Recebi um e-mail de um(a) leitor(a) (vou chamá-lo[a] de
“X”) que contêm um texto no qual, basicamente, se reproduz os argumentos de uma
Revista Despertai que refuta (ou pelo menos tenta refutar) a afirmação de que
as Testemunhas de Jeová (TJ) são Falsos
Profetas.
“X” afirmou ter convicção de que eu mudaria meu
conceito sobre as TJ após ler o texto.
Estranhei o e-mail, afinal, este é um tema que ainda não
tratei de forma direta em meu Blog (embora haja menções isoladas a ele em
alguns artigos - como na Carta Aberta que escrevi à TJ que se dizia “enganada
por Jeová”) e nem pretendia fazê-lo neste momento, porém, devido à falta de
tempo para me dedicar ao Blog, resolvi aproveitar o e-mail resposta que estou
elaborando para “X” em um (ou mais) artigos para o Blog a fim de, com isso,
“matar dois cajados com uma ´coelhada´ só”. É o que segue:
- Prezado(a) “X” – Muito obrigado pela visita ao Blog e pelo texto que enviou. Não sei se
foi você quem o escreveu, o que posso afirmar é que se foi você, descobri que já
o havia publicado na internet antes de me enviar – e não há problema nenhum
nisso.
Lhe convido a ler este e-mail (pelo qual pretendo
iniciar um diálogo entre nós), com a mesma vivacidade, interesse e vontade de
entender o ponto de vista do autor e, até mesmo, de concordar com ele (no todo
ou em parte) caso me visse convencido pelos argumentos utilizados – isto é algo
que me sinto livre para fazer, haja visto o texto bíblico como uso como
codinome (IITs. 5:21). Espero que se sinta totalmente livre para desfrutar da
mesma liberdade e, efetivamente, desfrute dela ao ler este e-mail.
Obs – Lendo
o texto enviado, percebi que os argumentos
usados estão 100% basea-dos no texto de uma Revista Despertai (que já
conhecia) e que circulou a quase 30 anos atrás (22/3/1993) o que me permite
afirmar que se o texto que me enviou foi escrito por você, ainda
assim, os argumentos que estão ali não são efetivamente seus, você apenas
aderiu a eles, assim, volto a pedir seu empenho em, efetivamente, consi-derar um
outro ponto de vista (e se discordar dele, indicar as razões de assim fazê-lo).
A
fim de organizar este e-mail, que só passou a ser escrito após ter lido e
meditado, trecho a trecho, no texto que enviou, vou:
A - indicar aquilo que mais chamou minha atenção (são apenas 3 pontos).
B - estabelecer algumas
premissas básicas (que vão orientar minha argumentação).
A – Pontos de Maior Interesse:
A.1 – O termo “Expectativa(s)”:
Este termo (entre singular e plural) aparece 17 vezes no texto
(incluindo o título) e tem uma função bem evidente e por isso merece destaque aqui
e análise mais abaixo.
A.2 – Suavização dos Termos: Aqui
vou lhe perguntar algo que parecerá bem estranho, mas que tem total razão de
ser:
Você já ouviu falar em “flexibilização de preços”?
Este é um termo que o governo usou algumas vezes ao
liberar aumento de preços (em especial de medicamentos), porém, para se evitar
falar em “aumento” de preços, foi utilizada a expressão “flexibilização” de preços, que torna aquilo que é ruim para o consumidor em algo bem mais “simpático”,
exatamente, por ser impreciso. Ao ler o texto que enviou lembrei, novamente,
deste artifício governamental (assim como da impagável “pérola” batizada pelo
governo de – empréstimo compulsório)!
Ao analisar o texto vou usar o processo inverso do
usado no texto (e pelo governo nos exemplos acima) a fim de que os termos e
conceitos utilizados no texto tenham seu real “peso” percebido.
A.3 - Quem é acusado de ser Falso Profeta: A acusação recai sobre as TJ, cada pessoa
pertencente a esta religião, individualmente (informação da qual discordo
totalmente – como irei esclarecer mais abaixo). Noto uma estratégia evidente no
fato do texto afirmar esta inverdade – também irei indicar a razão mais abaixo.
