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domingo, 12 de abril de 2020

MENTIRAS DO C. GOVERNANTE (1) - Não sou dogmático!®

O que vem a ser um dogma, você sabe?
O Catecismo da Igreja Católica afirma:
88. O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação divina ou quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas um nexo necessário.
Na literatura do Corpo Governante (CG) das Testemunhas de Jeová (TJ) encontrei esta menção (que fala da “evolução” da crença católica sobre a Assunção de Maria):
A crença na jornada de Maria para o céu com corpo físico não mais era opcional entre os católicos — era então um dogma da Igreja. O Papa Pio XII declarou que “se alguém . . . ousar negar ou lançar voluntariamente dúvidas sobre aquilo que Nós determinamos, deve saber que não atingiu o ideal da Fé Divina e Católica”.
S. 15/2/94, p.28
            Sobre as consequências de não se crer em um dogma, encontrei a seguinte referência em um site Católico:
É uma verdade revelada, de uma forma que obriga o povo cristão a crer nele, em sua totalidade, de modo que sua negação é repelida como heresia e estigmatizada com anátema.
http://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20P%C3%A1gina/DOCUMENT%C3%81RIO%20DA%20IGREJA/DOGMAS%20DA%20IGREJA%20CAT%C3%93LICA%20APOST%C3%93LICA%20ROMANA.htm
Como se vê, não se acreditar em dogmas (pelo menos para os Católicos) significa ser um herege e leva o não crente à exclusão, à execração!
– Após ter pesquisado para produzir o que escrevi até aqui, me veio à mente a seguinte alegoria: o Apóstolo Paulo chegando na sinagoga da cidade de Bereia e ali, logo no primeiro encontro do qual participou, ele afirmando:
A crença de que Jesus é o Messias, que vocês ainda estão aguardando, não é mais opcional entre vocês — agora isto é um dogma nesta Sinagoga. Eu, Apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Jeová, declaro: “se alguém aqui ousar negar ou lançar voluntariamente dúvidas sobre este dogma que acabei anunciar, deve saber que isso te faz pior que os desprezíveis e perdidos Samaritanos”!
Obs – Para que você, leitor(a) deste artigo, entenda o quão “mal vista” seria uma afirmação impositiva assim na sinagoga de Bereia, é necessário que saiba que em At. 17:1 a 4 é narrado que o Apóstolo Paulo tinha por costume, ao chegar em uma nova cidade, procurar uma sinagoga e ali argumentar e provar pelas Escrituras que Jesus era o Messias que eles ainda esperavam e que, na cidade de Tessalônica, após assim fazer por três sábados seguidos, alguns deles se tornaram crentes (já entre os gregos, que também ouviram a argumentação de Paulo, uma multidão creu que Jesus era o Messias).
Nos versos 10 e 11 lemos que Paulo partiu dali para a cidade de Bereia e, como de costume, foi à sinagoga ali existente, repetiu o que fez em Tessalônica (argumentou e provou nas Escrituras que Jesus era o Cristo esperado – o texto bíblico sugere que isso se deu durante dias seguidos) e no verso 11  o escritor (o médico e evangelista Lucas, inspirado pelo Espírito Santo) faz a seguinte comparação entre os judeus que ouviram a Paulo na sinagoga de cada uma das cidade:  
Ora, estes de Bereia eram mais nobres do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias PARA VER SE AS COISAS ERAM, DE FATO, ASSIM. (NAA)
Em resultado muito mais pessoas se converteram, principalmente, entre os judeus!
Como se vê, as pessoas elogiadas pelo Espírito Santo foram e, certamente, permanecem sendo, aquelas que ouvem e raciocinam com avidez e encontraram nas Escrituras razão para crer, o que é bem diverso de aceitar ensinos relacionados à fé de forma automática, em especial, quando o não crer ou se deixar de crer resulta não apenas em consequências futuras, mas sim, em consequências imediatas e dolorosas, tal como, ser evitado por amigos e familiares como se fosse capaz de transmitir um câncer mortal após o mais breve contato (por mais que a crença em Deus esteja intacta)! 
A Igreja Católica não tem a Bíblia por única regra de fé e prática, aquilo que ensina a chamada “Tradição” tem a mesma autoridade que a Bíblia, como se vê na citação abaixo:
tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus Cristo e pelos apóstolos, e que chegou sem alteração, de século em século, por meio da Igreja, até nós (...) os ensinamentos da tradição acham-se principalmente nos decretos dos Concílios, nos escritos dos santos padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras e nos usos da Sagrada Liturgia (3º Catecismo de Doutrina Cristã, respostas às perguntas 885 e 886, p. 162 - https://img.cancaonova.com/noticias/pdf/277444_CatecismoSaoPioX.pdf). 
Toda religião cristã (o que se diga cristã) e que tem fonte de autoridade diversa da Bíblia tende a ter dogmas e tal realidade nem sempre é tão evidente como se vê na Igreja Católica na qual se admite, de forma expressa, que há fonte de autoridade diversa e com o mesmo “peso” da Bíblia e que impõe dogmas.
