A doutrina das “novas luzes” ou dos “lampejos de
luz” é usada pelo Corpo Governante (CG) das Testemunhas de Jeová (TJ) para
justificar todas as suas (inúmeras) mudanças de entendimento sobre temas bíblicos.
São poucos os ensinos bíblicos das TJ
que se iniciaram com C.T. Russell (fundador do movimento religioso que veio a
se transformar nas atuais TJ) ou que surgiram posteriormente e que permanecem,
sem qualquer alteração, até os dias de hoje (praticamente as exceções se
restringem à negação de algumas doutrinas tradicionais das igrejas evangélicas
e católica).
A doutrina das “novas luzes” na
visão das TJ (na verdade de seu CG), está baseada em Pv. 4:18
e a interpretação (velada, de entrelinhas) que o CG pretende para estes versos
bíblicos é, simplesmente, “fantástica”!
O texto e seu contexto (vv. 10 a 19) são de clareza
solar! O sábio Salomão estava fazendo
(apenas e tão somente) um paralelo entre o caminho dos justos (que fica cada
vez mais claro - v. 18) e o caminho dos iníquos (que andam por caminhos tão
escuros que ficam impedidos de saber no que estão tropeçando – v. 19), porém, a
interpretação do CG é:
- Pv. 4:18 se aplicou, inicialmente, aos Apóstolos
e, após a morte do últimos deles (o evangelista João em 103 dC, conforme
indicam os estudiosos) só voltou a se aplicar a este mundo, ainda que
timidamente, a CT. Russell (por volta do ano 1870, portanto, mais de 17
séculos depois) e, de forma intensificada, a partir do momento em que o
“Escravo Fiel e Prudente” (Mt. 24:45) foi eleito por Jesus (em 1919) e passou a ter um
“porta voz” – o CG. É ao grupo de homens que forma o CG, quando atua coletivamente, que se aplica, de forma direta e exclusiva, Pv. 4:18!
Identificando todos os “personagens” do texto, temos:
Identificando todos os “personagens” do texto, temos:
- O “filho” (v. 10) e aos “justos” (v. 18) se referem
ao CG!
- Os demais “justos”, que não pertencem ao CG, são
as TJ. (Pv.4:18 só se aplica a estes indiretamente, isto é, somente quando a
“vereda do CG” se torna mais clara é que, “por tabela”, a vereda de cada TJ
também se torna mais clara, obviamente, sempre na mesmíssima proporção)!
- O “sol” ou a “lâmpada” que ilumina ao CG
(diretamente e mais e mais) é Jeová Deus.
Obs - Não obstante ser Jeová a fonte
de iluminação do CG, isso não dá qualquer garantia de que a luz já existente ou
a acrescida (sobre cada entendimento bíblico que tenham) seja verdadeira (o
aumento da luz sobre determinado entendimento pode implicar no obscurecimento deste
mesmo entendimento)!
- O “sol” ou a “lâmpada” que ilumina às TJ é o CG e
o meio condutor da “luz extra” que ele emite (na verdade, repassa, após ter
recebido de Jeová) são as publicações (com destaque para a Revista Sentinela).
A iluminação crescente provida nas publicações padecem dos mesmos vícios da luz
recebida pelo CG pois, nada mais é que um mero repasse.
- Os Iníquos são todos aqueles que nunca foram e,
principalmente, aqueles que deixaram de ser – TJ (estes não sabem no que estão
tropeçando)!
Abaixo faço algumas transcrições (destaques acrescidos)
de publicações do CG a respeito de Pv. 4:18, que visam comprovar todas as
afirmações feitas acima. Em tais transcrições (e em todas as demais deste artigo)
vou usar a cor azul.
Lampejos de luz,
grandes e pequenos (Parte um)
“A vereda dos justos é
como a luz clara que clareia mais e mais até o dia estar firmemente
estabelecido.” — PROVÉRBIOS 4:18.
UMA prova da sabedoria
divina, de acordo com Provérbios 4:18, é que a revelação de verdades
espirituais tem ocorrido gradualmente, por meio de lampejos de luz. No artigo
precedente, vimos como este texto se cumpriu no tempo dos apóstolos.
(...)
Primeiros lampejos de
luz nos tempos modernos
6Um fato que se destaca
muito com relação aos que Jeová usou para produzir este gradual aumento de luz
espiritual é que eles não atribuíam nenhum mérito a si mesmos. A atitude
de C. T. Russell, primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos
EUA), era que o Senhor se agradava em usar os humildes talentos deles. (...)