B - Premissas Básicas:
B.1 - Instinto Humano: Nós,
humanos, somos “craques” em apontar, comentar e, principalmente, condenar os
erros dos outros, porém, quando erramos (se admitirmos que erramos), via de
regra, tendemos a pensar que as condições objetivas nas quais estávamos ao
errar justificam o erro cometido. Explicando de forma mais completa:
Ao sermos confrontados com nosso próprio
erro, nossa atitude pode ir da negação absoluta até a admissão (no todo ou em
parte) e caso haja admissão, prevalecerá a ideia de que o erro era inevitável e
se não era, então, não o cometemos por querer nem por maldade. Esta é a
tendência do ser humano, logo, esta é a minha tendência e não tenho porque
negar, a não ser que seja para mentir!
B.2 - Instinto Humano Agravado: O
indicado “instinto humano” fica multiplicado quando o erro atinge e prejudica a
muitas pessoas ao mesmo tempo (aqui, se não houver negação, nossa tentativa de
convencer a nós mesmos e a terceiros de que o erro não foi tão grave e danoso
assim e/ou de que era inevitável e/ou de que não foi feito por maldade, será
ainda mais veemente).
B.3 - Instinto Humano Extremado: Se quem erra está em posição de autoridade sobre a vida de outras
pessoas, em especial se tal autoridade for religiosa, a tendência de
justificar o erro, a fim de não perder a autoridade, leva o ser humano a
extremar seus mecanismos de defesa e, via de regra, isso chega a um ponto tão
grave que veremos algo horroroso ocorrer – a RESPONSABILIZAÇÃO DA VÍTIMA
pelo autor do erro!
B.4 – Seletividade: É
inegável que nenhum profeta verdadeiro de Jeová profere profecias 24 horas por
ida, 7 dias por semana e 365 (ou 366) dias por ano, isso é, nem tudo o que ele
fala é profecia. Como exemplo extremado disto, lembro que quando um profeta
pronuncia palavras sem contexto, como todo ser humano está sujeito a falar enquanto dorme, não estará profetizando. Tal realidade (ser profeta, falar, mas
não estar profetizando), porém, não pode servir de “via de escape” para os
falsos profetas (voltarei a este tema ao tratar do texto bíblico de
Deuteronômio que irei transcrever e comentar mais abaixo).
B.5 – Auto Denúncia: Anunciar
datas para “um fim do mundo” é algo tão biblicamente absurdo que tenho que enxergar
com total surpresa e espanto quando aquele que assim anunciou tenta usar, a seu
favor, o absurdo que é anunciar datas para o fim (isso eu só posso chamar de –
desespero defensivo)! Na Despertai citada veremos que isso, por incrível que
pareça, ocorre!
Feitos
estes destaques, passo a considerar a argumentação usada, na ordem em que
aparecem no texto que me enviou:
1 – Cada TJ, um(a) falso(a) profeta?
O texto (inclusive o da Despertai
mencionada) dá por correto (por mais incorreto que isso seja) que são as TJ
(individualmente) as acusadas de serem falsos profetas, porém, isso sim é falso,
não obstante, tal falsidade muito útil, pois, ela desperta em cada TJ que ler o
texto a noção de que deve se defender de tal acusação "pessoal", o que,
além de desviar o foco (de onde ele efetivamente está – o CG) aumenta a
disposição mental das mesmas aceitarem os argumentos usados no texto, sem a
necessidade de maior reflexão, afinal, o texto as está defendendo!
Porém, à pergunta título acima, deve ser respondido um
profundo - Não!
Falso profeta é quem formula e primeiro divulga a
profecia falsa (que é falsa desde sua formulação)
e que vem a se confirmar falsa com o tempo.
Quem, meramente, divulga a profecia de outrem por acreditar,
com todas as forças do seu ser, que as palavras deste “outrem” são o
“alimento no tempo apropriado” (pertencente ao próprio Jesus – conforme revela
o segundo pronome possessivo “seu” no singular, usado no verso 45 de Mateus 24
– TNM com Referências), é tão (ou até, mais) vítima do
falso profeta e de sua falsa profecia, quanto são as demais pessoas que vierem
a ser convencidos por ela.
É verdade que a TJ “comum” acaba sendo agente
propagador de falsas profecias mas, isso não faz delas (efetivos e verdadeiros)
falsos profetas, pois as TJ “comuns” e mesmo as “ungidas” não pertencentes ao
CG, só recebem e divulgam alimento espiritual de “segunda mão” e é exatamente
por isso que não podem ser considerados Falsos Profetas (o texto de Deuteronômio,
que veremos abaixo, deixa isso claro).
