domingo, 11 de fevereiro de 2018

O “ATRAVESSADOR” EXCLUSIVO DE ALIMENTO ESPIRITUAL E A “RESCISÃO DO CONTRATO DE FORNECIMENTO” ®


Sinopse:

·       -   Análise detalhada do verso 45 do Cap. 24 do Evangelho de Mateus.
·         - O “Atravessador Exclusivo” de Alimento Espiritual – funções e proibições.
·         - Requisitos para a “contratação” do “Atravessador”
·         - Condições para a manutenção do contrato de “Atravessador Exclusivo”
·         - O alimento pertencente a Jesus, reflete sua pessoa e seus ensinos.
·         - Alegações que não socorrem ao “Atravessador Exclusivo”.
·         - O que dizer sobre esta “porção" de alimento espiritual”?
·         - “Rescisão do contrato” de “Atravessador Exclusivo”
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Neste artigo vou convidar as Testemunhas de Jeová (TJ) a acompanharem a análise de um verso bíblico que as mesmas, certamente, já estão “cansadas de saber” mas que, creio eu, ainda não foi entendido em toda a sua profundidade e é muito importante que assim ocorra, razão pela qual irei fazer algo bem didático (do ponto de vista da língua portuguesa) a fim de revelar algo muito profundo (do ponto de vista da fé).
          Mt.24:45 afirma:
Quem é realmente o escravo fiel e discreto a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos, para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado?
Analisando o verso bíblico é possível perceber: são três os sujeitos (aqueles que praticam ou sofrem as ações expressas pelos verbos) e aparecem na seguinte ordem:

1Sujeito – o “escravo fiel e discreto”
2Sujeito – o “Amo”
3Sujeito – os “domésticos"

O primeiro verbo a aparecer (é) faz referência, conforme entendem as Testemunhas de Jeová (TJ), a seu Corpo Governante (CG), isso é, está ligado ao 1o Sujeito indicado.
O segundo verbo (designou) faz referência ao Amo (2o Sujeito), é o Amo quem pratica esta ação, sendo que a mesma recai sobre o 1Sujeito.
O terceiro verbo (dar) tem por objeto o alimento e é praticado pelo 1o Sujeito em favor do 3o Sujeito.
O verso também apresenta um mesmo pronome possessivo, que aparece três vezes, sendo duas no singular e uma no plural, na seguinte ordem: seu / seus / seu
O pronome possessivo seu (tanto no plural quanto no singular) sempre se refere ao mesmo Sujeito – O AMO.
Isso fica melhor visualizado abaixo:
Como se vê acima:

O “escravo” pertence ao Amo,
           os domésticos pertencem ao Amo e (principalmente):
                                O ALIMENTO PERTENCE AO AMO!


O “ATRAVESSADOR EXCLUSIVO”– Inicio afirmando que o termo “Atravessador” neste artigo não está sendo usado  de forma pejorativa nem depreciativa, pelo contrário, aqui este termo será considerado uma qualidade e um privilégio, além de constituir uma figura útil a servir em uma analogia válida.

Conforme revela o Google, o termo “atravessador” têm dois significados, sendo o segundo deles:
que ou o que exerce suas atividades colocando-se entre o produtor e o comerciante varejista (diz-se de negociante); intermediário.

Dois dos aspectos que podem ser claramente percebidos na definição acima (sendo estes os únicos que aqui interessam) são:

O Atravessador não produz o alimento que distribui. A função do Atravessador se limita a obter e repassar o alimento recebido do Amo.

            Se correta a interpretação que as TJ aceitam para o texto de Mt.24:45, então, o CG é o legítimo e exclusivo “Atravessador” de alimento espiritual da humanidade, tendo por função única - recebê-lo (do Amo) e repassá-lo (aos domésticos).

Assim, se na data “x” “o produtor” fizer chegar para seu “atravessador exclusivo” o alimento espiritual “Y”, tudo o que o “atravessador” terá que fazer será repassar o mesmíssimo alimento “Y” aos domésticos, logo, NÃO poderá o “atravessador”:

1 – Repassar qualquer alimento se, previamente, não o tiver recebido do Amo.
2 – Se receber do Amo o alimento “Y”, repassar aos domésticos o alimento “Z”, afinal, o Atravessador não produz o alimento que repassa, se limita a repassar aquilo que obteve do Amo.
3 – Receber o alimento “Y” e repassar o alimento “Y-y” ou “Y+y”, afinal, o alimento deve ser repassado tal e qual foi recebido do Amo, pois, não há espaço para coprodução de alimento espiritual entre o “Amo” e o “atravessador” – como já visto, o evangelista Mateus, inspirado pelo Espírito afirma  que o alimento a ser obtido e repassado é (apenas) do Amo, pertence a ele.