8É notável ver quanto
Jeová, por meio do espírito santo, favoreceu esses primeiros Estudantes da
Bíblia com lampejos de luz.
Comentário –
Incluí esta menção a C.T.Russell por duas razões: 1ª revelar que o CG
considera que com Russell ocorreram os “primeiros lampejos de luz dos tempos
modernos”. Isso confirma que, na interpretação do CG, realmente, Pv.4:19,
ficou “sem funcionar no mundo” por mais de 17 séculos! Em 2º lugar – Foi com
Russell que surgiu o “primeiro lampejo de luz” sobre a doutrina das “novas
luzes” (como veremos mais abaixo).
(...)
11Foi especialmente a
partir de 1919 que os servos de Jeová têm sido abençoados com crescentes lampejos
de luz.
- todas as
transcrições acima retiradas da S.15/5/95, p.15 a 18
Comentário –
Embora com Russell Pv. 4:18 tenha voltado a “funcionar”, foi a partir de 1919
que os lampejos de luz se intensificaram, como havia afirmado.
Este corpo governante é
composto de membros do “escravo fiel e discreto”. Serve qual porta-voz do
“escravo” fiel.
Lv. Poderá Viver... p. 195, §13
Comentário -
Como afirmei, não é exatamente ao “escravo” que se aplica Pv. 4:18, mas sim, ao
seu “porta-voz” – o CG (o restante dos chamados “ungidos”, embora sejam parte
do “escravo”, só têm seus respectivos caminhos iluminados, mais e mais, por intermédio da luz
primeiro recebida por seu “porta-voz”, como ocorre com todas as demais TJ)!
12 O Corpo Governante não
recebe revelações da parte de Deus nem é perfeito. Por isso, ele pode
cometer erros aos explicar assuntos da Bíblia ou ao dar orientações.
(...) Na verdade, Jesus não disse que o escravo
ia dar alimento espiritual perfeito.
Como
afirmei, a “iluminação” recebida pelo CG, não garante real aumento no entendimento
das verdades, afinal, a “iluminação extra” por ele provida pode esclarecer ou
obscurecer o entendimento das verdades bíblicas e, como esta mesma
luz é repassadas às TJ por intermédio das publicações, ela padece dos mesmos
vícios que aquela contiver. Não obstante, a "iluminação" recebida pelo CG e repassada às TJ, é atribuída a DEUS, como se vê abaixo:
18 Naturalmente[!], a leitura da Bíblia não
deve substituir seu uso da excelente matéria de estudo providenciada por meio
do “escravo fiel e discreto”. Esta também faz parte das provisões de Jeová
— uma provisão muito preciosa. (Mateus 24:45-47)
S. 1/5/95, p.19
Obs – Para não desviar do
tema tratado, não vou comentar o abjeto uso da palavra “naturalmente” acima. O
importante é a comprovação de que, tanto a luz que esclarece quanto aquela que obscurece
a verdade sobre cada tema bíblico é atribuída a Jeová.
- A próxima citação deixa bem claro que ninguém deve
se atrever a pensar que “seu caminho” foi iluminado por Jeová antes do CG, MESMO
QUE TENHA TOTAL RAZÃO QUANTO A ISTO (sobre isto, veja, em especial, a parte
final da citação que segue)! Os trechos entre colchetes foram acrescidos para facilitar a
compreensão.
Fomos nós designados
individualmente a produzir o sustento para a mesa espiritual? Não? Por isso não tratemos
de assumir os deveres do escravo. Devemos comer, digerir e assimilar o que
se coloca diante de nós, sem rejeitar certas partes do alimento porque talvez
não convenha ao capricho do nosso gosto mental. As verdades
que havemos de publicar são aquelas que a organização do escravo discreto
fornece, não algumas opiniões pessoais contrárias ao que o escravo providenciou
como sendo sustento conveniente. Jeová e Cristo dirigem e corrigem o escravo
conforme a necessidade, não nós como indivíduos. Se não entendemos um ponto no
princípio, devemos tratar de apreendê-lo, em vez de nos opor a ele,
rejeitando-o e assumindo a posição presunçosa de que provavelmente tenhamos
mais razão do que o escravo discreto. Devemos prosseguir andando mansamente
com a organização teocrática do Senhor e aguardando esclarecimento adicional,
ao invés de levantar objeções quando primeiro se menciona um pensamento que não
nos apetece e começar a sofismar e resmungar nossas críticas e opiniões como se
fossem de mais valor do que a provisão de alimento espiritual pelo escravo. As
pessoas teocráticas apreciarão a organização visível do Senhor (...)
