter erros.
A mesma lógica vale para o texto paralelo de Lucas (que também não apresentam o pronome possessivo, explicitamente, ligado ao alimento, o que não impediu os tradutores da TMN de inclui-lo na tradução).
Sendo assim, só restam 3 possibilidades:

- Ou os textos de Mateus e Lucas não podem ser interpretados como o CG o faz, isto é, tomando-o por uma profecia (o que não tem nenhum cabimento).
- Ou a interpretação do CG está correta e neste caso o CG é inspirado.
- Ou a interpretação do CG está correta e o CG não foi eleito por Jesus em 1919, pois, o “escravo TJ”, encontrado por Jesus, conforme confessou o CG recentemente, comete:
12 ... erros aos explicar assuntos da Bíblia ou ao dar orientações. Tanto é que no Índice encontramos o assunto “Esclarecimento de Crenças”, com uma lista de ajustes em nosso entendimento da Bíblia desde 1870.
Como se vê, desde 1870, o “escravo TJ” já fornecia alimento espiritual contendo erros aos “domésticos” e ensino bíblico com erros nunca será “alimento no tempo apropriado”!
Por fim, confessando que nunca fez nem fará aquilo que o amo lhe mandou fazer (fornecer alimento espiritual no tempo apropriado) afirma (logo na sequência da Sentinela acima mencionada – 2/2017, p.26, §12) que:
Na verdade, Jesus não disse que o
 escravo ia dar alimento espiritual perfeito.
- Ocorre que, ao confessar isto, o CG afirma uma verdade mas o faz pela razão errada!
A intenção foi informar para as TJ (a Sentinela citada é uma revista para estudo interno, ela não é distribuída publicamente) que devem se conformar com o alimento espiritual defeituoso que recebem do CG sem reclamar nem se opor, afinal, Jesus nunca afirmou que o CG lhes forneceria alimento perfeito (foi assim que Jeová determinou)!
É verdade que Jesus nunca afirmou o que se lê no trecho em negrito acima e precisamos entender a verdadeira razão de não o ter afirmado e para descobrir, em primeiro lugar, precisamos analisar o que ele afirmou (vou usar abaixo o texto de Lucas, pois, todas as versões da TMN incluem o pronome possessivo “sua” relacionada ao alimento):
“Quem é realmente o administrador fiel, o prudente, a quem o seu senhor encarregará do grupo de assistentes para sempre dar a eles A SUA MEDIDA de mantimentos no tempo apropriado
Oque a Bíblia afirma, categoricamente, é que o alimento que o administrador (CG) fornece aos assistentes (TJ), pertence ao Senhor (Jesus).
Mesmo que retirássemos o pronome possessivo (sua) do texto, ainda assim, só poderíamos entender que a “medida de mantimentos”, distribuído pelo escravo, vem de Jesus, afinal, nunca haverá tempo apropriado para se consumir alimento espiritual que contenha erros e a única forma de garantir que a “medida de mantimentos” seja perfeita é se está pertencer a Jesus. Visto que o Jesus afirmou vejamos, de novo, o que afirmou o CG:
Na verdade, Jesus não disse que o
 escravo ia dar alimento espiritual perfeito.
Realmente! “Na verdade, Jesus não disse que o escravo ia dar alimento espiritual...” (produzido pelo próprio escravo)... ALGUM (a ele cabe, apenas, distribuir o alimento que recebe de Jesus).
- Mas se você, TJ que lê este artigo, acreditar (e a Bíblia não lhe deixa opção) que o alimento distribuído pelo escravo vem de Jesus, então, você deverá ler a afirmação da Sentinela da seguinte forma:
Na verdade, Jesus não disse que daria a seu
 escravo alimento espiritual perfeito.
O que cria um sério problema:
Jesus, por ser o fornecedor do alimento que as TJ
 recebem, via escravo, é o responsável pelos
 erros que as TJ aprendem!?
Se você, TJ que lê este texto, acreditar no que se lê acima (e o ensino do CG sobre o tema não permite outra conclusão) então preciso reavivar um conselho dado pelo CG (a pessoas de outras religiões, obviamente) mas que se aplica muito bem a você (os trechos em azul revelam adaptações no texto original para que possa ser lido por TJ).
Você precisa
examinar (...) o que é ensinado pela organização religiosa com a qual se associou. Estão os seus ensinos em plena harmonia com a Palavra de Deus ou baseiam-se apenas na tradição de ensino dos homens do CG? Se amar a verdade, não precisará temer tal exame. Cada um de nós deve ter o desejo sincero de aprender a vontade de Deus para nós e depois fazê-la. — João 8:32.
S. 15/9/69, p. 550
 Já partindo para encerrar esta 1ª parte deste artigo, indico que a cada vez que o CG cita Mt. 24:45 (é difícil encontrar uma publicação do CG que não mencione este verso bíblico pelo menos uma vez) ele está reivindicando ser inspirado e o fato de negar que o seja, algumas raras vezes, não apaga tal reivindicação, pelo contrário, revela apenas que o CG mente e, “à reboque”, leva todas as TJ a mentiram juntamente sobre este tema!
Na próxima parte deste artigo apresentei uma amostra de outras afirmações do do CG que, das formas mais variadas, reivindicam, claramente, a inspiração divina, sendo que estas, juntamente com as citações de Mt. 24:45, compõem uma verdadeira "enxurrada" de reivindicações de inspiração divina.
Para encerrar cito mais uma afirmação do próprio CG, que revela que não é possível exigir que as TJ encarem a literatura do CG com a autoridade de ensinos inspirados e, ao mesmo tempo, as façam mentir afirmando que tal literatura não é inspirada.
Não pode haver duas verdades, quando uma não concorda com a outra. Ou uma ou a outra é verdadeira, mas não ambas.  (Lv. Poderá Viver... p. 32, §19).
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Você discorda? Me diga a razão. Você vai continuar acreditando que o CG não é inspirado pelo simplesmente fato do mesmo afirmar que não é, pouco importando o que afirma a Bíblia? Nem sei o que dizer! Quer criticar este artigo de alguma forma ou quer agregar outros argumentos a ele? Me escrava, desde já agradeço. 


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