2 – Análise de Deuteronômio 18:20 a 22: Logo após usar da acusação (genérica e falsa) de que a
pecha de “falsos profetas” é de cada TJ, por terem divulgados datas que se
mostraram incorretas, é citado o texto bíblico indicado (abaixo transcrito com
destaques, a fim de que o analisarmos):
“o profeta que PRESUMIR
de falar em meu nome alguma palavra que não lhe mandei falar ou
que falar em nome de outros deuses, tal profeta terá de morrer. E caso digas no
teu coração: “Como saberemos qual a palavra que Jeová não falou?” QUANDO
O PROFETA FALAR EM NOME DE JEOVÁ e a palavra não suceder nem se
cumprir, esta é a palavra que Jeová não falou. O profeta proferiu-a
presunçosamente. Não deves ficar amedrontado por causa dele.”
Alguns pontos me “saltam
aos olhos” quando leio o texto acima. São eles:
- Quem é Verdadeiro Profeta? –
Uma primeira resposta (mais completa) seria: “aquele que fala coisas que se
cumprem, a princípio, é um verdadeiro profeta, mas, para ter o “selo de verdadeiro profeta”, é
necessário que aquilo que disse e se cumpriu tenha vindo diretamente de Jeová,
do contrário, mesmo havendo o cumprimento exato do que disse, não se poderá classificá-lo
como um “verdadeiro profeta de Jeová”.
Uma
resposta mais curta (obtida à contrário sensu do indicado nos dois
versos acima) seria:
“aquele que se limita a falar aquilo que, efetivamente,
recebeu de
Jeová para ser dito”.
Obs – É exatamente por isso que as TJ, em geral, não
podem ser chamadas de “falsos profetas”, pois, elas só divulgam aquilo que o CG
manda que divulguem (aquilo que for publicado nas literaturas produzidas pelo
CG, em especial, na Revista Sentinela). Para ser profeta, porém, é necessário
receber “alimento no tempo apropriado” em “primeira mão” (como reivindica o CG)
e não de “segunda mão” (como ocorre com as TJ em geral).
- Em Resumo – As TJ reproduzem as palavras e profecias do CG
por crerem, piamente, que elas são “alimento espiritual no tempo apropriado”
entregues ao CG por atuação divina. Segundo o texto bíblico, falso profeta é
aquele que fala, ou presume falar em nome de Jeová, palavras que Jeová não lhe
mandou falar e as literaturas do CG repetem, diversas vezes, que o CG é o único
“canal de comunicação de Deus”, logo, se Jeová só se comunica, via CG, somente
o CG pode ser, por definição, classificado como verdadeiro ou falso profeta. Por todos, cito
o seguinte exemplo:
Todos os que desejam
entender a Bíblia devem reconhecer que a “grandemente diversificada sabedoria
de Deus” só pode ser conhecida através do
canal de comunicação de Jeová, o escravo fiel e
discreto. — João 6:68
S.1/10/94, p.8
- Como reconhecer (para além da auto
reivindicação) um verdadeiro Profeta de Jeová hoje? – Minha resposta é: salvo pela certeza que
advêm da fé (Hb. 11:1), nunca nos será possível ter certeza absoluta se alguém
que se reivindica profeta de Jeová hoje,
é verdadeiro, pois, o único critério que temos (pelo menos segundo estes
dois versos do livro
de Deuteronômio) está no cumprimento exato daquilo que predisse, porém, tal
critério não é conclusivo, pois, como já dito, é necessário que as palavras que
se cumpriram tenham origem em Jeová, do contrário, mesmo com o perfeito
cumprimento, não haverá certeza da legitimidade do profeta.
Neste
ponto, tenho que lembrar do belíssimo e poético texto de Is. 55:10:
10Como a chuva e a neve descem dos céus e não
retornam para eles sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, a fim
de que ela produza sementes para o semeador e pão para os que dele se
alimentam, 11assim
também acontece com a Palavra que sai da minha boca: Ela não voltará para
mim vazia, mas realizará toda a obra que desejo e atingirá o propósito para o
qual a enviei.
Jeová não “trabalha com o engano”, não há contratempos
com suas palavras, assim, uma vez saída de sua boa e reproduzida (tal e qual)
por seu verdadeiro profeta, não haverá erro, as exatas palavras de Jeová,
reproduzidas pelo profeta irão se cumprir com precisão absoluta, nenhuma
interferência, deficiência ou ansiedade humana será capaz de perverter uma
vírgula de tal palavra, e é exatamente por isso que a “fórmula” dada no texto
de Deuteronômio já nos é suficiente: – se a palavra divulgada pelo profeta não
se cumprir, nos exatos e absolutos termos que foram por ele anunciadas podemos,
com toda a tranquilidade, apontar para o anunciador original de tais palavras e
afirmar – ALI ESTÁ UM FALSO PROFETA!