Seu egoísmo os cega de
modo que não vêem que a organização teocrática visível nunca pretendeu ser
infalível, mas sabe que a mensagem será continuamente purificada pela
eliminação das ideias errôneas, espera que as novas verdades se tornem mais
manifestas ao passo que se cumpram mais profecias, que a luz brilhará
gradualmente cada vez mais até o dia perfeito, e os esclarecimentos virão
por meio do escravo discreto e não por meio de especuladores que exaltam a
si próprios. (Pro. 4:18; Isa . 6:5-7;
Mal. 3:1-3) É um processo contínuo, porque o escravo deve “continuar a
dar-lhes sua medida de abastecimento de víveres no devido tempo”. (Luc.
12:42, NM). Sem dúvida alguns [referência às TJ que não fazem parte do CG] têm ideias que só são publicadas [como alimento espiritual na Sentinela] mais tarde; fazê-lo
mais cedo talvez [portanto, o que
se afirmará a frente, não é uma certeza] fosse prematuro, não no “devido tempo”. Esperai
no Senhor.
S. 1/11/52, p. 164-165
Comentário – Como se vê, a “iluminação progressiva” vem sobre o “escravo” (na
verdade sobre o seu “porta voz”, o CG) e não sobre as TJ, e é por isso que pude
afirmar que, nestes “tempos modernos”,
Pv. 4:18, na interpretação do CG, se aplica (de forma direta), apenas a ele
próprio!
Obs – Todas as vezes que releio esta Sentinela de 1952 “bate” uma “revolta santa”
ao observar a truculência como o CG julga poder escravizar as TJ e por isso
tenho que afirmar:
- Estou absolutamente certo que não preciso dar ouvidos ao CG, não preciso entregar o controle de minha vida a ele – prefiro buscar ajuda Daquele que “conduz a toda a verdade” (Jo.16:13) e a usar como guia apenas a Bíblia, afinal, é ela que me mantém complemente equipado (II Tm. 3:15), é ela a “lâmpada para meus pés e luz para meu caminho” (Sl.119:105) e não o CG! E para você, querido(a) leitor(a), também é assim?
- Estou absolutamente certo que não preciso dar ouvidos ao CG, não preciso entregar o controle de minha vida a ele – prefiro buscar ajuda Daquele que “conduz a toda a verdade” (Jo.16:13) e a usar como guia apenas a Bíblia, afinal, é ela que me mantém complemente equipado (II Tm. 3:15), é ela a “lâmpada para meus pés e luz para meu caminho” (Sl.119:105) e não o CG! E para você, querido(a) leitor(a), também é assim?
- Exposta a doutrina das “novas luzes” (qual sua função, qual sua
“origem” - Pv.4:18 - e como ela é entendida), passo a parte final deste artigo:
a comprovação de que nem a “doutrina das novas luzes” está isenta de receber
“nova luz”!
Vou citar aqui duas “luzes diversas” (ensinos
divergentes) sobre a doutrina das “novas luzes”. A 1ª é a mais antiga de todas
(disso tenho certeza) e a 2ª é aquela que lhe substituiu, ao menos em parte, e que está vigente até hoje (quanto a ter sido
apenas uma “nova luz” sobre o tema, após a “luz inicial”, não estou plenamente
certo, foi isso que minhas pesquisas indicaram e, caso esteja enganado, espero
que alguém me alerte).
LUZ ANTERIOR – Esta foi a 1ª luz
sobre a “doutrina das novas luzes” e, se encarar Pv.4:18 da forma pretendida pelo CG (revelação gradual de verdades bíblicas por Jeová) e não como aquilo que realmente e (o crescer na fé e no relacionamento pessoal com Deus), concordo plenamente com ela, afinal:
- Ela não
ensinava que Pv. 4:18 se aplicava a um CG, mas sim a pessoas, direta e
individualmente (e para mim, é isso que o texto de Provérbios realmente ensina)
e
- Tem uma
lógica irretocável e que concorda com o restante da Bíblia.
Tal “luz inicial”
sobre o tema foi publicada (na revista Sentinela, em Inglês) do distante mês de
fevereiro de 1881.
