Brasil,
30/1/2019
Caros Familiares:
Recentemente,
lendo a revista “A Sentinela”, publicada pela Sociedade Torre de Vigia (STV),
me deparei com uma mesma afirmação, concebida pelo Sr. Hughes, que já foi publicada
em três ocasiões distintas.
A
primeira e a terceira publicações (bem antiga e muito recente, respectivamente)
identificam o Sr. Hughes como autor daquelas palavras e a segunda publicação
não informa a autoria.
A
descoberta das publicações, do conteúdo daquilo que ele afirmou, da forma como
Sentinela já usou as palavras dele e do intervalo de tempo transcorrido entre as
publicações, me motivaram a lhes escrever para, em um primeiro momento,
convidá-los a refletir sobre aquilo que o mesmo afirmou.
Como não os conheço pessoalmente, não
sei se alguns ou pelo menos um de vocês se tornou Testemunhas de Jeová (TJ) e
assim permanece ou foi TJ mas deixou de ser ou se nunca chegou a fazer parte da
religião das TJ, porém, em quaisquer das hipóteses pretendo, em um segundo
momento, propor que cada um (re)pense a correção da decisão de: permanecer, de ter
abandonado ou de passar a ser uma TJ.
Inicio transcrevendo as palavras do Sr.
Hughes, tais quais foram publicadas em cada uma das três vezes que já
apareceram na Sentinela:
Primeira
Publicação (sublinhado acrescido):
Estou
mui grato de ter vivido no conhecimento dos propósitos de Jeová desde
aqueles dias de pouco antes de 1914, quando nem tudo estava tão claro, até
estes dias; desde um dia em que havia algumas dúvidas até o dia em que a
verdade brilha como o sol ao meio dia. Se há alguma coisa de suma
importância para mim, esta é a questão de conservar-me intimamente com a
organização visível de Jeová. As minhas primeiras experiências me ensinaram
quão insalutar é confiar em raciocínios humanos. Quando tomei mentalmente uma
resolução neste sentido, determinei permanecer com a fiel organização. De que
outra maneira se pode obter o favor e as bênçãos de Jeová? (Sent. 1/9/1963, p. 536 em Português e
1/4/1963 p. 220 em Inglês)
Segunda
Publicação: Nesta, parte das palavras foi omitida (o
que tornou a afirmação feita, referente à época de envolveu o ano de 1914,
ainda mais clara): As palavras do Sr. Hughes, foram assim introduzidas (notar
os destaques que acresci):
“Assim como o corpo
precisa de alimento, cuidado e orientação, nós precisamos das provisões espirituais que DEUS NOS DÁ por meio da sua
Palavra, do seu espírito e DA SUA
ORGANIZAÇÃO. Para tirar proveito destas provisões, temos de fazer parte
da família terrestre de Jeová”,
e logo após se
afirma:
Depois de muitos anos
no serviço de Deus, um irmão escreveu:
“Sou mui grato de ter
vivido no conhecimento dos propósitos de Jeová desde aqueles dias de pouco
antes de 1914, quando nem tudo estava tão claro . . . até o dia atual, em
que a verdade brilha como o sol ao meio-dia. Se há alguma coisa de suma
importância para mim, esta é a questão de conservar-me bem achegado à
organização visível de Jeová. As minhas primeiras experiências me ensinaram
quão imprudente é confiar em raciocínios humanos. Quando tomei mentalmente uma
resolução neste sentido, determinei permanecer com a fiel organização. De que
outra maneira se pode obter o favor e as bênçãos de Jeová?” (Sent. 15/7/96 p. 20, §19 tanto em
Português quanto em Inglês)
Terceira
Publicação: Nesta
as palavras do Sr. Hughes foram inseridas dentro de um artigo intitulado “Você Está Avançando com a Organização de Jeová?”
e a parte omitida foi ainda maior, o que, inclusive, alterou completamente a
compreensão daquilo que ele pretendeu afirmar a respeito dos dias “de pouco antes de 1914”:
Sou
muito grato por ter conhecimento dos propósitos de Jeová desde aqueles dias de
pouco antes de 1914 . . .
Se há alguma coisa de máxima importância para mim, é a questão de me manter bem
achegado à organização visível de Jeová. As minhas primeiras experiências me
ensinaram como é imprudente confiar em raciocínios humanos. Uma vez que aceitei
esse fato, decidi permanecer com a fiel organização. De que outra maneira se
pode obter o favor e as bênçãos de Jeová?” (15/52014, p. 29, §14)
Como
se vê, a parte omitida induz o leitor a pensar que aquilo que o Sr. Hughes
afirmou a respeito do “conhecimento dos propósitos de Jeová” já era algo bem
disponível em 1914, porém, o que ele afirmou foi exatamente o contrário disso!
