Algo
que sempre me impressionou em relação ao “órgão governante máximo sobre a vida
das TJ” (seu CG), está no binômio:
A Importância vital que o CG afirma ter na atuação de
Jeová sobre seu povo
x
A obscuridade do CG na Bíblia e na História
Se
é verdade:
-
que Jeová faz conhecida sua vontade a seu povo, exclusivamente, via CG,
-
que Jeová esclarece verdades bíblicas, gradualmente, apenas pelo CG,
-
que Jeová orienta seu povo somente por intermédio do CG,
-
que o governo (teocrático) de Jeová sobre seu povo se dá, apenas, por intermédio
do GOVERNO exercido pelo Corpo GOVERNANTE,
-
que Jeová está, realmente, preocupado com a salvação de pessoas (e pode estar
certo que Ele está, tanto que usa uma figura muito familiar, cara e forte ao
ser humano, a fim de revelar seu imenso amor - Jo.3:16) e, por fim, se é
verdade:
que a salvação provida por Ele só pode se efetivar
entre
aqueles que forem por Jeová governados, via CG, então:
Jeová teria que
ter deixado extremamente claro em seu livro (a Bíblia) a importância e a
centralidade do CG em seu “modus operandi” salvífico!
Este deveria ser um dos ensinos mais claros, evidentes
e reiterados da Bíblia, deveria ser impossível alguém que estuda a
Bíblia afirmar que desconhece que este livro ensina sobre a existência e imensa
importância do CG na salvação das pessoas!
Além disso, deveria haver registros históricos
abundantes (ao longo de todos os séculos) de um CG continuo e de um povo
continuamente alimentado por ele.
Se assim não fosse, Jeová poderia
ser acusado, e com toda a razão, de ter feito algo incrível e impensável para
prover salvação, porém, “na hora de tirar o 10” (como se dizia em um antigo
programa humorístico) colocou tudo a perder simplesmente porque, deixou
totalmente obscuro na Bíblia e na história uma “peça” fundamental em seu plano
de salvação!
Ocorre que a Bíblia não ensina que viria a existir um
CG que tem as pretensões demonstradas e, principalmente, exercidas pelo CG das
TJ e a história é a maior testemunha de tal inexistência!
São várias as possibilidades para
demonstrar essa impossibilidade e por isso escreverei mais de um artigo com
este mesmo título - Corpo Governante?
Para tanto, como sempre faço, vou
adotar com verdadeiras as reivindicações do CG para analisar se elas se
sustentam quando e confronto com a Bíblia e com a história. Neste artigo vou me
prender mais aos aspectos históricos envolvidos, dentre os quais:
a absoluta necessidade da substituição
“das peças” do
CG, desde a era
apostólica, até
o
CG que hoje
atua
O texto bíblico máximo usado pelas TJ para defender a
existência de um CG é Mt. 24:45 (que tem um paralelo em Lc. 12: 42 a 48)
e ambos, são entendidos pelas TJ como
sendo:
– uma profecia feita por Jesus segundo a qual, no
futuro, o CG seria inspecionado (pelo próprio Jesus) para saber se este
continuou fiel em fazer aquilo que foi encarregado de fazer. Seria somente após
esta inspeção que o CG, se aprovado, receberia uma nova responsabilidade - seria
designado sobre todos os bens de Jesus (conforme verso 47 de Mt. 24).
A partir daqui vou adotar a seguinte forma para
continuar a escrita deste artigo: Vou propor perguntas, vou indicar alguma
literatura do CG e/ou algum texto bíblico que contribua ou dê a resposta e vou,
a partir dela/dele, propor uma resposta para cada pergunta elaborada.
1ª Pergunta: O CG existe
desde quando?
16 ... No primeiro
século, é provável que a maioria dos apóstolos estivesse
em Jerusalém, que era onde ficava o corpo governante. (Atos 8:14;
15:2) – S.
Estudo - 4/2018. pp.18-19,
Resp. - O
CG existia já no 1º século.
2ª Pergunta: Quando o CG foi
encarregado sobre os “domésticos” (= povo de Jeová)?