Na p. 3 da
referia Revista, CT Russell (e não um CG) afirmar o seguinte (vou fazer alguns
comentários em meio ao texto):
...Durante os últimos
seis ou sete anos, o Senhor tem liderado a nós, seu povo, de uma maneira muito
notável. Quando olhamos para trás, podemos ver que nossa vereda tem sido
"uma luz brilhante ... brilhando cada vez mais". Isso tem se dado
progressivamente, trazendo-nos força como "alimento no tempo
apropriado". Isso nos fez crescer tanto em graça e conhecimento e esse
crescimento, levado em consideração o fato de que não somos obrigados a olhar
para trás e chamar, agora, de escuridão o que então foi chamado por alguns
irmãos de "Uma grande inundação de luz", são os motivos mais fortes
para ter confiança de que o mesmo Senhor que forneceu luz da palavra, ainda a está
provendo da mesma forma.
- CT Russell considerava os membros do chamado
“segundo adventismo” como sendo irmãos na fé e a menção que faz a - não estarem
obrigados a chamar de trevas aquilo que foi chamado de uma “inundação de luz” -
tem a ver com a previsão, feitas por tais adventistas, de que Jesus
voltaria e o mundo acabaria em 1874. Uma vez falhada a profecia, os adventistas
passaram a procurar erro nos cálculos e não o encontraram, até que um associado
de Russell “descobriu a falha” e tudo se harmonizou – Jesus, realmente, voltou naquele
ano, porém, sem a pretensão de causar o fim do mundo" e voltou de forma invisível (!?)
Dizemos então, “Não
lance fora sua confiança” em nosso Líder, “o grande Pastor das ovelhas”. Se
estivéssemos seguindo um homem, as coisas seriam diferentes conosco, uma
ideia humana, sem dúvida, iria contradizer outra, e aquilo que era luz há um,
dois ou seis anos atrás, seria agora considerado como escuridão: Mas com
Deus não existe tal variação, nem virada da sombra, e assim é com a
verdade: qualquer conhecimento ou luz vindos de Deus devem ser como seu autor.
-
Sendo uma realidade absoluta que “onde há o ser humano ali também há o erro”,
Russell está certíssimo neste argumento! Quando seguimos homens haverá
contradição e aquilo que era considerado “alimento no tempo apropriado”, em
pouco tempo, deixará de ser!
- Logo
após Russell cita, com muita propriedade (embora sem a respectiva referência),
a Tg. 1:17, onde lemos que em Deus “...não há mudança nem sombra de variação”, e se é assim com Jeová,
também é obrigatório que seja com todo o alimento espiritual que Ele,
realmente, enviar.
Uma nova visão da
verdade jamais pode contradizer uma verdade anterior. Uma ‘nova
luz’ jamais apaga uma ‘luz’ mais antiga, mas acrescenta-se a
ela.
-
Se alguém conseguir contradizer estas palavras, usando a Bíblia, que atire a 1ª
pedra!
- E não para por aí, Russel ainda dá um exemplo perfeito para ilustrar a
afirmação acima:
Se você estivesse
iluminando um prédio que dispõe de sete bicos de gás, você não apagaria um toda
vez que acendesse outro, mas acrescentaria uma luz à outra, elas ficariam em
harmonia e, deste modo, proveriam um aumento da luz:
Assim é com a luz da
verdade: o verdadeiro aumento ocorre por acrescentar-se luz, não por substituir
uma por outra.
- Se assim não fosse, não se trataria de uma “luz que
brilha mais e mais” mas sim de um verdadeiro “pisca pisca”(do claro, sempre com
a mesma quantidade de claridade, para a escuridão e, assim, sucessivamente).
(...) A luz que aumenta
em nosso caminho está em harmonia com a luz anterior. Assim nós fomos levados
ao aumento da confiança em nosso líder (a
partir deste ponto Russell passa a narrar a previsão da volta de Jesus feita
pelos adventistas, a falha da profecia, a incapacidade de entender a razão da
falha e a solução encontrada por seu associado).
-
Por mais incrível que possa parecer, esta “luz” (ensinamento bíblico), se
tornou “antiga”, pois teria sido (ao menos em parte) revogada pelo próprio
Jeová!(?).
Desde então (ao menos em tese), se deixou de lado a ideia absoluta de que,
para toda a verdade bíblica: “uma luz não contradiz a outra e nem a apaga” (o
que é correto, porém, absolutamente insustentável, quando observamos o
histórico das crenças que o CG já ensinou às TJ). Vejamos quando e o que mudou.