- SELETIVIDADE PROFÉTICA? –
Retomando o ponto que deixei em aberto mais acima, necessário delimitar bem que,
o fato de que nem toda palavra dita por um profeta (verdadeiro) de Jeová, é uma
profecia de Jeová, não pode se transformar em uma “desculpa” para falsos
profetas e neste sentido temos que perceber que a questão do tempo necessário a
se revelar se o profeta é falso, só se dá do ponto de vista humano, isso é, nós
é que precisamos esperar para ver se a palavra proferida pelo profeta se
mostrará verdadeira ou falsa para que possamos chegar a alguma conclusão sobre ele,
mas para Jeová, obviamente, não é assim: ou ele comissionou alguém para falar
como seu profeta ou não fez isso, logo, se alguém que não foi comissionado por
Jeová fizer uma profecia em nome Dele (por mais sincero que tal pessoa seja em
acreditar que aquelas são palavras de Jeová) de antemão, Jeová já sabe que ali
está um falso profeta (mesmo que tal palavra, por outras razões, se cumpra
integralmente).
E é aqui que o falso profeta pode
(pensar) que conta com uma via de escape para fugir ao título de falso profeta,
qual seja: Como o julgamento humano sobre o profeta e a profecia depende da fluência do tempo, pode
o profeta se aproveitar disso para usar do seguinte artifício (que expresso abaixo
de forma bem “despojada”):
Se algo dito no passado pelo profeta “deu bom”
no futuro – o profeta se aproveita disso para afirmar: Quando assim falei,
falava como profeta de Jeová, porém, se algo dito no passado “deu ruim” no
futuro, aí o profeta defende que quando disse aquelas palavras não estava
atuando como Profeta de Jeová!
Esta seletividade, esta “malandragem” pode funcionar
com muitos humanos mas não funciona com Jeová, pois este sabe, desde o início,
se o profeta é verdadeiro ou falso e o fato de um falso profeta conseguir
enganar a muitos (com o artifício indicado), não transforma sua natureza de falsa
em verdadeira.
Após, o texto afirma que podemos
aplicar a “fórmula” de Deuteronômio “às TJ”, leia-se (para ser preciso) – “ao CG” e não concluiremos que encontramos um falso profeta.
Vejamos as razões apontadas (que nada mais são que uma
transcrição de uma nota de roda-pé da Revista Despertai indicada). Vou transcrever a parte inicial dela
(sublinhados, enumeração e destaques acrescidos) a fim de comentar:
“IAs
Testemunhas de Jeová, IIdevido ao seu anseio pela segunda vinda
de Jesus, IIImencionaram datas que se mostraram incorretas. IPor
isso, há quem as chame de falsos profetas. IVNo
entanto, nunca NESSES CASOS presumiram
que suas predições eram feitas ‘no nome de Jeová’. VINunca
disseram: ‘Estas são as palavras de Jeová.’
IComo já dito, discordo completamente, ainda mais quando noto que a
estratégia do CG é transformar as TJ de vítimas em culpadas!
II “Anseio” das TJ pela segunda vinda de Jesus, como justificativa para
marcar falsas datas para o fim? Sinceramente, “X”!
Obs - Antes de comentar, mais
uma vez é necessário lembrar que o (suposto) anseio, que levou a marcar datas,
nada tem a ver com as TJ, tem a ver sim com o CG.
1 – O CG
ensina que o segundo advento de Jesus ocorreu em 1914, porém, após esta data a
STV marcou outras datas para o fim (1925, 1942 e 1975 são só alguns dos exemplos) e isso já
revela que não foi a “ânsia” pelo “segundo advento” que levou à marcação de
tais datas (a verdadeira “ânsia” do CG está na Guerra do Armagedom, ou seja, na
eliminação da terra de quem não for TJ e na transformação desta em um paraíso).
2 – Vejamos
a mensagem de At. 1:6 – 7 (que de forma, impressionante, estará citado no texto
que você me enviou)!
“Senhor, é neste tempo que
restabeleces o reino a Israel?” Disse-lhes ele: “Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas
que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição.”
Qualquer pessoa que saiba interpretar texto (ele nem
precisa ser cristã) percebe, ao ler o verso acima que, segundo o texto, não
adianta tentar obter conhecimento sobre “tempos ou épocas” que Jeová reservou
só para Si e que tentar assim fazer OFENDE a Jeová, por tentar
ingressar em um conhecimento que o mesmo não fornece e informa que não fornece.
- Será que que membros de CG não
conseguem perceber esta realidade?
- Será que a “ânsia” por conhecer “tempos e épocas”,
realmente, serve de “salvo
conduto” para fazer o que Jeová proíbe, em nome de
Jeová?
3 – “X”, se
“ansiedade”, realmente, autoriza o CG a fazer aquilo que sabe que não pode
fazer, então, temos que tal autorização se torna cada vez mais forte pois, a
ansiedade se torna cada vez maior quando eventos que se esperam, ansiosamente,
demoram a ocorrer, logo:
-
DEVE o CG continuar anunciando datas (pois seu “salvo conduto”, está cada vez mais
forte), porém, se assim não o fizer, é porque, dentro da lógica que utilizou
para se justificar:
- perdeu a “ânsia” que alegou como desculpa (o que
“pega” muito mal para o CG, pois tal ânsia só deveria ficar cada vez maior);
-
ou percebeu que a tal “ânsia” nunca foi desculpa por tentar fazer o que não
pode fazer, logo, terá que arrumar uma outra desculpa!
Na sua opinião, qual dessas hipóteses vale hoje, “X”?
III “Mencionaram
datas”? “X”, como já havia indicado, uma das estratégias do texto é suavizar os
termos, pois, se estes fossem escritos de acordo com a realidade,
enfraqueceriam os objetivos de seu escritor.
Desculpe “X” mas transformar os termos certeiros que o
CG usou ao fixar datas em “mencionaram datas” e afirmar que tais datas criaram
“certa expectativa” (é neste sentido que o termo “expectativa” é usado) e, ao
mesmo tempo, tentar justificar que fizeram aquilo que Jeová proíbe que seja
feito, em razão da ANSIEDADE - recorre a evidente desonestidade intelectual.
O uso de “Mencionar data” e com elas gerar “certa expectativa” no texto
analisado, quer levar o leitor a acreditar que quando assim ocorreu, tudo não
passou de alguma citação genérica, em
uma nota do rodapé, que de forma indireta apenas cogitou, em termos vagos, uma
possibilidade de certo evento bíblico estar relacionado a certa data futura e
que tudo não passou disso!
Quer fazer crer, também, que as TJ (que estavam todas
ansiosas pelo segundo advento) não se deram ao trabalho de ir de porta em porta
anunciando a data do evento tão esperado, até porque, nem devem ter encarado a
marcação da data pelo CG como sendo “alimento no tempo apropriado” provido pelo
“escravo fiel e discreto” a quem o próprio Jeová designou sobre todos os seus
bens (Mt. 24:45)!?
“X” você sabe que não foi e nem poderia ter sido
assim, afinal, quem marcou datas movidos pela “ânsia”, certamente, teria ainda
mais “ânsia” de anunciar a data, até para demonstrar que está na religião que
conta com o favor especial de Deus, afinal, tem um conhecimento vital que falta
às demais religiões.
Como o objetivo aqui não é tratar das (muitas) “fake prophecies”
do CG, não vou me aprofundar, vou citar apenas uma delas (referente ao ano de
1925) para que você possa perceber se as “TJ” apenas “sugeriram” a data de 1925 e se isso gerou apenas “certa expectativa”:
O livro
Proclamadores p. 425, afirma:
“Que mensagem empolgante proclamavam
— “milhões que agora vivem jamais morrerão!” O irmão Rutherford proferira
em 1918 um discurso sobre esse assunto. Era também o título dum folheto de 128
páginas publicado em 1920. De 1920 a 1925, esse mesmo assunto foi abordado
vez após vez EM TODO O MUNDO em reuniões públicas em todas as regiões em
que houvesse oradores, e em mais de 30 idiomas.”
Agora,
note como foi a “mera menção” a data de 1925,
no referido “folheto” (p.111):
A cousa principal a ser restituída é vida á raça humana; desde que outras escripturas definitivamente estabelecem o facto, de
que Abrahão, Isaac e Jacob resussitarão e outros fieis antigos, e que estes
seriam os primeiros favorecidos, PODEMOS ESPERAR EM 1925 a volta
desses homens fieis de Israel, resurgindo da morte e completamente restituído á
perfeição humana, os quaes serão visíveis e reaes representantes da
nova ordem das cousas na terra.”
A data de tal evento é, sem dúvida, uma daquelas que
Jeová reservou só par si, coisa que não está sob a jurisdição do homem (e em
1925 já fazia muito tempo te tal proibição era conhecida) porém, ainda assim,
houve esta “pequena menção” àquilo que ocorreria no ano de 1925, em várias
partes da terra e em mais de 30 idiomas!
Poderia citar muitas outras literaturas
da STV referentes a outras “datas mencionadas” mas essa é suficiente a revelar
que se o escritor de tal Despertai teve que mentir ao relatar os fatos é porque
aquilo que ele quer nos fazer crer, só pode ser falso.
IV “nunca NESSES CASOS presumiram que falam em nome de Jeová”
“X”, com todo o respeito, aqui tenho que afirmar: para
o escritor deste artigo da Despertai, “desonestidade pouca é bobagem”.
Lembra quando mencionei a “via de escape” dos falsos
profetas (onde “dá bom” me reafirmo como “profeta de Jeová” e onde “dá ruim”
afirmo que não estava falando como “profeta de Jeová”)? Não é exatamente isso o
que vemos na afirmação ora comentada?
À contrario sensu do que está escrito no trecho
IV acima então, em OUTROS CASOS (não
comprometedores), aí sim o CG falou em nome de Jeová!
Aí fica muito fácil se reivindicar profeta
verdadeiro,
não é mesmo, “X”?
VINunca disseram: ‘Estas são as palavras de Jeová.’
Ou o CG abraça ou nega o título de “escravo fiel e
discreto”, mas, enquanto o reivindicar e, razão disso, continuar exigindo que
seja encarado como o “escravo fiel e discreto” de Mt. 24:45 e, portanto, como
aquele que distribui “alimento no tempo apropriado” (alimento que lhe é dado
por Jesus, conforme indica este mesmo verso bíblico, claramente), não poderá
afirmar que certas coisas que disse, enquanto escravo fiel, não era
“alimento no tempo apropriado”.
Além disso não era necessário dizer “estas sãos
palavras de Jeová” para serem entendidas como tal, pois, se o CG as falou, na
condição de “escravo fiel e discreto”, já temos (ou pelo menos deveríamos ter)
a garantia bíblica de que tais palavras são “alimento no tempo apropriado” e a
única forma do alimento ser apropriado é se vier de Jeová e não do escravo (por
mais ansioso que ele esteja).
Além
disso, poderia citar inúmeras literaturas do CG nas quais, sem fazer
qualquer ressalva, o CG se afirma que é profeta de Jeová comissionado a falar
em Seu nome. Segue apenas um exemplo:
O QUE SE EXIGE DO MENSAGEIRO
DE DEUS
Portanto, quando chegou
o tempo para o nome de Jeová e seus propósitos serem declarados ao povo, junto
com a advertência de Deus, de que a cristandade se encontrava no seu “tempo do
fim,” quem estava habilitado para ser comissionado? Quem estava disposto a
empreender esta tarefa gigantesca como “servo” de Jeová? Existia alguém a quem
o “carro” celestial de Jeová se podia dirigir e parar na frente dele? De modo
mais preciso, havia qualquer grupo ao qual Jeová estaria disposto a dar a
comissão de falar como “profeta” em Seu nome,
assim como se fez para com Ezequiel, lá em 613 A. E. C.?
S. 15/9/72 p. 537
Nem preciso transcrever o restante do texto para que
conclua a qual grupo religioso esta Sentinela irá identificar como sendo aquele
que Jeová comissionou a “falar como “profeta” em Seu
nome”, preciso?
“X”, esta resposta já está bastante longa e ainda tenho
mais a escrever e por isso vou transformar aquilo que já escrevi acima em uma
primeira parte de nosso diálogo sobre este tema que propôs e, assim que
possível, escrevo o restante dele.
Peço que medite, profundamente, em tudo
o que expus acima e me escreva indicando o que muda e não muda em sua convicção
de que esta seguindo a um verdadeiro profeta e a razão de ter ou não mudado
(minha intenção inicial é só escrever a segunda parte deste e-mail após receber
suas considerações).
Att.
IITs.
5:21.
------------------
Aos demais leitores: Quer concordar? Quer discordar? Quer acrescentar
algo? Quer indicar alguma necessária correção gramatical no texto? Escreva para
mim: 1tessalonicenses5.21@gmail.com – desde já, agradeço.
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