Mt. 24 - 45 “Quem é realmente
o escravo fiel e prudente, a quem o seu senhor aencarregou dos seus
domésticos,
para dar-lhes o seu alimento no
tempo apropriado? 46 Feliz aquele
escravo se o seu senhor, quando vier, o encontrar fazendo isso! 47 Deveras, eu vos digo: Ele o
designará sobre todos os seus bens. (TMN
com Referências)
Resp. -
Quando estas palavras foram proferidas por Jesus o CG (que, na verdade,
ainda não existia) já estava encarregado dos domésticosa! Isso
é garantido pelo tempo verbal usado para “encarregar” no texto acima - pretérito
perfeito - “encarregou”a), assim, o CG foi encarregado em algum momento anterior
àquele que Jesus mencionou estas palavras, provavelmente, entre o 1º e o 33º ano do 1º século ou antes! (?)
3ª Pergunta: Antes de que
data se deu (ou se dará) a inspeção do CG?
Obs – Ao
pesquisar sobre isto descobri que estou desatualizado sobre este tema, porém, como
um dos dados permanece o mesmo, para os objetivos deste artigo, ele é
suficiente.
DESIGNADOS SOBRE TODOS
OS BENS DO AMO
(...) Daí, em
1919, depois dum período de inspeção, veio o tempo de o Amo recompensar
seu “escravo” fiel. Encontrando a classe deste servo deveras inteiramente fiel
na alimentação da família da fé, Jesus deu ao “escravo” uma nova condição. (S. 1/8/75, p.
462-463).
Resp. – O
texto acima deixa claro que a inspeção não ocorreu antes de 1919.
4ª Pergunta: Os humanos são
seres mortais?
Obs – Sei que a pergunta é
absolutamente retórica, porém, como ela é importante no contexto deste artigo, e
por isso a incluí.
Sl.
90 – 9 ...Findamos os nossos
anos como um sussurro.
10 Os dias dos nossos anos são em si
mesmos setenta anos;
E se por motivo de potência especial são
oitenta anos,
Resp. Sim.
Os seres humanos (incluindo os que já fizerem e fazem parte do CG) são
mortais.
5ª Pergunta – Foi necessário
que a condição de “membro do CG”, ocupada pelos apóstolos, fosse sucessível ao
longo dos séculos, a fim de permitir que o CG continuasse existente quando
viesse a futura inspeção?
Aqui não é necessário citar nenhuma literatura, se Mt.
24:45 é uma profecia de um evento futuro, então, de duas uma:
- ou os apóstolos que compunham o CG no 1º século não
morreram e continuam distribuindo “alimento no tempo apropriado” ainda hoje ou
a condição de “membro do CG” é sucessível, isto é, após a morte de cada
apóstolo abriu-se uma vaga no CG que foi ocupada por outra pessoa (como
ocorreu com Matias, que veio a substituir Judas Iscariotes – At. 1:15 a 26)
e assim tem ocorrido continuamente em, pelo menos, três de tais vagas (visto
que o CG nega que “o escravo” possa ser um só homem e que se forem apenas dois,
as votações entre eles poderiam terminar empatadas).
6ª Pergunta – Que doutrina
católica esta necessária “sucessão de membros do CG” lembra?
Resp. A
doutrina da “sucessão apostólica”, segundo a qual, a função de “Papa” vai tendo
novo ocupante a partir do falecimento ou renúncia do anterior”
7ª Pergunta – Qual a
diferença e a semelhança entre a doutrina da “sucessão apostólica” e a
necessária sucessão ininterrupta de, ao menos, três “vagas” no CG?
Resp. A
diferença (que em sua maior parte é meramente teórica) é: para os católicos o
que se sucede, a cada novo Papa que assume a função, é a “condição de
apóstolo”, isso é, tal e qual eram os apóstolos do primeiro século, o Papa se
torna, inclusive, é inspirado pelo Espírito Santo e por isso suas palavras têm
a mesma autoridade da Bíblia, tanto que, de acordo com esta doutrina o Papa,
quando fala “ex cathedra”, não erra, assim como não erravam os inspirados
apóstolos bíblicos quando falavam “ex cathedra”.
Já para no CG das TJ a
sucessão não é “apostólica” mas sim “governamental, isso é, as vagas que vão
sendo abertas no “governo coletivo” exercido pelo CG têm que ser preenchidas a
fim de manter uma composição de pelo menos 3 membros (este número é por minha
conta, nenhum literatura do CG afirma isso). A autoridade está sempre no colegiado
e não do membro do CG, individualmente, porém, embora o CG não alegue ser
inspirado nem se reivindique infalível, na prática, todas as TJ têm que encarar
os ensinos do CG como tendo a mesma autoridade da Bíblia, razão pela qual tais
ensinos são - a verdade, aquilo que a
Bíblia realmente ensina -, até e caso o CG ensine coisa diversa!
Aqui tenho que abrir um parêntesis para afirmar que somente
quem consegue manipular corações e mentes pode se dar ao luxo de afirmar:
5 ... Temos de evitar
desenvolver um espírito de independência. Tanto por palavras como por
ações, jamais desrespeitemos o canal de comunicação que
Jeová usa hoje em dia. (Núm. 16:1-3) Em vez disso, devemos
prezar o nosso privilégio de cooperar com o escravo fiel e discreto. E não
devemos também nos esforçar em ser obedientes e submissos aos que tomam
a dianteira na nossa congregação? — Leia Hebreus 13:7, 17. (S. 11/5/09, p. 14)
A ameaça de que qualquer espírito de independência que
a TJ venha a criar em relação ao CG, significa se desqualificar perante Deus é
muito efetiva, afinal, o CG é o “canal
de comunicação que Deus usa hoje em dia” (portanto QUEM FALA POR INTERMÉDIO
DE TAL CANAL - É JEOVÁ, assim, ser, em
qualquer medida, independente deste canal é ser independente de Jeová, não acreditar
nos ensinos de tal canal, ainda que em mínima parte, significa não acreditar integralmente
nos ensinos de Jeová)!
Com isso o CG obtém total autoridade sobre a vida das
TJ e é bem por isso que Jeová, por intermédio de seu canal de
comunicação, já enviou (no meu ponto de vista - a revoltante) porção de “alimento no tempo
apropriado” para as TJ:
Devemos comer, digerir
e assimilar
o que se coloca diante de nós, sem rejeitar certas partes do alimento porque
talvez não convenha ao capricho do nosso gosto mental. AS VERDADES que havemos de publicar são
aquelas que a organização do escravo discreto fornece, não algumas opiniões
pessoais contrárias ao que o escravo providenciou como sendo sustento
conveniente. (S.
1/11/52, p. 164)
Este ensino de Jeová para o seu povo deixa claro
que ter raciocínios discordantes do CG não
passa de um “capricho do gosto mental”, afinal o CG só publica VERDADES!
Sendo assim encarado, fica fácil de manipular
completamente corações e mentes, tanto que pode se dar ao luxo de negar (em
outras palavras) que seja o “canal de comunicação de Deus” sem que isso traga qualquer
prejuízo a sua absoluta autoridade sobre a vida das TJ, quando afirma coisas
como:
“Nem desejamos que os
nossos escritos sejam reverenciados ou considerados infalíveis.” (15 de
dezembro de 1896, página 306) –
citação da Sentinela reprisada na Despertai de 22/3/93 p.4
Ora! Mas se os escritos são “comunicações que emanam
do canal de comunicação pelo qual Jeová fala” tais escritos só não serão
infalíveis:
-
se Jeová for falível ou se
-
o “canal de comunicação” deixar de ser um mero “meio de passagem” das
palavras de Jeová e começar a adulterar tais palavras (e estou certo que Jeová
não insistiria em usar tal canal de
comunicação que perverte suas palavras e ensinamentos, não é mesmo)?