- LUZ ATUAL: A mais
“nova luz” sobre a doutrina das “novas luzes”, segundo revelou minha pesquisa,
sucedeu de forma direta àquela que se tornou conhecida em 1881 e foi
publicada na Sentinela de 1/8/1982 no Brasil (e em 1981 nos Estados
Unidos e outros países), portanto, houve um intervalo de cerca de 100 anos
entre a “nova e a velha luz”.
Obs – Não vou omitir, na
transcrição do trecho que segue (pp. 26-27 - destaques acrescidos), afirmações
que tratem de aspectos diversos daquele que aqui irei analisar, mas não vou me
ocupar deles. Após transcrever a integra do trecho que irei considerar vou repeti-lo "aos pedaços", a fim de comentar:
A LUZ lançada sobre a
vereda dos servos de Jeová, desde os tempos mais primitivos, tem aumentado cada
vez mais. Isto tem acontecido ainda mais desde o momentoso ano de 1914,
quando, conforme mostraram os acontecimentos aqui na terra, “o reino do mundo
tornou-se o reino de nosso Senhor [Jeová] e do seu Cristo”. (Revelação 11:15) A
luz da Palavra de Deus tem raiado como o sol numa “manhã sem nuvens”, para
iluminar ainda mais a vereda que os servos de Jeová têm de seguir.
— 2 Samuel 23:3, 4.
2No entanto, a alguns
talvez tem parecido que a vereda nem sempre seguiu reto em
frente. Ocasionalmente, as explicações dadas pela organização visível de Jeová
têm indicado ajustes que aparentemente voltam a pontos de vista anteriores. Mas,
na realidade, não tem sido assim. Poderia ser comparado ao que se conhece
em náutica como “bordejar”. Manobrando as velas, os marujos podem fazer o barco
ir da direita para a esquerda, em ziguezague, mas sempre avançando em direção
ao seu destino, apesar de ventos contrários.
- Entre 1914 (ano que o texto identifica como sendo o marco do aumento
de luz sobre o caminho das TJ) e 1981
(ano de publicação desta Sentinela em Inglês) se passaram, ao menos, 67 ano!
Sessenta e sete anos de intervalo para que uma
“luz”, que tem por característica inerente “brilhar mais e mais”, é um tempo
tão alongado que se faz justo presumir que o “dia perfeito” ou “firmemente
estabelecido” (final do v. 18 de Pv. 4) já chegou.
Repetindo e Comentando - Confirmando a presunção acima afirma esta Sentinela:
A luz da Palavra de
Deus tem raiado como o sol numa “MANHÃ sem nuvens”,
para iluminar ainda mais a vereda que os servos de Jeová têm de seguir.
— 2 Samuel 23:3, 4.
Então, em 1981 (portanto a cerca 40 anos atrás), “a luz da Palavra de Deus” (conforme revelada pelo CG) já
raiava, não apenas em um “dia que já amanheceu”, mas sim, em “um dia sem
nuvens”, isso é, sem qualquer barreira para a iluminação solar, imagem retirada
do texto de 2ª Samuel, no qual lemos (na bíblia das TJ):
3O Deus de Israel disse,
A mim me falou a Rocha de Israel: ‘Quando aquele que governa a humanidade é
justo, Governando no temor de Deus, 4Então é como a luz da manhã
quando raia o sol, uma manhã sem nuvens. Da claridade, da chuva, há relva
saindo da terra.’
Observando estes dois versos vemos que para que ocorra aquilo que está no verso 4 é necessário que ocorra primeiro o que está no verso 3, portanto, esta citação de 2ª Samuel pretende indicar, também,
que em 1981, o sol já raiava no céu em uma manhã sem nuvens, porque o CG já
governava a humanidade (não vou tratar desta aspecto, apenas o mencionei)!
Obs – o escritor desta Sentinela não conectou Pv.4:18 a 2Sm. 23:3-4 por um
acaso, aliás, considerando que o conteúdo desta Sentinela também deve ser
encarado como “alimento no tempo apropriado” pelas TJ, então, foi o próprio
Jeová o responsável por tal conexão de passagens bíblicas, assim, imagino o
quanto as TJ que estudaram esta Sentinela ficaram gratas ao tomarem
conhecimento que o ano de 1981 (1982 no Brasil) o dia “firmemente estabelecido”
de conhecimento de todas as verdades bíblicas, havia chegado)!
E se já era assim em 1981, imaginem a situação
neste ano de 2020, quando a luz que “brilha mais e mais” já conta com 106 anos
brilhando mais e mais!