Vistas
as três publicações e suas diferenças, necessário observar que: não obstante as
palavras acima sejam do Sr. Hughes, a Sentinela, ao citá-las, as endossou,
logo, tais palavras não podem ser consideradas apenas uma opinião isolada e particular
dele, mas são sim, uma afirmação que a STV apoiou e divulgou (por três vezes)
no objetivo, evidente, de incentivar que
as convicções dele fossem acatadas pelas TJs (isso fica ainda mais claro ao
notarmos como as palavras do Sr. Hughes foram introduzidas, em sua segunda
publicação e o contexto do artigo nas quais foram inseridas tais palavras na
terceira publicação e, ainda, o “corte”
no texto nesta terceira publicação, que acabou por perverter as palavras do Sr.
Hughes, sobre o “conhecimento” existente na época “em torno” de 1914 – o que
beneficiou a STV)!
Estou
mui grato de ter vivido no conhecimento dos propósitos de Jeová desde aqueles
dias de pouco antes de 1914, quando nem
tudo estava tão claro, (...)
Vejamos
o que mais se afirma sobre isso, na continuação do texto (no qual irei repetir
o trecho em negrito acima).
... quando nem tudo estava tão claro,
ATÉ ESTES
DIAS; desde um dia em que havia algumas
dúvidas até o dia em que a
verdade brilha como o sol ao meio dia.
Então,
no início de 1963, as TJ passaram de uma situação na qual: “nem tudo estava tão
claro” pois existiam “algumas dúvidas”, situação vigente “dias antes de 1914”
(certamente a expressão “dias antes
de 1914” deve se referir, no máximo, a 1912 e 1913) para um situação em que a
VERDADE passou a brilhar como sol ao meio dia, assim, em um período
aproximado de 50 anos (entre 1912-3 a 1963), o grupo que veio a se transformar
nas TJ de hoje, passou a ter a inteira luz das escrituras. Continuando:
Se
há alguma coisa de suma importância para mim, esta é a questão de conservar-me
intimamente com a organização visível de Jeová. As minhas primeiras experiências me ensinaram quão insalutar é confiar
em raciocínios humanos.
Esta
trecho, na parte sem negrito, é clara e óbvia: visto que o grupo religioso ao
qual pertencia o Sr. Hughes, na distante data de 1963, já conseguia enxergar os
planos, propósitos e ensinos bíblicos, de forma tão clara quanto ao sol ao meio
dia (algo que eliminou todas as dúvidas que tinham), era mais do que óbvio que
tanto ele como todos os demais membros de tal religião (tão abençoada por
Jeová) se sentissem, inclusive, na obrigação de estarem intimamente ligados a
ela.
Já
o entendimento do trecho em negrito, requer mais subsídios presentes na Sentinela
de 1963 (na qual existem 4 páginas de declarações do Sr. Hughes).
Na
primeira delas (p.533 na edição em português), creio eu, está a chave para se
entender o trecho em negrito ora considerado: Ali ele afirmou:
MEU
interesse por Deus e pela Bíblia começou quando eu era um garoto de mais ou
menos oito anos. Era meu costume freqüentar a classe de estudo bíblico da
escola de nossa aldeia em Shropshire, Inglaterra. Lembro-me de nosso estudo
sobre a vida do apóstolo Paulo e de eu ter o desejo de servir a Deus do mesmo
modo. Estes primeiros contatos
com
a Bíblia fizeram muito para modelar a minha vida nos anos futuros.
Logo
na sequência o Sr. Hughes irá narrar que foi morar com parentes, em outra cidade,
parentes que falavam sobre um “impendente fim do mundo” e que, graças a sua
tia, acabou conhecendo C.T. Russell (fundador do movimento que se transformou
nas TJs), assistiu um discurso público dele e, após, passou a frequentar outras
reuniões do “povo de Jeová” e foi batizado.
Esses
fatos revelam que a dita “classe de estudo bíblico da escola” não era ligada
aos “Estudantes da Bíblia” daquela época, então, a referência às “primeiras
experiências”, têm a ver com o período onde o Sr. Hughes aprendia da Bíblia na “religião
falsa”, na “Babilônia a Grande” (como afirmam as TJ de hoje), logo, quando
o mesmo afirma:
As
minhas primeiras experiências me ensinaram quão insalutar é confiar em
raciocínios humanos.
ele está se
referindo ao período no qual estava associado a um grupo religioso diverso dos
“Estudantes da Bíblia”. Foi naquele primeiro grupo que o mesmo aprendeu que é “insalutar
confiar em raciocínios humanos” (mais ao final desta voltarei a este ponto).
Continuando:
Quando
tomei mentalmente uma resolução neste sentido, determinei permanecer com a fiel
organização. De que outra maneira se pode obter o favor e as bênçãos de Jeová?
– Introdução:
Em
primeiro lugar, devo deixar claro que esta carta aberta, de forma alguma tem o
objetivo de insultar, magoar, difamar o Sr. Hughes ou qualquer outra TJ. Visando
garantir isso, faço os seguintes compromissos:
-
Resumir ao máximo aquilo que ainda tenho para lhes escrever, me limitando apenas
aquilo que for mais essencial (se fosse fazer uma exposição mais completa, essa
carta não teria menos de 20 páginas).
-
No restante desta carta vou me limitar a citar algumas poucas publicações da
STV e versos bíblicos a fim de comentar. O primeiro deles é esse:
1Ts. 5:21 – Certificai-vos de todas
as coisas; apegai-vos ao que é excelente.
Como
se vê, o “certificai-vos” está no modo imperativo, logo, não se trata apenas de
autorização, existe o dever de nos certificarmos de todas as coisas, para,
então, termos condições de saber se há algo excelente a se aproveitar naquilo
que nos certificamos.
Questão Principal: Em 1963 as TJ,
realmente, atingiram uma posição diversa dos dias que antecederam 1914 (“quando
nem tudo estava tão claro” e “havia algumas
dúvidas”) e
passaram para uma condição na qual: “a verdade brilha
como o sol ao meio dia”?
Inicio informando que, bem mais
recentemente, o CG fez afirmação que, pela generalidade, indica que a pergunta acima
deve ser respondida de forma afirmativa! Notem:
As pessoas se sentiam atraídas a Jesus porque ele era “de
temperamento brando e humilde de coração”. (Mat. 11:29) Por outro lado, uma
atitude de superioridade afasta as pessoas. Assim, embora estejamos totalmente convencidos de que TEMOS A VERDADE, é sensato evitar falar de modo dogmático. (Mnt.do Reino 8/2002
p.8 §5º)
Ocorre
que a resposta à pergunta proposta (como ficará claro na sequências desta) é
(um sonoro) “não” e essa resposta é
válida, tanto na época em que Russell
iniciou o grupo que ficou conhecido como “Estudantes da Bíblia”, passando por 1963 e chegando a 2019 e, o pior,
AS TJ SABEM DISSO!
A
razão principal pela qual as TJs sabem que a resposta é “não” reside no fato de
que as mesmas acreditam, desde o início da STV, em uma doutrina que tem por
único fim justificar todas as inúmeras mudanças no conjunto de “verdades” que já
ensinam (doutrina conhecida pelo nome de “Iluminação Progressiva” - baseada em
Pv.4:18)!
Assim,
as TJ de todas as épocas sabem que não conhecem toda a verdade, sabem que não
têm todas as respostas e que pairam muitas dúvidas sobre temas bíblicos, não
obstante, conseguem aceitar, também,
afirmações como a do Sr. Hughes e a do Ministério do Reino citado, como
se verdades absolutas fossem!
Isso
ocorre porque os dirigentes das TJ, desde Russell, sempre tiveram uma incrível
habilidade de fazerem as TJ acreditarem (piamente) em algo que, no fundo, todas
elas sabem ser falso, porém, isso não gera conflito, não é capaz de gerar uma
crise de consciência - o que seria natural e obrigatório para pessoas (via de
regra) bem intencionadas, como são as TJs!
Quando
a Sentinela repetiu as palavras do Sr. Hughes, em 1996, introduzindo-as da
forma como o fez e, ainda, omitindo parte do texto, o que tornou aquilo que ele
quis dizer ainda mais claro (que as TJ,
em 1963, já tinham toda a verdade) ou quando, cerca de 6 anos mais tarde,
publicou o Ministério do Reino transcrito, deveriam as TJ (como deveriam ter
feitos em muitas outras oportunidades):
-
Ou entender que a “Doutrina das Novas Luzes”, vigente desde sempre entre as
TJs, foi oficialmente revogada e, portanto, agora, SIM, as TJ têm, finalmente,
toda a verdade bíblica ou
-
Perceberem que tal doutrina impede as TJ de conhecer, a rigor, qualquer verdade,
pois, como qualquer ponto de fé que defendam está sujeito, a qualquer momento,
a receber uma ou mais “novas luzes”, cada um de tais pontos de fé pode ser: uma
mentira completa, uma meia verdade ou
uma verdade pronta e acabada que, não obstante, pode ou não, receber novas luzes!