Mas, voltando ao tema central deste Artigo, vamos a
próxima pergunta:
8ª Pergunta – O CG nega a
“sucessão apostólica” da Igreja Católica, mas, como ele lida com a necessária
“sucessão governamental” dos membros do CG?
Aqui, nem vou oferecer uma resposta vou penas apontar
aspectos relacionados a esta 8ª pergunta.
Ao que tudo indica, o CG atual NÃO SABE, se
quer, se tem havido uma “sucessão governamental” nas vagas que são abertas no
CG desde o 1º século (por mais que a lógica coloque isso como uma necessidade
absoluta)!
Nas poucas vezes que já tratou do tema, em algumas
afirma expressamente que houve tal sucessão e em outras, nega que ela tenha
ocorrido!
Começo
pelas primeiras:
Jesus dissera: “Eis que
estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” (Mat.
28:20) Jesus Cristo é Cabeça da congregação, seu escravo, e suas palavras
mostram que ele os fortaleceria para alimentarem seus “domésticos” durante
todos os séculos. Evidentemente, uma
geração da classe do “escravo” alimentava a geração seguinte, além de continuar
a alimentar a si mesma. (S. 15/7/75, p. 430)
Concordo plenamente com a afirmação acima! É isso o
que tem que ter ocorrido e deve continuar ocorrendo a fim de que a inspeção,
revelada em Mt. 25:45 a 47, tenha vez.
Se o escravo tivesse desaparecido, por ausência de
“sucessão governamental” (como estou chamando) e Mt. 24:45 a 47 é uma profecia,
então, poderíamos chamar a Jesus de “FALSO PROFETA”, na medida em que
profetizou algo que seria impossível de ocorrer, se o escravo deixasse de
existir.
-
Neste ponto é fundamental afirmar que
não seria possível ao escravo desaparecer
por completo em certo período de tempo
e ressurgir tempos depois (nem uma e, muito
menos, várias vezes).
Há mais de uma razão para não
acreditar que, algo tão vital quanto a alimentação espiritual, poderia parar em
algum tempo (e isso já é um motivo em si mesmo).
Para não estender demais este artigo, vou repetir o
que afirma a última Sentinela citada e acrescer só mais dois argumentos, bem
definitivos sobre este ponto:
1 - Jesus teria mentido em Mt. 28:20 se
a alimentação espiritual parasse de existir (em absoluto ou de tempos em
tempos), ainda mais nos séculos nos quais a Bíblia (o manual da vida e da
salvação – II Tm. 3:16), enquanto conjunto, ainda não existia. Assim, repetindo
o que já transcrevi acima é:
Evidentemente, uma geração da
classe do “escravo” alimentava a geração seguinte, além de continuar a
alimentar a si mesma.
2 – Jesus se mostraria,
realmente, um falso profeta e seria o culpado por fazer falhar sua própria
profecia se a alimentação espiritual parasse em algum momento, afinal, Mt.
24:45 é bem claro:
“Quem é realmente o
escravo fiel e discreto a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos,
para dar-lhes A)o seu alimento
no tempo apropriado? 46 Feliz B)AQUELE
ESCRAVO, se o seu amo, ao chegar, o achar fazendo assim!
2A) O
alimento distribuído pelo escravo é provido por Jesus, assim, se tal alimento
deixou de ser provido, foi Jesus quem o deixou de prover (o mesmo Jesus que
prometeu estar presente todos os dias, certamente, não deixaria de prover seu
alimento a seus domésticos).
2B) O
escravo que se tornaria feliz, segundo os versos acima, não era qualquer
escravo, mas sim é - AQUELE ESCRAVO, aquele mesmo que Jesus já havia
designado “sobre os seus domésticos” e não um outro escravo, logo, o escravo a
ser inspecionado, obrigatoriamente, tem que ser (em razão da mortalidade
humana) a sucessão daquele grupo de homens que formava o CG original e não
qualquer outro!
3 – A luz
(Pv. 4:18) teria deixando de brilhar “mais e mais” ao longo de séculos e como
quem envia tal luz é Jeová, então, Ele pode ser responsabilizado por tornar
falso este verso bíblico (que é muito importante na doutrina das TJ)!
Em apoio à impossibilidade da alimentação espiritual,
do seu distribuidor e dos alimentados deixarem de existir em algum momento,
cito o seguinte entendimento das TJ:
As
Testemunhas de Jeová entendem que o 'escravo' é composto por todos os cristãos
ungidos como grupo na terra em qualquer tempo determinado durante
os 19 séculos desde Pentecostes. Por conseguinte, os 'domésticos'
são esses seguidores de Cristo como indivíduos. (S.1/9/81, página 24)
Então, aqui, mais uma vez, se confirma que houve sim o
“escravo” durante todos os 19 séculos desde o dia no qual ocorreu o Pentecostes
e houve também os “domésticos” por ele alimentados.
Esta outra Sentinela também confirma
que os “domésticos” e o escravo existiram desde Pentecostes:
Os membros ungidos, individuais, dessa congregação
unida receberiam todos o mesmo alimento espiritual. Para
tal fim, seu "amo" designou a classe do "mordomo
fiel", um corpo coletivo de cristãos ungidos na terra desde
Pentecostes de 33 E.C.
Não obstante tais afirmações categóricas das Sentinelas
citadas e da certeza que decorre da Bíblia, em outros momentos, o CG sugere que
não houve “escravo fiel e discreto” e (consequentemente) “domésticos” a
alimentar ao longo dos séculos, transformando aquilo que chegou a chamar de “evidente”, na Sentinela citada acima, em uma
impossibilidade!
E não é difícil entender porque o CG “vacila” nesta questão,
para isto, basta as seguintes perguntas:
Onde esteve este povo ungido, recebendo todos o mesmo alimento espiritual de um mesmo “escravo”, entre a morte do último dos apóstolos e o surgimento do CG das TJ? Com que nome (denominacional) este povo era conhecido (sabemos que o nome TJ eles não usavam)? O CG que os alimentava também adotava o título de “Corpo Governante”, “Escravo Fiel e Discreto” ou usava algum outro título? Há notícias deles (canal de alimentação e alimentados) durante os séculos? De novo a resposta é:
Não!
Nem mesmo o CG das TJ (que se afirma a continuidade do
CG original) consegue responder às perguntas acima!
E o CG nunca dará tais informações pois nega (e só
pode negar) que fora de seu próprio grupo religioso (cuja gênese mais
remota remonta a 1870 – portanto a cerca de “18 séculos de distância” do CG
original) tenha havido um outro “escravo” e um outro povo por ele alimentado,
pois, mais uma vez, a história (os fatos – aqueles contra os quais não
cabem argumento) lhe proíbem de assim fazer!
Notem:
Se existia um “canal de alimentação
de Jeová na terra” e um grupo exclusivo por ele alimentado, com gênese mais
remota no 1º século, então, quando C.T. Russell “surgir no cenário” só poderia
ter procurado, ingressado e ocupado uma vaga no antiquíssimo CG e passar, em conjunto
com os membros que ali já estavam, a governar sobre o povo de Jeová, que já vinha
sendo alimentado por tal “canal de comunicação” desde o 1º séculos, porém, foi
isso o que ocorreu?
NÃO!
É o que nos revela a Sentinela de 1/1/74 na p. 10, na
qual lemos um misto de palavras do escritor do artigo e transcrições do que
escreveu o próprio C.T. Russell. Falando sobre Russell, afirma o artigo da Sentinela:
À idade de dezessete
anos, ele já era cético. Aconteceu então algo significativo. Russell escreveu
sobre isso mais tarde:
Aparentemente por
acaso, certa noitinha entrei num salão poeirento, sombrio, em Allegheny, Pa.,
onde eu soube que se realizavam ofícios religiosos, para ver se o punhado de
pessoas que se reunia ali tinham algo mais sensato a oferecer do que as crenças
das grandes igrejas. Ali, pela primeira vez, ouvi algo sobre os conceitos do
Segundo Adventismo, de Jonas Wendell. . . .