Mas, a sequência do texto, irá negar que “o dia já
amanheceu”, na medida em que irá introduzir uma nova analogia, válida para
justificar todos os ensinos nas quais aquilo que já foi ensinado como verdade
variou (ora negando ora confirmando a “luz anterior”) ao longo do tempo.
Vejamos:
2No
entanto, a alguns talvez tem
parecido que a vereda nem sempre seguiu reto em frente.
No início deste §2º, o texto passa a relatar aquilo
que algumas (TJ) TALVEZ, estejam pensando, isto é, que a iluminação na
verdade não está assim tão avançada, afinal, não obstante se ter cada vez mais
luz, a progressão na verdade acaba se desviando da
verdade! Vejamos se o texto dará
razão a tal (possível) raciocínio de alguns:
Ocasionalmente, as explicações dadas pela
organização visível de Jeová têm indicado ajustes que aparentemente voltam a
pontos de vista anteriores.
Mas, na
realidade, não tem sido assim.
Ora! Como tal percepção foi, categoricamente, NEGADA,
era totalmente pertinente que, na sequência, fosse reafirmada a “luz” que passou a
viger em 1881, por exemplo, poderia ter sido transcrito o seguinte trecho da
“luz” até então vigente:
Se estivéssemos seguindo
um homem, as coisas seriam diferentes conosco, uma ideia humana,
sem dúvida, iria contradizer outra, e aquilo que era luz há um, dois ou seis
anos atrás, seria agora considerado como escuridão: Mas com Deus não
existe tal variação, nem virada da sombra, e assim é com a verdade:
qualquer conhecimento ou luz vindos de Deus devem ser como seu autor.
Mas, não! Será
introduzida uma nova analogia que, a pretexto de negar, CONFIRMA,
a impressão das TJ que notam que as “verdades” ensinadas pelo CG variam
com o tempo!
Poderia ser comparado
ao que se conhece em náutica como “bordejar”. Manobrando as velas, os marujos
podem fazer o barco ir da direita para a esquerda, em ziguezague, mas sempre
avançando em direção ao seu destino, apesar de ventos contrários.
Obs – A Sentinela ora
analisada contém a ilustração de um barco a velas e um desenho que busca dar uma
noção visual do que significa “bordejar” (vou reproduzi-lo abaixo, fazendo
apenas um pequeno acréscimo – uma linha tracejada vermelha
– que representa a “linha reta” que conduz à verdade e pela qual também
transita o “vento” que obriga o “barco do CG” a “bordejar”)
Em minha visão, a nova analogia, se não for a melhor, é uma das melhores que poderiam ter sido usadas a fim de negar aquilo que o CG tentou negar ao usá-la! Avaliem:
Em minha visão, a nova analogia, se não for a melhor, é uma das melhores que poderiam ter sido usadas a fim de negar aquilo que o CG tentou negar ao usá-la! Avaliem:
- 1º – Raciocinando com base na analogia usada (também vou usar de desenhos para dar uma noção visual daquilo que pretendo explicar) temos:
-
Abaixo vemos o “píer” de uma verdade bíblica qualquer (vou chamá-la de
“x”): Para cada verdade bíblica existe somente um “píer”
no qual se pode atracar.
- Abaixo vemos o mesmo “píer” e, marcado pela seta azul, a “linha reta” que conduz a ele, isto é, à verdade bíblica “x”.
- Na sequência, vemos que foi acrescido ao desenho anterior uma linha pontilhada vermelha que indica que há "vento" na “linha reta” que leva à “verdade x” e que tal vento sopra contra as velas do barco que pretender ali ancorar.

Obs - Somente quando se navega na "linha reta azul", sem dela se desviar, é que as analogias ("luz que brilha mais e mais" e "bordejar") se harmonizam: a luz sobre a verdade “x” brilha mais e mais, até que ela seja plenamente conhecida, se e somente se, o barco avançar para ela sempre em “linha reta”.
- Como não será possível "navegar" em linha reta para a verdade bíblica "x", restará ao "barco", "bordejar". É o que está representado abaixo:
- Como não será possível "navegar" em linha reta para a verdade bíblica "x", restará ao "barco", "bordejar". É o que está representado abaixo:
-
E por fim vemos o “barco do CG” que, exatamente, por estar “bordejando”, não
conseguirá ancorar na verdade bíblica “x” e, ainda, pode acabar por colidir contra
o “píer” que a contém: – a
BÍBLIA

A "analogia" que veio com a "nova luz", como se vê, não poderia ser mais perfeita no sentido de CONFIRMAR que o "conjunto de verdades" ensinadas pelo CG são, em sua imensa maioria, mutantes e, quem ensina e acredita em verdades mutantes, na verdade, não ensina nem crê em verdade alguma!