Obs – Algumas
poucas vezes as publicações da STV já revelaram que, na verdade, as crenças das
TJ não passam de uma “verdade ATUAL”,
como se vê no trecho de um outro Ministério do Reino, no qual o CG pergunta às
TJ:
Cumpre
fielmente suas designações teocráticas e mantém-se A PAR DA VERDADE ATUAL
por estudar diligentemente a Palavra de Deus E O MAIS RECENTE alimento espiritual distribuído pelo
“escravo”? — Mat. 24:45-47.
M.R. – 11/1985, p.3
Notem,
ainda, mais esta recentíssima afirmação do CG que, com um só golpe, desmente o
que afirmou o Sr. Hughes, bem como, o que afirmaram ambos os Ministérios do
Reino citados:
O
Corpo Governante não recebe revelações da parte de Deus nem é perfeito. Por isso, ele pode cometer erros aos
explicar assuntos da Bíblia ou ao dar orientações. Tanto é que no Índice
encontramos o assunto “Esclarecimento de Crenças”, com uma lista de ajustes em
nosso entendimento da Bíblia desde 1870. Na verdade, Jesus não disse que o escravo ia dar alimento
espiritual perfeito. (S. 2/2017 p. 26)
A mente de uma TJ, ao ler a afirmação
acima, deveria “entrar em parafuso”, pois, como é possível “a vereda do justo
ficar cada vez mais clara” (Pv.4:18) se nem mesmo o canal de comunicação que
Jeová usa e que, portanto, pertence a Ele, consegue evitar o ensino de ERROS (que devemos, mais propriamente
chamar de MENTIRAS), ao explicar
assuntos bíblicos?!
Além
disso, o trecho destacado em vermelho, na verdade, é uma COMPLETA, TOTAL e
INACREDITÁVEL BLASFÊMIA contra Jesus, pois, conforme o texto de Mt. 24:45, o
alimento que o “escravo” (o CG) distribui às TJ (conforme o próprio CG ensina
que foi comissionado a fazer) não é dele (CG), mas sim, pertence ao próprio
Jesus e como Jesus é, entre outros atributos, A PRÓPRIA A VERDADE
(Jo.14:6) e o VERDADEIRO Pão do Céu (Jo. 6: 32 a 35) como pode haver
qualquer imperfeição em alimento que a Ele pertencente?
Pergunto:
Era realmente necessário que a Bíblia tivesse registrado Jesus afirmando, expressamente,
que seu “escravo” distribuiria “alimento espiritual perfeito” para que
pudéssemos entender que o alimento que o CG distribui (que, repito, segundo Mt.
24:45 é propriedade do próprio Jesus) é perfeito?
Mas
as questões evidentes e inevitáveis que surgem das considerações acima, insisto,
passam longe da mente da imensa maioria das TJ, por razões que, em qualquer
nível, não podem ser saudáveis!
Se
aproximando do final desta, gostaria de fazer apenas mais dois destaques nas
palavras do Sr. Hughes:
Como já vimos, ele
afirmou:
As minhas primeiras experiências me
ensinaram quão insalutar é confiar em raciocínios
humanos.
A
época na qual o ele confiou em, “raciocínios humanos”, foi aquela na qual
estava aprendendo a Bíblia com pessoas que pertenciam à “religião falsa”, logo,
a contrario sensu do que afirmou
acima, entre as TJ de sua época ele não encontrou raciocínios humanos,
pois, se também os tivesse encontrado ali, não poderia neles confiar! Essa
conclusão leva a uma pergunta bem evidente:
Sendo
as TJ (de qualquer época) pessoas humanas, não é
de se esperar que dentre elas haja (inclusive
em
meio
a seus lideres) “raciocínios humanos”?
Em
um outro trecho da mesma Sentinela de 1963 ele afirmou:
... Uni-me com Edgar
Clay, (...) e comecei meu período de sete anos de pioneiro, (...). Sempre foi o
nosso costume deixar que a ORGANIZAÇÃO
DE JEOVÁ nos designasse o território e isto sempre provou-se
melhor.
Certamente,
ao menos mais diretamente, quem designava onde o Sr. Hughes deveria servir eram
os lideres de sua organização (humanos, que tinham raciocínios humanos,
raciocínios que eram usados ao tomarem
decisões), porém, como se vê, para ele quem tomava essa decisão era a
“Organização de Jeová” e isso me faz chegar à seguinte conclusão razoável:
-
Quem toma as decisões na “Organização de
Jeová” é o próprio Jeová (só pode ter sido isso que o Sr. Hughes quis
indicar com a afirmação sublinhada acima).
E é esse o ponto:
Toda a TJ admite, em seu íntimo, que há uma atuação sobrenatural de Jeová sobre
a STV, atuação que impede “raciocínios humanos erráticos”, dos quais nenhuma
organização humana está isenta, de causar qualquer desvio para fora da vontade
e dos ensinos que Jeová provê!
E
notem que o CG incentiva tal conclusão, quando afirma coisas como:
Uma
vez que verificamos qual o instrumento
que Deus usa como seu “escravo” para distribuir o alimento espiritual ao
seu povo, Jeová certamente não se
agradará se recebermos este alimento como se pudesse conter algo prejudicial.
DEVEMOS
ter confiança no instrumento que Deus usa. (Sent. 15/8/81 p. 19)
Ocorre
que tal “atuação sobrenatural” nada mais é o que chamamos de “inspiração”,
afinal, foi exatamente essa mesma “atuação sobrenatural” de Jeová que o permitiu
usar homens imperfeitos como instrumentos para que escrevessem, ao longo de
vários séculos, a Bíblia, livro que as TJ afirmam que não contêm erros humanos,
não obstante ter sido escrita por vários e imperfeitos homens que, certamente,
eram repletos de raciocínios humanos!
Somente tal convicção interna pode
levar uma pessoa a afirmar, com sinceridade: “- o quão insalutar é confiar em raciocínios humanos” ou “devemos ter confiança no instrumento que Jeová usa” não obstante,
estar em uma organização humana, cujos líderes (humanos) tomam decisões que
afetam todos os liderados (inclusive em questões que envolvem a vida e a morte,
própria e até de filhos menores)!
Mas quando perguntamos se o CG é
“inspirado” a resposta oficial, expressa, escrita (tanto do CG quanto das TJs)
é (o trecho transcrito abaixo está no parágrafo seguinte de onde retirei a
citação acima):
É
verdade que os irmãos que preparam essas publicações não são infalíveis. Seus
escritos não são inspirados assim como eram os de Paulo e dos outros escritores
bíblicos. (2 Tim. 3:16) (Sent. 15/8/81 p.19)
Os
homens desse corpo governante, como os apóstolos e anciãos em Jerusalém, têm
muitos anos de experiência no serviço de Deus. Mas não confiam na sabedoria humana ao
fazerem decisões. Não, sendo GOVERNADOS
TEOCRATICAMENTE, seguem o exemplo do primitivo corpo governante em
Jerusalém cujas decisões baseavam-se na Palavra de Deus e eram feitas sob a
direção do espírito santo. — Atos 15:13-17, 28, 29. (Livro: Poderá Viver...
p. 195, §14)
Minha
conclusão é que esta estranhíssima “dualidade contraditória” que habita a mente
das TJ (sem gerar qualquer conflito), não nasce ali espontaneamente, ela é,
hábil e desonestamente, implantada pelo CG!
O
que vocês pensam a respeito? Concordam com esses meus raciocínios?
Passando ao último ponto desta carta, como afirmei no início, não sei se vocês:
1-
nunca foram,
2
- deixaram de ser ou
3
- continuam sendo TJs,
mas, seja como for,
gostaria de citar uma última publicação do CG a fim de que (re)pensem, a partir
dela e de tudo o que leram acima, se cada um de vocês está correto ou não ao se
encontrar na situação 1, 2 ou 3 indicadas.
Sabendo
disso, o que fará você, leitor? É evidente que o verdadeiro Deus, sendo
“Deus da verdade” e odiando a mentira, não considerará com favor os que se
apegam a organizações que ensinam a falsidade. (Salmo 31:5; Provérbios
6:16-19; Revelação 21:8) Realmente, gostaria mesmo de se associar com uma
religião que não o tratou com honestidade? (Livro – É essa Vida Tudo o que Há
p.45, §5º).
Agora
é com vocês!
Att.
2Ts. 5:21
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