Embora a sua exposição
das Escrituras não fosse inteiramente clara, . . . bastou, por Deus,
a restabelecer minha abalada fé na inspiração divina da Bíblia e para mostrar
que os registros dos Apóstolos e dos Profetas estavam indissoluvelmente
vinculados.
6 Pouco depois, Russell
e alguns outros começaram a reunir-se semanalmente para um estudo bíblico
sistemático, com oração. A luz espiritual que recebiam de Deus
intensificava-se, pois, “a vereda dos justos é como a luz clara que
clareia mais e mais até o dia estar firmemente estabelecido”. (Pro. 4:18)
Aí está! C. T. Russell não integrou qualquer grupo
religioso ou CG preexistente!
Após se tornar um cético (leia-se: após ter perdido a
fé) ele veio a readquiri-la a partir da pregação de um pregador adventista (que
as TJ não reconhecem como religião verdadeira) e após Russell iniciou sua
própria religião, sendo que foi nesta religião que, muito tempo depois de seu
início, pela primeira vez na história (pelo menos que tenha conhecimento), se
passou a interpretar a parábola de Mt. 24:45 como profecia e a afirmar que um
pequeno número de homens, dentre todos os ungidos, são a sucessão do CG da era
apostólica e que as TJ são o povo para quem Jesus prove alimento espiritual!
Outro sinal claro da negação do atual CG de que tenha
havido um outro CG além dele, recebendo de Jeová “a luz que clareia mais e
mais” ao longo dos séculos, já nos foi dado pela última Sentinela acima citada quando, se referindo a Russell e seu grupo, afirma que:
A luz espiritual que
recebiam de Deus intensificava-se, pois, “a vereda dos justos é como a luz clara
que clareia mais e mais até o dia estar firmemente estabelecido”. (Pro. 4:18)
Na
verdade esta menção a luz (que já deveria estar brilhando, mais e mais, desde o
1º século) sugere que a luz brilhou na era Apostólica, parou de brilhar
completamente nos séculos seguintes, até que voltou a brilhar sobre Russell e
seu grupo!
Há uma outra Sentinela (15/5/95, p. 17) que deixa isso
ainda mais claro quando usa (em um artigo que trata dos “Lampejos de Luz Grande
e Pequenos” e se refere a C.T. Russell e seu grupo religioso) o seguinte
subtítulo:
PRIMEIROS lampejos de luz nos
tempos modernos
A
conclusão é imediata:
-
houve lampejos de luz nos tempos antigos e após
-
deixou de haver qualquer lampejo de luz por séculos, até que surgiram os
-
PRIMEIROS lampejos nos tempos modernos!
Como afirmei no início deste artigo,
como a existência de um CG, um elemento tão fundamental no plano de salvação de
Jeová para a humanidade, pode ser algo tão obscuro tanto na Bíblia quanto na
história?
Porque o mesmo Jeová, que enviou seu próprio e único
filho para morrer cruelmente a fim de prover salvação, seria tão negligente,
durante tantos séculos, com seu próprio plano de salvação?
Será que a falha é, realmente, de Jeová ou será que as
TJ é que entenderam (ou foram induzidas a entender) tudo errado sobre
estas questões?
Agora, é com
você, seu Deus
e com sua
consciência!
-------------------
Você
discorda de alguma de minhas conclusões? Você sabe dizer onde esteve o CG ao
longo dos séculos e o povo a quem tal CG (na verdade – Jeová) alimentava? Você
acredita que Russell deu continuidade ao CG apostólico? Você confia que as TJ
são a continuidade (com outro nome) do povo que foi alimentado pelo “canal de
comunicação de Jeová” ao longo dos séculos? Você acredita que Jesus estaria
presente todos os dias? Você acredita que a luz, que brilha mais e mais, sempre
brilhou? Quer se expressar sobre qualquer outro aspecto deste texto não
envolvido nas questões acima? Quer indicar uma necessária correção no texto.
Escreva para mim (Itessalonicenses5:21@gmail.com) ou deixe uma mensagem no
Blog. Desde já, agradeço.
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