A "analogia" que veio com a "nova luz", como se vê, não poderia ser mais perfeita no sentido de CONFIRMAR que o "conjunto de verdades" ensinadas pelo CG são, em sua imensa maioria, mutantes e, quem ensina e acredita em verdades mutantes, na verdade, não ensina nem crê em verdade alguma!
- 2ª – A analogia da “luz que brilha mais e mais” nunca foi propícia a expressar o que realmente ocorre, afinal:
- A "luz" sobre a doutrina
da “nova luz” que sempre vigorou, na prática, para pelo menos 90% das doutrinas
do CG sempre foi a do “bordejar”.
- Na teoria, e somente nela, se o texto de Pv.4:18 tratasse do - aumento gradual e simultâneo do conhecimento de verdades bíblicas pelo conjunto inteiro dos justos - então também seria uma analogia perfeita, afinal:
- Na teoria, e somente nela, se o texto de Pv.4:18 tratasse do - aumento gradual e simultâneo do conhecimento de verdades bíblicas pelo conjunto inteiro dos justos - então também seria uma analogia perfeita, afinal:
- Jeová quer que a verdade, sobre cada tema bíblico,
seja conhecida (isto é fato e os próximos pontos deixam isto claro).
- Para tanto Jeová nos deixou a Bíblia (sua palavra
perfeita que, dispensa qualquer outra literatura, como o próprio inspirador
dela, afirmou por intermédio do Ap. Paulo (IITm.3) quando o levou a escrever
que ela é:“16...proveitosa para ensinar, para repreender,
para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, 17 a
fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente
equipado para toda boa obra.”
- Não bastasse isso, Jesus afirmou que o Espírito
Santo seria enviado (Jo. 14:16) e que Ele conduziria a toda a verdade (Jo.16:13),
exatamente a fim de que não fossemos (Ef. 4:14) como:
“pequeninos, jogados
como que por ondas e levados para cá e para lá por todo VENTO
de ensino”
- Mas, de novo, a prática mostra que a luz sobre o "barco do CG" não clareia mais e mais, mas sim, que tal "barco" "vive a bordejar" e isso leva o CG e aqueles que acreditam em seus ensinos a estarem (IITm.3:7):
“sempre aprendendo, contudo, nunca podendo chegar
a um conhecimento exato da verdade”.
Obs – Antes de escrever este
artigo usei esta parte da argumentação com uma TJ e ela afirmou que eu tenho
que levar em consideração que existe o “inimigo” e que ele não quer o avanço do
povo de Jeová e busca impedir isso de todas as formas! Esta afirmação me fez
concluir que a analogia do “bordejar” pressupõe que a verdade estabelecida pelos
versos bíblicos citados acima não conseguem vencer o “vento”, “vento” que
impede o “barco” de seguir uma linha reta em direção à verdade, o que me leva a
transformar a seguinte afirmação bíblica em uma pergunta para o CG:
“aquele que está em união convosco, [CG],
é maior
do que aquele que está em união com o mundo”? (IJo.4:4).
O CG, a fim de explicar e ilustrar
como avança no conhecimento de cada verdade bíblica no qual é obrigado a
“bordejar” (e estas são a maioria), não cabe mais invocar a analogia da “luz
que brilha mais e mais” (mas continua e continuará fazendo isto, estou certo).
A 1ª
luz sobre a doutrina da “nova luz” não perdeu sua validade sobre o conjunto
inteiro de doutrinas das TJ somente em 1981, desde C.T. Russell, ela já não se
aplicava à imensa maioria dos ensinos, pois, “bordejar” sempre foi a regra.
Não
bastasse usar impropriamente da analogia da "luz que brilha cada vez mais", tenho que destacar que o CG ainda MENTE PARA AS TJ e a Sentinela de 1981/2 não foi a única vez em que o CG MENTIU afirmando que em determinado ano a “luz brilhava mais que nunca”, há
mais exemplos disso, inclusive, já citado neste Blog – na Carta Aberta que escrevi aos
familiares do Sr. Alfred Pryce Hughes.