4 – Receber o alimento “Y” e repassá-lo antes ou depois do momento certo, afinal, o “atravessador” aprovado é aquele que distribui o alimento recebido do Amo  – “no tempo apropriado” – conforme afirma Mt. 24:45.
Em resumo - o CG tem que funcionar com um mero Atravessador. Seu único privilégio é (ou pelo menos deveria ser) conhecer previamente, em relação aos domésticos, o alimento espiritual recebido do Amo.
Segundo as TJ, Jesus, quando esteve neste mundo, já teria designado um “escravo” e ao retornar, séculos depois (para as TJ o retorno de Jesus já ocorreu), Jesus primeiro teve que reconhecer (encontrar) os sucessores do "escravo" que já havia designado e, após, submetê-lo a uma inspeção a fim de saber se o mesmo havia continuado “cumprindo suas funções” tal qual havia ordenado e, ao confirmar isso o elevou, oficialmente, à condição de único e exclusivo “Atravessador” de alimento  espiritual.
O livro “O Reino de Deus de 1000 anos...”, confirma isso ao informar que o Amo:
39 ... queria certificar-se de que seus assuntos domésticos ESTAVAM NA CONDIÇÃO CERTA. Havia seu escravo designado feito o que se lhe mandou fazer, a saber, dar aos “domésticos” seu “alimento no tempo apropriado”? O amo precisava fazer uma inspeção.

40A questão era servir alimento, a ESPÉCIE CORRETA DE ALIMENTO no tempo apropriado. Tinha de ser sobre isso que o retornado Amo precisava fazer uma decisão.
Pg. 350.

Tenho várias objeções a estas afirmações, porém, aqui, tomando cada uma delas por verdadeira, reafirmo que o Amo reconheceu na organização religiosa das TJ a continuidade daquele "escravo" previamente designado e o aprovou na inspeção, pois, este continuava fazendo exatamente aquilo que lhe foi ordenado pelo Amo, razão pela qual tal religião (na verdade o CG)  foi erigido à condição de “encarregado de todos os bens do amo” (Mat. 24:47). Visto isso proponho uma nova analogia:
O que aconteceria se uma empresa, que venceu um processo de licitação para fornecer refeições para pacientes internados em hospitais públicos, alguns meses após o início do fornecimento, passasse a entregar as refeições apenas quando lhe fosse conveniente e, ainda assim, deixando de observar o cardápio e os horários de entrega estabelecidos no contrato?
Certamente, tal contrato seria rescindido em razão de seu inadimplemento (que gera imenso mal às pessoas internadas).
E quanto ao CG? Se este:
após ter sido eleito como “escravo fiel e discreto” (único Atravessador autorizado) deixasse de cumprir à risca as funções “para as quais foi contratado”, isso é, deixasse de repassar a espécie correta de alimento no tempo apropriado, o que ocorreria?
Obs – neste caso o que está envolvido são os interesses e saúde espiritual de todos os domésticos de Jeová – situação ainda mais séria que a do hospital!
Para sabermos se tal "escravo" cometeu alguma “justa causa que justificasse a "rescisão contratual”, basta consideramos qualquer porção  de alimento espiritual que o CG já tenha repassado aos domésticos após a inspeção, pois, se este cumpriu fielmente suas obrigações, todo alimento que repassou ao longo do tempo veio do Amo  e, se assim foi, toda a porção de alimento repassado SEMPRE irá refletir perfeitamente a pessoa de Jesus, suas características e seus ensinos conforme registrados na Bíblia.

Por todas, cito apenas uma das características de Jesus:
 Jo.14:6 – “... eu sou ... A VERDADE...” – sendo Jesus a própria verdade, entregaria Ele, alimento capaz de levar seus domésticos a acreditar e praticar – a mentira?

DESCULPAS VÁLIDAS? – Embora seja raro,  é possível encontrar na literatura das TJ o CG afirmando – “não somos perfeitos”, “erramos”, “não somos infalíveis” e isso, sempre está associado à necessidade de justificar erros que cometeu ao “cumprir suas obrigações”.
Ocorre que a questão central não está em ser ou não inspirado, ser ou não falível, afinal, onde há o homem aí há o erro (“herrar é umano” - diz o ditado) e após a morte do último dos Apóstolos, não há mais humanos providos da mesma inspiração que eles tinham.
E por qual razão posso afirmar que erros humanos e ausência de inspiração são fatores irrelevantes à continuidade do perfeito cumprimento “das obrigações” do “escravo fiel e discreto”?
Porque o alimento espiritual que o
 CG distribui não é dele – É DO AMO!
Necessário lembrar que quando houve a inspeção, todos os inspecionados eram humanos falhos e desprovidos de inspiração e nada disso impediu (parafraseando a citação acima) que:
... a questão (servir alimento, a ESPÉCIE CORRETA DE ALIMENTO no tempo apropriado) ficasse sem solução. Foi sobre isso que o retornado amo precisou fazer uma decisão e fez, confirmando o CG como seu  “escravo” aprovado.

 Repito - Na época da inspeção o que existiam eram homens imperfeitos e não inspirados mas que, não obstante vinham, em sucessão, servindo a ...ESPÉCIE CORRETA DE ALIMENTO no tempo apropriado. Se assim foi possível a homens falhos e não inspirados durante SÉCULOS, isso continuaria totalmente possível na época da inspeção e após ela, logo, em nada socorre o “escravo aprovado”, justificar falhas cometidas “em suas obrigações” invocando a errante condição humana e para a ausência de inspiração.
Outro ponto importante a ressaltar é que não é aceitável pensar que o Amo, após reconhecer seu servo (que já havia sido previamente designado) e inspecioná-lo iria empossá-lo sobre todos os seus bens, por “falta de opção”, não obstante este não estar cumprindo à risca a ordem que recebeu do próprio Amo!
Se tem dúvidas sobre esta realidade, leia de novo para ter certeza (foi o próprio “escravo aprovado” quem, anos depois da inspeção e aprovação, afirmou):

... Havia seu escravo designado feito o que se lhe MANDOU fazer, a saber, dar aos “domésticos” seu “alimento no tempo apropriado”?
40A questão era servir alimento, a ESPÉCIE CORRETA DE ALIMENTO no tempo apropriadoTinha de ser sobre isso que o retornado amo precisava fazer uma decisão.
        A decisão foi tomada pelo Amo porque o "escravo" estava fazendo aquilo que o Mesmo ordenou, logo, se o "escravo" deixasse de cumprir suas obrigações, a decisão  tomada mudaria, com toda a certeza (seria o  cúmulo  imaginar que o Amo teve chance única de avaliar o "escravo" e que após tal avaliação e aprovação, tal decisão se tornaria imutável, mesmo que o "escravo" deixasse de cumprir suas obrigações (prejudicando com isso a todos os domésticos)!   

Assim, mesmo considerando que a organização das TJ foi realmente inspecionada e aprovada, terá ela continuado a “cumprir suas obrigações” ou teria dado causa à rescisão do “contrato de fornecimento”, assim, como fez a empresa usada na analogia acima? 

            Dentre as inúmeras porções de alimento que poderia citar a fim de justificar “a rescisão do contrato” o que dizer da porção de alimento espiritual que teve por tema a  grande Pirâmide de Gize, já mencionada várias vezes nos antigos  anteriores deste Blog.
Tal alimento espiritual, fornecido pelo escravo inspecionado e aprovado, ensinou aos domésticos de Jesus que a grande Pirâmide de Gize era a “TESTEMUNHA DE JEOVÁ” mencionadas pelo profeta Isaías e que suas medidas internas revelavam o plano de Deus para as eras!
Se correta as reivindicações das TJ sobre Mt. 24:45, foi o Amo quem entregou tal porção de alimento espiritual a seu “escravo” e cerca de 50 anos após tal ESPÉCIE CORRETA DE ALIMENTO no tempo apropriado ter sido divulgada pelo “escravo”, o Amo entregou nova porção de alimento, sobre o mesmo tema, e nele afirma que, na verdade, a Pirâmide é  “A BÍBLIA DE SATANÁS”  e mais recentemente (no livro Proclamadores), que uma pirâmide egípcia, certamente, NÃO TEM QUALQUER CONEXÃO COM A ADORAÇÃO VERDADEIRA!
            Você, TJ vai mesmo sustentar, não para terceiros, mas aí, em seus pensamentos, que a primeira porção de tal alimento espiritual (referente à pirâmide) foi entregue ao CG por aquele que se auto denominou - a VERDADE?
            Vai sustentar para si mesmo que Jesus demorou cerca de 50 anos para corrigir algo que colocava seus domésticos em contato com adoração falsa?
            Vai aceitar que tal tipo de falha  se justifica na falibilidade humana e na ausência de inspiração e, com isso, irá, por tabela, responsabilizar o próprio Jesus pela imensa demora em corrigir um erro tão absurdo?
            Como a respostas será um único e sonoro “NÃO”, concluo afirmando –

se é certo que a organização das TJ foi avaliada e aprovada é, ainda mais certa, a “destituição de suas funções” em razão de ter distribuído, entre muitos outros, alimento que não recebeu do  amo e que causou imenso prejuízo espiritual aos domésticos! 

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Obs - Próximo artigo (cujo título aqui indicado pode ser definitivo mas, também pode ser  apenas provisório), será: "UMA DAS AFIRMAÇÕES MAIS INSANAS DO "ESCRAVO FIEL E DISCRETO"
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Quer responder? Quer comentar? Quer discordar (no todo ou em parte)? Quer sugerir alguma melhora no texto? Quer indicar alguma necessária correção gramatical?

Escreva para mim - 1tessalonicenses5.21@gmail.com (desde já - agradeço).

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