Podemos discordar da Igreja Católica, podemos discordar da “Tradição” e da imposição de pontos de fé por meio de dogmas que, se não forem cridos, desqualificam e condenam aquele que não crer, mas não há como negar a honestidade que há por trás de tudo isto, afinal, como vimos na citação do 3º Catecismo acima, tudo é informado de forma expressa e direta. Creio que nenhum católico pode acusar sua religião de o ter enganado em relação às fontes diversas de autoridade e aos dogmas, de ter se apresentado de uma forma e depois ter se mostrado de outra quanto a estes temas, afinal, a necessidade de seguir os ensinos do Catolicismo é ensinada desde de crianças na chamada – catequese.
Muito pior (pelo menos no meu ponto de vista) ocorre quando uma religião tem dogmas tão eficazes que conduzem seus membros a viverem uma dualidade, de tal forma que quando um ensino substitui e contraria a outro, a impossibilidade de se admitir que uma mentira foi ensinada como se verdade fosse, faz com que tanto a verdade "revogada' quanto a "atual" continuem sendo chamadas de verdade (e isto, por mais que a verdade atual venha novamente a ser substituída) tudo em uma verdadeira manipulação da fé e das mentes!
Importante ressaltar que um dogma não precisa, necessariamente, ter origem em uma fonte completamente desconectada da Bíblia, basta que aos governantes da religião tenham a autoridade absoluta de determinar o que a Bíblia diz e o que ela não diz e que seja tolhida qualquer liberdade de não crer e, principalmente, de contestar publicamente aquilo que ensinam sobre a Bíblia, sob pena de severas punições – se assim for, tudo o que os dirigentes ensinarem serão dogmas, tenham efetivo apoio bíblico ou não, até porque, a leitura do texto bíblico passará a ser mero auxiliar do texto que, realmente, será estudado e crido como alimento espiritual provido por Deus!
“DOGMÁTICO” - Uma vez sabendo o que é um dogma, fica fácil de entender o que significa afirmar que alguém ou alguma coisa - “é dogmática(o)”:
- Dogmático é aquele que inicia aquilo que irá ensinar, dizendo:
“Acreditem nas afirmações que eu fizer, pelo simples fato de ser eu quem estará afirmando ou suporte as severas consequências de não crer naquilo que eu ensinar”
ou, pior do que isto, será se aquele que ensina já estiver certo que aqueles que lhe ouvirão já vão aceitar automaticamente tudo o que ensinar e portanto, pode passar a ensinar sem dizer as palavras acima, pois, a partir do momento em que passar a ensinar, elas já estarão subentendidas!
Fiz todo este introito a fim de destacar a seguinte afirmação de uma Despertai, que cita uma Sentinela em Inglês e traduz o seguinte trecho:
“A Sentinela não se diz inspirada em suas pronunciações nem é dogmática.” (15 de agosto de 1950, página 263)
         A afirmação é bem coerente: textos extra bíblicos existentes em uma revista (que trata de pontos de fé) cujos redatores não são inspirados pelo Espírito Santo, não podem ser dogmáticos e é exatamente em razão disto que não consigo entender porque o trecho, que vinha logo após o ponto final (destacado acima), foi “cortado” na citação da Despertai – o trecho omitido qualifica, da melhor forma que existe, a negação ao dogmatismo que acabou de ser afirmada!
- Vejam se concordam comigo:
However, The Watchtower does not claim to be inspired in its utterances, nor is it dogmatic.
Entretanto, a Sentinela, não se diz inspirada em suas pronunciações nem é dogmática.
It invites careful and critical examination of its contents in the light of the Scriptures.
Convida a um cuidadoso e crítico exame de seu conteúdo à luz das Escrituras.
Perceberam o quão importante era não “cortar” a afirmação imediata? Quem não é dogmático e diz basear tudo aquilo que ensina na Bíblia pode, sem medo, convidar a um exame crítico daquilo que ensina à luz da Bíblia.
A verdade, porém, é que a regra é CG ser 100% dogmático!
Obs - O CG só não é dogmático quando permite às TJ decidir algo que entende estar no rol de – questão de consciência – cito como exemplo, a decisão de um casal ter ou não filhos. A Sentinela indica que isto é uma decisão do casal (S.15/6/89, p. 28).
Comprovando ser totalmente falsa a alegação de que o CG (via Sentinela) não é dogmático temos que, mais recentemente, uma outra declaração da Sentinela (que podemos, inclusive chamar de uma “nova luz” sobre este tema) surgiu e esta “nova luz” foi e é um refrigério para as TJ pois, não precisam mais mentir a este respeito, já podem afirmar que, salvo naquilo que a Sentinela indica algo com o sendo - questão de consciência - ela é, insisto:
“100% dogmática”!
Notem se estou exagerando:
7(...) A modéstia por parte da classe do escravo fiel e discreto, comissionada para fornecer à família cristã o alimento no tempo apropriado, impede-a de se adiantar presunçosamente e fazer afirmações muito especulativas sobre coisas que ainda não estão claras. A classe do escravo SE ESFORÇA A NÃO SER DOGMÁTICA(S. 1/6/97, p.13-14)

É necessário ler as linhas e as entrelinhas do trecho acima a fim de perceber tudo o que se quis afirmar expressamente e o que se deixou subentendido:

- o CG foi comissionado (por Jesus) para fornecer a TODA a família cristã, alimento espiritual no tempo apropriado (e se o alimento está no tempo apropriado então ele náo pode ter defeito, afinal, não há momento correto para distribuir alimento imperfeito)!
- Não obstante, o CG não se sente autorizado a fazer afirmações MUITO especulativas, logo, se admite que algumas de seus ensinos contêm algum grau de especulação sobre coisas que ainda não estão tão claras (quando isso ocorre temos alimento imperfeito sendo distribuído e, aí, a época em que isso ocorre é irrelevante – O ESCRAVO DEIXA DE SER FIEL E PRUDENTE POIS, NÃO CONTINUA FAZENDO O QUE JESUS ORDENOU – Mt. 24:45)!
- E o mais importante:
- Seja nos ensinos no qual não há qualquer especulação  do CG ou seja naqueles que contêm um certo grau de especulação:
– O CG É DOGMÁTICO e a prova mais evidente disto está no fato do CG afirmar que se ESFORÇA para não ser – e ninguém precisa se esforçar para não ser aquilo que não é, não é mesmo?
Ocorre que tal esforço é inócuo, afinal:
– Salvo quando deixa algo a cargo da consciência de cada TJ, o CG exige e consegue que seus ensinos sejam aceitos como “a verdade”, “aquilo que a Bíblia realmente ensina”, assim, pouco importa se tais ensinos serão elaborados usando de palavras “doces” ou “impositivas” o dogmatismo envolvido sempre estará presente.
- Neste sentido, importante notar a diferença para com a Igreja Católica:
- Dentre todos os ensinos Católicos apenas alguns trazem o “carimbo” de dogma - o dogma está no ensino.
- Dentre todos os ensinos das TJ (salvo nas exceções apontadas) todos trazem o “carimbo” de dogma pois: a fonte dos ensinos é dogmática, o CG é dogmático - e  é exatamente por isso que o “trecho da velha luz” que afirmava que Sentinela (ou seja, seus redatores, o CG):
Convida a um cuidadoso e CRÍTICO exame
 de seu conteúdo à luz das Escrituras.
sempre foi muito falso.
           As TJ sabem (por mais que, infelizmente, neguem) que só podem conferir na Bíblia os ensinos do CG se for para concordar com eles, se for para discordar e principalmente, criticar publicamente tais ensinos, é que a parte mais sombria do dogma se manifesta – a temida DESASSOCIAÇÃO – que transforma cada ex-TJ no câncer contagioso ao menor contato que mencione mais acima!
Não se pode dizer que a Sentinela (e outras literaturas do CG) não convoquem ao “exame crítico” ela faz isto, porém, tais convocações se dão para pessoas de outras religiões. Vou citar apenas dois exemplos:
Quando os motivos estão errados e não há desejo íntimo de aprender e de fazer a vontade divina, então não é estranho que encontramos a seguinte característica: falta de disposição de fazer um exame crítico da fé que se tem, de experimentá-la segundo a norma de se julgar a religião, a Bíblia Sagrada.
A Palavra de Deus ordena: “Certificai-vos de todas as coisas.” (1 Tes. 5: 21, NM) Mas os seguidores da religião popular têm mêdo de fazer a prova quanto a crença correta.
S. 15/06/1959, p.379
No Artigo “É sua religião Verdadeira”, questiona a Sentinela de quem não é TJ:
Assim, a prova é relativamente fácil de ser feita. Se certa religião não estiver de acordo com o que a Bíblia ensina, então não está em harmonia com a verdade. Não é a verdadeira religião. (Rom. 3:4) Nada tem a temer do exame de suas crenças pelo padrão da Palavra de Deus, pois se tiver a verdadeira religião, isso apenas lhe será reassegurado. E, se aquilo em que crê não se harmoniza com a Bíblia, então deve acolher bem a verdade, porque conduz à vida eterna. — João 17:3.
Mas quando o CG fala às TJ, notem se a Sentinela convoca a uma análise crítica dela própria:
10Jeová Deus trata com seu povo como uma classe de servos. Ele não alimenta cada um individualmente nem designa sobre eles uma só pessoa. Nenhum estudante individual da Palavra de Deus revela a vontade de Deus tão pouco interpreta a Sua Palavra. (2 Ped. 1:20, 21) Deus interpreta e ensina, mediante Cristo o Servo Principal, que por sua vez usa o escravo discreto como canal visível, a organização teocrática visível. (...)
Notem, na sequência, se alguém pode acusar o CG de ser dogmático:
Fomos nós designados individualmente a produzir o sustento para a mesa espiritual? Não? Por isso não tratemos de assumir os deveres do escravo. Devemos comer, digerir e assimilar o que se coloca diante de nós, sem rejeitar certas partes do alimento porque talvez não convenha ao capricho do nosso gosto mental(...)
No próximo trecho, notem se as TJ são, realmente, incentivadas a fazer um exame crítico de suas crenças:
Se não entendemos um ponto no princípio, devemos tratar de apreendê-lo, em vez de nos opor a ele, rejeitando-o e assumindo a posição presunçosa de que provavelmente tenhamos mais razão do que o escravo discreto. Devemos prosseguir andando mansamente com a organização teocrática do Senhor e aguardando esclarecimento adicional, ao invés de levantar objeções quando primeiro se menciona um pensamento que não nos apetece e começar a sofismar e resmungar nossas críticas e opiniões como se fossem de mais valor do que a provisão de alimento espiritual pelo escravo. (...)
e tem mais:
12Ora alguns poderão perguntar, Devemos aceitar como proveniente do Senhor e verdadeiro o alimento fornecido mediante o escravo discreto, ou devemos recusar aceitá-lo até que o tenhamos provado para nós mesmos?
A resposta à pergunta acima é um sonoro NÃO! Na sequencia imediata lemos:
Se adquirimos nosso atual entendimento da Bíblia por alimentarmo-nos à mesa posta pelo escravo, se por este meio fomos libertos das falsas doutrinas e edificados na adoração limpa e incontaminada de Deus e inspirados com uma esperança do novo mundo, devemos ter alguma confiança nas provisões do escravo.
Para encerrar a citação desta Sentinela deve ser notado que para pessoas de outras religiões foi citado II Ts. 5:21 como sendo uma ordem bíblica para que se analise criticamente a própria religião, porém, se a referência for às TJ, aí o texto bíblico muda (e faz a Bíblia se contradizer!). 
Note isto no trecho abaixo: 
 "Duvidaremos e suspeitaremos cada nova provisão? “O que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Em verdade, não suponha esse homem que receberá de Jeová alguma coisa.” (Tia. 1:6, 7, NM).
Para as pessoas de outras religiões é obrigação bíblica avaliar a própria fé (IITs. 5:21) já, para as TJ, fazer o mesmo significa perder o favor de Jeová (Tg. 1:6-7) aí está a ameaça que transforma todos seus ensinos em dogmas!
Obs – Interessante perceber que a Sentinela referida na revista Despertai (que afirma que a Revista “A Sentinela” convida a um exame crítico daquilo que ensina) é de 1950 e que a Sentinela citada acima é de 1/11/1952 (p.164-165), logo, Jeová (se é que podemos, realmente, atribuir tais coisas a Ele, como fazem as TJ) foi relativamente rápido em corrigir, em 15/8/1950, o incorreto alimento espiritual que havia fornecido, via CG, pouco mais de 2 anos antes!
Poderia citar outros exemplos que revelam a exigência de total  submissão (sob pena de severas consequências atuais e futuras) do CG sobre as TJ, mas a Sentinela acima é definitiva em relação a isto e se houver exemplo, após 1952, que autorize as TJ a analisar criticamente os ensinos do CG, então, temos que Jeová mudou de ideia DE NOVO!? Para perceber todo o absurdo envolvido em tais "mudanças de Jeová" leia - Tg.1:16-17.
Teria muitos outros aspectos a abordar neste artigo, porém, como ele já se encontra muito extenso vou deixar isto futuros artigos.
Para concluir: Sim, o CG é dogmático e quanto afirmou o contrário (na Sentinela citada pela Despertai) MENTIU DESCARADAMENTE.
A verdade está na Sentinela de 1952 citada acima, onde tudo fica muito claro: As TJ devem:
“... comer, digerir e assimilar o que se coloca diante de delas, sem rejeitar certas partes do alimento porque talvez não convenha ao capricho ao próprio gosto mental.” Afinal se as TJ não entenderem um ponto no princípio devem:
tratar de apreendê-lo, em vez de nos opor a ele, rejeitando-o e assumindo a posição presunçosa de que provavelmente tenhamos mais razão do que o escravo discreto.
Para encerrar deixo uma exercício de imaginação e três perguntas:
 - Imaginem os Bereanos ouvindo o Apóstolo Paulo afirmando: vocês devem COMER, DIGERIR e ASSIMILAR o que eu lhes afirmar, sem nada rejeitar e eles assim o fizessem! Com base nisto, pergunto:

– Teriam sido eles elogiados pelo Espírito Santo? E as TJ, merecem elogio?
– Porque às TJ, no sentido de analisarem criticamente o que ensina o CG, não se aplica IITs. 5:21 mas sim Tg. 1:6-7?
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Quer contestar algo que foi afirmado neste artigo? Indique suas razões. Continua negando que o CG é dogmático? Exponha suas razões? Quer chamar a atenção para algum ponto que emerge do texto e não foi tratado? Diga qual é. Identificou algum erro de escrita no texto que exige correção? Por favor, indique qual. Deixe uma mensagem no Blog ou escrava para meu e-mail. Desde já, agradeço.

sábado, 2 de março de 2019

VELOZES E AMOROSOS IV: UM DOGMA DO CORPO GOVERNANTE®

Em um outro artigo deste Blog mencionei uma critica que o Corpo Governante (CG) das Testemunhas de Jeová (TJ) aproveita (critica feita por um teólogo católico já falecido), que será bastante pertinente dentro do tema que pretendo trazer à atenção aqui. Explico:
A Igreja Católica e os Católicos têm (entre outras) uma difícil explicação a dar que nasce da junção de dois fatores:

1 – Ser fato inegável que os Papas, ao longo dos tempos, falharam “adoidadamente”! Seve de exemplo disso: a Inquisição, as Cruzadas e o caso envolvendo Galileu Galilei.

Não obstante, no Concilio do Vaticano I, veio a se tornar oficial o segundo fator a que me refiro, qual seja:

2 – Foi definido como dogma de fé: A Doutrina da “infalibilidade papal”
                               Diante de tais fatores surge a dúvida: Como defender a doutrina                 da infalibilidade papal diante do imenso histórico de erros dos                 papas?
            Como o dogma surgiu após já existir uma longa lista de erros, o mesmo já foi elaborado de tal forma a trazer uma solução para o problema. Vejamos a forma como isso se deu, conforme exposto na Revista Despertai:

São infalíveis os papas?
‘O DOGMA de que depende o triunfo do Catolicismo sobre o racionalismo.’ Em 1870, foi assim que o periódico jesuíta La Civiltà Cattolica aclamou a promulgação solene do dogma da infalibilidade papal, no Concílio Vaticano I.

Na linguagem teológica católica, “dogma” refere-se a doutrinas que têm “valor absoluto e são inquestionáveis”. A definição exata de infalibilidade papal, segundo aprovada pelo concílio de 1870, declara:

“É um dogma divinamente revelado que o pontífice romano, quando fala ex cathedra, isto é, quando atua no cargo de pastor e instrutor de todos os cristãos, ele define, em virtude de sua suprema autoridade apostólica, uma doutrina a respeito da fé ou da moral a ser aceita pela igreja universal, possui, por meio da assistência divina que lhe foi prometida na pessoa do bendito Pedro, a infalibilidade com a qual o divino Redentor dotou sua igreja, em definir a doutrina a respeito da fé e da moral; e que tais definições do pontífice romano são, por conseguinte, irreformáveis em si mesmas, e não por causa do consentimento da igreja.” (Despertai 8/2/89, pp. 3-4)

Logo na sequência, a revista inicia um novo subtópico, que revela como a formulação do dogma já foi pensada para resolver o problema que indiquei:
                              Situação sem Perdas
Esta fórmula, que muitas pessoas têm dificuldade de entender, é também imprecisa, de acordo com certo teólogo alemão, o falecido August Bernhard Hasler. Ele mencionou a “imprecisão” e “indeterminação” da expressão ex cathedra, dizendo que “quase nunca se pode dizer quais as decisões que devem ser consideradas infalíveis”. Segundo outro teólogo, Heinrich Fries, esta fórmula é “ambígua”, enquanto Joseph Ratzinger admitiu que o assunto tinha dado origem a uma “controvérsia complicada”.
Obs - Joseph Ratzinger veio a se tornar o Papa Bento16.

Logo na sequência o CG cita novamente o teólogo católico Hasler a fim de “tomar por empréstimo” a critica que o mesmo fez à formulação de tal dogma:

Hasler sustentava que “a imprecisão dos conceitos” permite tanto uma aplicação extensiva do dogma, a fim de ampliar o poder do papa, como uma interpretação mais limitada, de modo que a pessoa, quando confrontada com ensinos errados do passado, sempre possa apoiar a afirmação de que estes não eram parte do chamado “magistério” infalível.

Com base em tal pensamento de Hasler, conclui o CG (de forma correta e até jocosa):
Em outras palavras, é uma situação em que “se der cara eu ganho, se der coroa você perde”.

O CG e as TJ (em especial após fev/2017) também têm (entre outras) uma explicação difícil a dar, que surge na junção de dois fatores:

1 – É fato inegável que o CG, “o canal de comunicação de Jeová”, tem uma longa lista de ensinos (abaixo vou citar uma Sentinela na qual isso é expressamente confessado), que já defendeu como sendo “verdades bíblicas” e que hoje se encontram totalmente abandonados (como exemplo, cito a famosa doutrina relacionada à “Pirâmide de Gizé” que a Sentinela e outras publicações das TJ identificavam como sendo o monumento mencionado pelo profeta Isaias (Is. 19:19) e, portanto, a “pedra de testemunho de Deusque confirmava períodos bíblicos.
Ocorre que cerca de 50 anos depois do “canal de comunicação de Jeová” ter enfatizado, em diferentes literaturas este ensino, uma Sentinela passou a denominar a mesma pirâmide como sendo a “Bíblia de SATANÁS” e o livro “TJ Proclamadores” sugere que essa questão relacionada à pirâmide levou as TJ a se envolver com “adoração falsa”!
Obs - Para mais informações leia o Artigo deste Blog intitulado: “Verdade Atual?”)!   

2 – O fato do CG ensinar que ele é o “único canal de comunicação que Deus usa”.
No confronto destes dois fatores surge o problema que é até mais grave que o enfrentando pelos católicos, pois, os papas não são infalíveis mas, Jeová é, assim, como quem fala em “uma das pontas” do “canal de comunicação de Jeová” é, obviamente, o próprio Jeová, aquilo que chega na “outra ponta” de tal canal de comunicação só pode ser A VERDADE (afinal as palavras de Jeová são: A VERDADE – Jo. 17:17).
         Se procurarmos na literatura do CG vamos encontrar, com maior ou menor ênfase, exatamente, a lógica sublinhada acima. Uma das afirmações mais enfáticas que conheço neste sentido é: 
          11(...) Quão importante, então, é aderir à organização de Jeová, semelhante a um canal, e evitar a associação com pessoas que ensinem doutrinas contrárias ao que recebemos mediante o “escravo  fiel e discreto” QUE JEOVÁ USA hoje em dia para prover constante fluxo de VERDADE espiritual para o seu povo. — Mat. 24:45-47; Pro. 4:18. (S.15/1/65. P.50, §11)

Mas notem como o dilema para as TJ aparece cristalino quando confrontamos a Sentinela de 1965 acima citada com esta outra:

12O Corpo Governante não recebe revelações da parte de Deus nem é perfeito. Por isso, ele pode cometer erros aos explicar assuntos da Bíblia ou ao dar orientações. Tanto é que no Índice encontramos o assunto “Esclarecimento de Crenças”, com uma LISTA de ajustes em nosso entendimento da Bíblia desde 1870. Na verdade, Jesus não disse que o escravo ia dar alimento espiritual perfeito. (S.2/2017, p.26)

Assim como as TJ perguntam aos Católicos sobre o dogma da infalibilidade papal, agora pergunto às TJ (em especial as que lerem este artigo):
                - Tudo aquilo que o CG ensina, enquanto "canal de comunicação de Jeová", promove um:

...constante fluxo de VERDADE espiritual para o seu povo
conforme garantiu o “canal de comunicação de Jeová” na Sentinela de 1965 ou o correto é crer naquilo que ensinou este mesmo “canal de comunicação de Jeová” ao afirmar o CG comete:
...erros aos explicar assuntos da Bíblia ou ao dar orientações e
...Na verdade, Jesus não disse que o escravo ia dar alimento espiritual perfeito? (como revelou, insisto, o mesmo “canal de comunicação de Jeová” em 2017)?

As TJ precisam tomar uma decisão quanto a isso, afinal, segundo a lógica e o próprio CG:
19A verdade não admite a existência de todas as espécies divergentes de doutrinas religiosas no mundo. Por exemplo, ou os humanos têm uma alma que sobrevive à morte do corpo, ou não têm. Ou (...). Essas e muitas outras crenças ou são certas, ou são erradas. Não pode haver duas verdades, quando uma não concorda com a outra. Ou uma ou a outra é verdadeira, mas não ambas. Crer sinceramente em alguma coisa e praticá-la não a torna certa, se realmente for errada. (Lv. Poderá Viver... p.32)

Falta ao CG enunciar seu dogma de tal forma que (na teoria) fique semelhante ao dogma católico, isso é, lhe permita uma situação sem perdas, aquelas nas quais:
dê cara ou coroa, o CG vence!

              Na prática, porém, a ausência de formulação deste dogma não tem feito (via de regra) o CG perder (“dê cara ou na coroa”) nada em relação às TJ, pois, para elas: mesmo sem chamar de dogma, mesmo sem formulação e mesmo sendo 100% contraditório, o CG ser “o canal de comunicação de Jeová” é um verdadeiro Dogma, pois, se encaixa com perfeição na definição de dogma, isso é:
        ...doutrina que têm “valor absoluto e é inquestionável
Vejam se procede essa afirmação:

NÃO REJEITE A DISCIPLINA DE JEOVÁ
14Hoje, Jeová usa a Bíblia e sua organização para nos moldar. (2 Timóteo 3:16, 17) Nós devemos aceitar com gratidão qualquer conselho ou disciplina que recebemos por esses MEIOS. Não importa há quanto tempo somos batizados ou que privilégios temos na congregação, devemos continuar a obedecer aos conselhos de Jeová. Quando deixamos que Jeová nos molde dessa forma, nós podemos nos tornar o tipo de pessoa que ele deseja que sejamos. (S.15/6/13 – p.25).
           Conforme confessou o CG, o mesmo erra: ao dar conselhos e ao tratar da Bíblia e nem Jesus garante (não obstante haver tal garantia em Mt. 24:45) que o CG fornece alimento perfeito, não obstante, tudo que o mesmo determinar deve ser recebido com gratidão pelas TJs, pois, os “MEIOS” (Jeová e o CG), na verdade, têm a mesmíssima autoridade, obedecer “o conselho de Jeová” e obedecer o “conselho do CG” é a mesma coisa, até porque, Jeová não fala de forma direta e individualizada com cada TJ, Ele fala por intermédio de seu “canal de comunicação”.
 Ao conseguir incutir este DOGMA na mente das TJ o
CG consegue o mesmo que a Ig. Católica, isso é, uma
situação sem perdas mas, para as TJ, eu pergunto:
SEM PERDAS PARA QUEM?
------------------------
Quer discordar que o CG tenha o dogma apontado? Quer comentar? Quer discordar (no todo ou em parte)? Quer sugerir alguma melhora no texto? Quer indicar alguma necessária correção gramatical?


Escreva para mim - 1tessalonicenses5.21@gmail.com (desde já, agradeço).

sexta-feira, 17 de julho de 2015

CRITICANDO A SEMELHANÇA – A AUTORIDADE DO PAPA E DO CORPO GOVERNANTE ®

  
 Continuando a série de artigos, sem mudar de tema, neste proponho tratar de um dogma católico que o CG critica, para depois tratar de um ensino do CG (que, na prática, produz o mesmo efeito que o dogma católico deveria produzir) e termino demonstrando que a crítica do CG ao dogma católico lhe é perfeitamente aplicável.

As TJ consideram a Igreja Católica e toda e qualquer outra religião, com exceção de uma (você leitor pode imaginar qual é a exceção), como aquilo que chamam de “Babilônia A Grande”, termo retirado da Bíblia e que se refere, segundo afirmam, ao império mundial da falsa religião - que também chamam de “cristandade”.

Não obstante colocar todas as religiões no mesmo “pacote” as TJ têm um desafeto especial para Igreja Católica.

Um exemplo disso pode ser visto no seguinte trecho de uma revista Despertai, quando um leitor escreveu a seguinte crítica após ler uma série de artigos publicados em uma Despertai onde a Igreja Católica e a figura do Papa teriam sido desrespeitadas:
Ficaram muito contentes, não é? Não puderam resistir à tentação de criticar a Igreja Católica, não é mesmo? Jamais os perdoarei pela forma como destroçaram sem misericórdia o Papa. Se as Testemunhas de Jeová precisam recorrer a críticas baixas na tentativa de derrubar outras religiões, elas estão em maiores dificuldades do que os católicos.
M. C., Flórida, EUA
A resposta que as TJ deram a isso foi:
Certamente não estamos tentando fazer críticas baixas ao papa ou à Igreja Católica, nem estamos criticando os católicos. A Igreja Católica ocupa posição muitíssimo significativa no mundo, e afirma ser o caminho da salvação para centenas de milhões de pessoas. Qualquer organização que assuma tal posição deve estar disposta a ser esmiuçada e criticada. Todos que criticam têm a obrigação de ser verdadeiros na apresentação dos fatos, e justos e objetivos na avaliação dos mesmos. Em ambos os sentidos, tentamos viver de acordo com tal obrigação
Despertai 22/12/84 p. 28

OBS – Embora não seja o tema aqui, devo destacar a seguinte semelhança entre a Igreja  Católica e as TJ: Embora as TJ não ocupem, comparativamente, uma posição tão significativa no mundo, também afirmam ser o caminho da salvação, não para centenas de milhões de pessoas, mas para todas as que vão ser salvas (pelo menos para todas aquelas nascidas após o início do movimento que se tornou as atuais TJ e que dele tiveram conhecimento), como se vê abaixo:

18 ...embora o testemunho dado agora ainda inclua o convite de vir à organização de Jeová para a salvação, sem dúvida virá o tempo em que a mensagem assumirá um tom mais duro, igual a um “grande grito de guerra”
S. 15/7/82 p. 21 p. 18

Sendo assim as TJ, que assim como a Igreja Católica também assume “...tal posição...” também devem estar dispostas “...a ser esmiuçada e criticada...(e este “blogueiro”, assim como o CG, não está criticando as TJ, mas sim, ao CG e aquilo que consegue incutir na mente das TJ e, neste mister, sempre procurando ser verdadeiro “...na apresentação dos fatos...”, e justo e objetivo “...na avaliação dos mesmos”.)

            Mas, voltando ao objetivo deste artigo, pretendo analisar a crítica das TJ ao ensino católico da Infalibilidade do Papal, mas antes disso uma rápida definição do dogma:

A infalibilidade se exerce quando o Romano Pontífice, em virtude da sua autoridade de supremo Pastor da Igreja, ou o Colégio Episcopal em comunhão com o Papa, sobretudo reunido num Concílio Ecumênico, proclamam com ato definitivo uma doutrina referente à fé ou à moral, e também quando o Papa e os bispos, em seu Magistério ordinário concordam em propor uma doutrina como definida. A esses ensinamentos todo fiel deve aderir com o obséquio da fé" (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº. 185).

            Em outras palavras (e centrando apenas na figura do Papa pois, como se vê acima, a infalibilidade é extensiva a outros clérigos), embora o Papa enquanto humano seja falível, quando fala na condição de sucessor do Apóstolo Pedro (para indicar esta condição é usada a expressão latina “ex cathedra”), sobre questões de fé, moral e doutrina, Deus retira do Papa a possibilidade de falhar a fim de manter a correção daquilo que anunciar.

            Sendo assim, os católicos podem ter segurança nos ensinos que vêm do Papa, quando fala “ex cathedra” e, na prática, podem e devem praticar os ensinos recebidos de tal fonte, afinal, tais ensinos tornam-se uma ordenança (mais) atual de Deus para os católicos.

            Na prática, porém, muitos católicos (em especial aqueles que se dizem - católicos passivos) não atendem aos ensinos do Papa e da Igreja (haja visto, por exemplo, o uso de métodos anticoncepcionais por católicos) e até mesmo muitos padres acabam não observando o celibato, logo, a garantia de um ensino recebido de Deus que não sofre qualquer interferência de erro humano, não garante, na prática, plena aceitação e, principalmente, não motiva o cumprimento por todos os Católicos.

            Como a Igreja Católica, até em razão de sua longa história, tem uma longa lista de erros cometidos, surge a necessidade de se criar uma forma de se justificar tais erros a fim de manter íntegro o dogma da infalibilidade do Papa.

            A forma encontrada pelos católicos é (com razão) bastante questionável e o CG “compra” críticas feitas por certos escritores católicos para condenar o dogma, afirmando que a explicação gera uma situação sem perdas, nos seguintes termos:

Situação sem Perdas
Esta fórmula, que muitas pessoas têm dificuldade de entender, é também imprecisa, de acordo com certo teólogo alemão, o falecido August Bernhard Hasler. Ele mencionou a “imprecisão” e “indeterminação” da expressão ex cathedra, dizendo que “quase nunca se pode dizer quais as decisões que devem ser consideradas infalíveis”. Segundo outro teólogo, Heinrich Fries, esta fórmula é “ambígua”, enquanto Joseph Ratzinger [que veio a ser tornar  Papa Bento XVI] admitiu que o assunto tinha dado origem a uma “controvérsia complicada”.
Hasler sustentava que “a imprecisão dos conceitos” permite tanto uma aplicação extensiva do dogma, a fim de ampliar o poder do papa, como uma interpretação mais limitada, de modo que a pessoa, quando confrontada com ensinos errados do passado, sempre possa apoiar a afirmação de que estes não eram parte do chamado “magistério” infalível. Em outras palavras, é uma situação em que “se der cara eu ganho, se der coroa você perde”.
Despertai 8/2/89, p. 4

A crítica é bem colocada e um exemplo prático demonstra isso: Imaginemos uma TJ citando para um católico o seguinte fato histórico:
7 Os esforços para reprimir a divulgação do conhecimento bíblico assumiram também outras formas. Quando o latim deixou de ser a língua do dia-a-dia, não foram os governantes pagãos, mas professos cristãos — o Papa Gregório VII (1073-85) e o Papa Inocêncio III (1198-1216) — que se opuseram ativamente à tradução da Bíblia para as línguas usadas pelo povo comum.
S. 1/10/97 p. 11-12, par. 7
para, logo após, perguntar:

 – Se os Papas são infalíveis, como foi possível dois Papas terem se esforçado para evitar que a Bíblia fosse de conhecimento do povo?
A reposta será – Ocorre que quando tais Papas assim determinaram, não estavam falando “ex cathedra” logo, não estavam imunes ao erro.
Creio que podemos criar a seguinte regra prática para determinar, com excelente precisão, o que foi e o que não foi afirmado “ex cathedra”:

- Se aquilo que um Papa ensinou foi acertado na teoria e na prática e só produziu bons frutos – então ele falou “ex cathedra”

- Se o Papa afirmou algo que se mostrou falso, biblicamente incorreto e/ou só gerou frutos ruins ao longo dos tempos  – O Papa que assim o fez não falou “ex cathedra”.

            Assim fica fácil! Assim uma situação sem perdas realmente é criada, afinal, não importa se “deu cara ou coroa”, o dogma da infalibilidade fica preservado.

            Agora passo a tratar de uma doutrina do CG que na teoria é diferente da doutrina católica aqui tratada mas que, na prática, gera exatamente aquilo que o dogma da Infalibilidade Papal deveria gerar entre os católicos – plena aceitação, adoção e prática por todos os católicos.

Podemos chamar tal ensino do CG de:

ESCRITOS NÃO INSPIRADOS COM
AUTORIDADE DE ESCRITOS INSPIRADOS

Como pode ser visto ao longo dos artigos já escritos neste Blog, o CG tem uma incrível capacidade de incutir na mente das TJ duas formulações opostas entre si, mas que são aceitas como verdadeiras porque se revezam no papel de “A VERDADE” (aquilo que a Bíblia realmente ensina) conforme exigir cada situação.

A diferença (teórica) entre o ensino do CG e o dogma católico é bem evidente – na medida do necessário (leia-se: raramente), o CG defende (de forma bem expressa e enfática) que não é inspirado, que não é infalível. Exemplo disso:

15 Por causa desta esperança, o “escravo fiel e discreto” tem alertado a todos os do povo de Deus ao sinal dos tempos, indicando a proximidade do governo do Reino de Deus. Neste respeito, porém, é preciso observar que este “escravo fiel e discreto” nunca foi inspirado, nunca foi perfeito. Os escritos feitos por certos membros da classe do “escravo”, que passaram a constituir a parte cristã da Palavra de Deus, foram inspirados e são infalíveis, mas isto não se dá com outros escritos desde então.
S. 1/9/79 p.23, par. 15

            Diante de tal alerta as TJ poderiam (na verdade, deveriam) receber o alimento que vem do CG tendo em mente o que se afirmou na Sentinela:

O alimento recebido não é infalível, pode estar (total ou parcialmente) errado pois vem de homens não inspirados e sujeitos ao erro o tempo todo.

            Assim, deveria existir plena liberdade de discordar de tais ensinos, mas é isso o que ocorre?

       Você, TJ que está lendo este artigo, se sente livre em sua mente (lembrando que a única liberdade absoluta no ser humano é a liberdade de pensar) para discordar dos ensinos do CG?

       E mais que isso, sente liberdade para expor a seus co-irmãos sua discórdia e a defender ponto de vista contrário?

A resposta é óbvia, mas, porque ela é óbvia?

            Você, TJ, sabe muito bem que, se começar não só a pensar, mas também a defender que o CG está errado em determinado ensino, se tornará um sério candidato ao título de APÓSTATA (o que é uma verdadeira ABERRAÇÃO – visto que você pode ser encarado como alguém que perdeu a fé em Jeová por discordar do ERRO!?!) e sabe todas as implicações disso, mas até dentro de sua mente a tendência nunca será de questionar o CG mas sim, irá encarar a “mudança da verdade” como prova de que Deus está refinando o entendimento de seu povo!

            E assim irá pensar porque, por mais que saiba que os ensinos do CG não são inspirados e podem estar errados, você, e todas as demais TJ ao redor do mundo, enxergam nos ensinos do CG A AUTORIDADE DE UM ENSINO INSPIRADO, logo, certo ou errado o ensino deve ser recebido como CERTO (Mt. 24:45) e assim deverá ser encarado, ensinado (como sendo uma verdade bíblica) e praticado até que venha a ser substituído por uma outra verdade, se assim vier a ocorrer!

E aqui concluo este artigo indicando que a (correta) crítica que o CG propaga contra o dogma da Infalibilidade do Papa, quando afirma que sua formulação gera uma “situação sem perdas, dê cara ou coroa” é exatamente o que ocorre quando se enxerga autoridade de ensino inspirado em ensinos não inspirados – O CG sempre estará certo, por mais errado que esteja. Mas vai além disso, o ensino do CG consegue, mesmo com a negação da infalibilidade, aquilo que o dogma católico não consegue pela afirmação dele, isso é – aderência absoluta, prática e o ensino aos outros como se verdade bíblica fosse – aquilo que não se sabe com certeza se é verdade ou não se torna VERDADE BÍBLICA, eterna enquanto durar.  

Encerro relembrando parte da crítica “comprada” pelo CG:

... de modo que a pessoa, quando confrontada com ensinos errados do passado, sempre possa apoiar a afirmação de que estes não eram parte do chamado “magistério” infalível...

e adaptando:
... de modo que a TJ, quando confrontada com ensinos errados do passado, sempre possa apoiar a afirmação de que estes não eram...

(o resto, se na sua mente sobrou algum resquício de liberdade, você conclui).

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