Ali menciono que o CG, por três
vezes, citou as palavras desta pessoa, sendo que, a 1ª e, principalmente, a 2ª, configuram um verdadeiro “estelionato religioso”. Notem:
Estou mui
grato de ter vivido no conhecimento dos propósitos de Jeová desde
aqueles dias de pouco antes de 1914, quando nem tudo estava tão claro,
até estes dias; desde um dia em que havia algumas dúvidas até o
dia [atual] em que a verdade
brilha como o sol ao meio dia.
Sent.
1/9/1963, p. 536
A citação acima (que o omite a palavra "atual", palavra contida na próxima citação) já dava a entender
que, quando assim foi afirmado, as TJ já tinham todas as verdades, palavras
endossadas pelo CG e propagadas via Sentinela.
Na 2ª citação o CG omitiu parte do texto acima para
dar ainda mais certeza às TJ de que “a luz da verdade bíblica já brilhava como
sol ao meio dia”. Notem:
“Sou mui grato de ter vivido no
conhecimento dos propósitos de Jeová desde aqueles dias de pouco antes de 1914,
quando nem tudo estava tão claro . . . até
o dia atual, em que a verdade brilha como o sol ao meio-dia.
Sent. 15/7/96 p. 20, §19
A parte omitida (indicado pelos três pontos em vermelho acima) reforça e potencializa a mentira usada
pelo CG e, como disse, configura um verdadeiro “estelionato religioso”!
Já encerrando este artigo, não posso deixar de afirmar
que ao ler tais propagandas enganosas do CG, o que mais me espanta, é lembrar
do jargão popular:
O pior cego é aquele que não quer ver.
Ora! As TJ sabem e muito, que elas ainda não têm todas
as verdades, sabem que doutrinas importantes mudam e mudam muito (como exemplo
cito a famosa “geração não passará” no qual o CG “bordeja”, pelo menos, desde
1927, tanto que já “ziguezaqueou” 5 vezes, sendo as três últimas entre 1995 a 2011.
Destas 5 “bordejamentos”, em dois deles, as pessoas pertencentes a “esta geração”
foram identificados como “mundanos” e em três como “ungidos” (qual será a verdade?). As TJ, porém, nada notam de errado com o ensino desta "luz que brilha mais e mais" e o CG sabe disto, tanto que se arrisca a afirmar:
18 Com o
passar dos anos, Jeová continua a nos dar mais esclarecimento da verdade,
inclusive um entendimento mais claro da sua palavra profética. (Provérbios
4:18) Nos últimos anos, fomos incentivados a examinar de novo com mais
entendimento — entre outras coisas — a geração que não passará antes de vir o
fim, a parábola das ovelhas e dos cabritos, a coisa repugnante e quando ela
estará em pé num lugar santo, o novo pacto, a transfiguração e a visão do
templo no livro de Ezequiel.
S.1/1/2000 (a “luz já
brilhou” pelo menos uma uma vez após o ano 2000!)
Como é possível uma TJ aceitar tudo isto como se verdade fosse?
Eu só tenho uma resposta – ESCRAVIDÃO MENTAL!
Para encerrar, tenho que repetir as palavras que já foram consideradas
“alimento no tempo apropriado” lá em 1881 a fim de que você, TJ que lê este artigo, reflita (pegando como exemplo as mutantes e auto-excludentes "verdades" já ensinadas pelo CG à respeito da - Geração que não Passará):
Se estivéssemos
seguindo um homem, as coisas seriam diferentes conosco, uma ideia humana, sem
dúvida, iria contradizer outra, e aquilo que era luz há um, dois ou seis anos
atrás, seria agora considerado como escuridão: Mas com Deus não existe tal
variação, nem virada da sombra, e assim é com a verdade: qualquer conhecimento
ou luz vindos de Deus devem ser como seu autor.
-------------------------------
Não
concorda com que haja “escravidão mental” entre as TJ? Me escreva dizendo a
razão. Não concorda com as palavras em negrito acima? Por quê? Concorda com
elas mas, de alguma forma, consegue entender que elas são uma realidade em
entre as TJ? Por favor, me diga como? Conhece alguma outra “nova luz”
sobre este mesmo tema, que não foi citada neste artigo? Me diga qual é. Quer
criticar o artigo, no todo ou em parte? Vá em frente. Quer receber o pdf da
Sentinela de 1881 para conferir a tradução? É só pedir. Encontrou um erro que
necessita de correção no texto acima? Por favor indique. Estarei esperando sua
mensagem e/ou e-mail e, desde já, agradeço.
------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário